Reflexão Psicanalítica Sobre Autismo
Por: Silvenealmeida • 4/11/2020 • Trabalho acadêmico • 480 Palavras (2 Páginas) • 178 Visualizações
[pic 1] [pic 2] Curso: Psicologia Disciplina: Psicopatologia da Infância e Adolescência Professora: Aline Groff Acadêmica: Silvene Almeida, Tamiris Motta, Janaína Lemos, Flávia Gonçalves. |
TDE - Autismo na perspectiva psicanalítica
Para a psicanálise o autismo não é uma doença ou uma deficiência, mas uma forma de estar no mundo, assim como as demais estruturas clínicas. A psicanálise recusa a ideia de normalidade e considera o homem normal “uma ficção estatística”. Se não é uma doença, não temos que buscar uma cura, mas um tratamento, ou vários. Tratar não é o mesmo que curar. Curar é buscar eliminar uma doença. Tratar é oferecer melhores condições de vida, mesmo subjetiva. É preciso considerar que os autistas têm dificuldades importantes em lidarem com o mundo, seja no sentido amplo ou estrito, e que suas famílias estão completamente envolvidas nestas dificuldades, sobretudo em lidarem com esta criança que se apresenta tão distante de suas expectativas e ideais. São crianças que precisam de ajuda para saírem de seus mundos fechados e encontrarem soluções próprias para estabelecerem algum nível de relação com o exterior. É uma forma de se colocarem nos laços sociais e de expressarem o mais intenso da angústia humana. Uma angústia irracional entorpece o sujeito autista e modula todos os seus laços. Seja qual for a origem ou a causa do autismo - genética, psiquiátrica, neurológica, alimentar, ambiental, psíquica – há crianças, adolescentes e adultos autistas que exigem que deles cuidemos. A psicanálise se apresenta à cena com uma proposta clara: levar em conta a subjetividade dos autistas e tomá-los em tratamento um a um. Isto faz bastante diferença quantos aos resultados que podem apresentar. A psicanálise propõe uma forma de compreender o funcionamento autístico, tanto afetivamente quanto cognitivamente. Compreender um pouco o funcionamento, em alguns casos, possibilita um apaziguamento e pode ajudá-los em uma mudança subjetiva. Somente com uma mudança efetiva na subjetividade acredita-se ser possível um avanço cognitivo real, pois os métodos de aprendizagem se detêm em limites traçados pelo ideal social e pelas expectativas a serem correspondidas ou não por quem está submetido a estes. A proposta da psicanálise implica exatamente na inversão desta lógica: o que se tem que aproveitar do ensinado parte das possibilidades de cada sujeito. A psicanálise leva em conta a relação do autista com seus objetos, com seus duplos e com seus interesses específicos, com sua linguagem e com seu ‘pensar em imagens’, além de extrair, das inúmeras formas de apresentação clínica, o que há de constante na estrutura autística.. Para a psicanálise, o autista é um sujeito sempre a surpreender com um saber próprio (pois o saber sobre ele está nele!), não sendo um indivíduo a ser treinado, sem qualquer subjetividade.
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