Redes Sociais E Informais
Ensaios: Redes Sociais E Informais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andrynes • 7/5/2013 • 1.076 Palavras (5 Páginas) • 1.026 Visualizações
A teoria da cognição social é neste estudo utilizada como base para compreender
os fenômenos organizacionais. Mais precisamente, o referencial sócio construtivista
utilizado enfatiza o papel ativo dos agentes na construção da realidade. Afirmar que
nossas idéias sobre o mundo são construções não quer dizer que o universo seja um
“objeto mental”, mas que, ao conhecer, não podemos desconectar nossas próprias
categorias de conhecimento, nossas histórias, experiências e sensações.
Quando partimos das significações atribuídas ao mundo, precisamos de modelos
que abarquem esta complexidade. Najmanovich (2003) considera que trezentos anos
depois da síntese newtoniana e do fracasso na busca de partículas elementais,
começamos a usar outras metáforas e a conceber modelos mais complexos e ricos. Todo
o universo físico é hoje como uma imensa rede de interações onde nada pode definir-se
de maneira absolutamente independente, é o que se chama do efeito mariposa (cuja
versão popular diz que quando uma mariposa bate a sua asa no mar da China pode
causar um maremoto em Nova York).
Passamos de uma concepção estática para uma concepção dinâmica que nos fala
de uma rede ou padrão de interações. As redes não só existem como grupos de
cognições individuais nas cabeças dos indivíduos, nas organizações, mas também como
estruturas que oportunizam negociação, persuasão e reforço entre interações individuais
(Kildulf e Tsai, 2003).
O nível de complexidade das relações vem se ampliando e o trabalho nas
organizações tornando-se cada vez mais dinâmico. Para Castells (2000), o próprio
capitalismo passa por profundas reestruturações, caracterizando-se por flexibilidade de
gerenciamento, descentralização das empresas e sua organização em redes tanto
internamente quanto em suas relações com outras empresas. Nesse mundo de mudanças
confusas e incontroladas, segundo o autor, as pessoas tendem a se reagrupar. A difusão 14
das tecnologias de informação promoveu uma aceleração da transformação do processo
de trabalho. Castells (2000) sugere que, em resposta às novas demandas, as organizações
adotaram, de forma heterogênea, modelos baseados em flexibilidade e atuação em redes.
Assim, apesar dos obstáculos da administração autoritária, as tecnologias de
informação exigem maior liberdade para os “trabalhadores mais esclarecidos” atingirem
o pleno potencial da produtividade. Para o autor, o trabalhador atuante na rede é o agente
necessário para a empresa em rede, possibilitada pelas novas tecnologias de informação.
Neste estudo, as organizações são compreendidas como sistemas interpretativos e
os processos cognitivos são centrais para entender atitudes, comportamentos e decisões
organizacionais. As organizações são construções ou ferramentas sociais, produtos de
ações individuais e coletivas. Esta forma de analisá-las altera a forma de apreender os
seus fenômenos e processos.
Adota-se aqui a noção de organização como “sistema frouxamente unido” de
Weick (1987). O autor concebe a ação como fonte para cognições e estímulo para as
pessoas desenvolverem teorias sobre o que elas fizeram nas organizações. Deste modo,
os processos organizacionais consistem de comportamentos interligados em um sistema.
As organizações enquanto sistemas interpretativos têm seu sentido construído, quando as
pessoas interagem umas com as outras. Assim, toda organização pode ser entendida em
termos de redes de relações e interações. A compreensão da sua formação e dinâmica
são fundamentais para a investigação da organização como um fenômeno socialmente
construído e cuja base se encontra nas interações entre os seus agentes ou atores.
As incalculáveis transformações nas sociedades pós-modernas não poderiam
deixar de afetar as organizações de trabalho. As mudanças organizacionais são
incontestáveis no que tange à tecnologia, aos processos e às pessoas. Verifica-se, na
literatura, atenção especial ao papel das pessoas na mudança organizacional (Silva e
Vergara, 2002). Estes autores defendem a possibilidade de tornar o processo de mudança
menos traumático para os indivíduos. Sob esta perspectiva, a mudança organizacional
não pode ser analisada apenas no nível das estratégias tecnológicas, sendo necessário 15
discutir o papel dos indivíduos construtores deste processo, bem como o significado que
as mudanças têm para eles, sendo o mesmo compartilhado socialmente dentro da rede
relacional.
O foco deste trabalho está na investigação
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