Relatorio Experimental
Artigo: Relatorio Experimental. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Isabelaguerra • 18/6/2013 • 2.773 Palavras (12 Páginas) • 1.144 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
A partir dos estudos na disciplina de Psicologia Experimental I, em que se desenvolveram, em sala de aula, explanações dos conceitos básicos sobre a análise do comportamento, pôde-se aplicar tais teorias em laboratório, contemplado a grade curricular da disciplina de Psicologia Experimental II.
Tendo em vista a Psicologia como uma ciência em que seu objeto de estudo é o comportamento humano, podemos observar que a mesma possui uma contribuição significativa de seus estudos para auxílio da compreensão de tais fenômenos que o ser humano apresenta em seu cotidiano (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
Para Deese e Hulse (1975), ao ser compreendido que todo comportamento humano é aprendido e que o estudo da aprendizagem destes comportamentos se faz importante, toma-se necessário o entendimento dos princípios básicos que norteiam a aprendizagem para que possam ser estudadas e analisadas tais manifestações dos sujeitos.
Tomando tais considerações, eis que, por meio dos estudos de Pavlov, que destinava-se ao processo e aos procedimentos pelos quais o ser humano aprende novos reflexos, Watson passa a testar tais constatações, sob o objetivo de confirmar as utilidades de tal experimento e a correlação desta com o estudo das emoções. (MOREIRA E MEDEIROS, 2007).
Os mesmos autores relatam que, em 1928, ao deparar-se com os registros de Pavlov e Watson, Skinner passa a dedicar sua obra à Análise do Comportamento, a abordagem que tem, por finalidade, a compreensão do sujeito em sua interação com o ambiente. Para isso, Skinner desenvolve a filosofia do Behaviorismo, que ficou conhecida como O Behaviorismo Radical de Skinner e que pode ser compreendida como a filosofia da ciência e do comportamento.
Os estudos de Skinner sobre o Behaviorismo dedicam-se ao homem, embora não exclua interações envolvendo animais sempre que algum motivo se mostrar pertinente e que estes possam auxiliar a compreensão da interação do homem com o ambiente. (GOMIDE, 1998). O autor ainda destaca que, ao definir o Behaviorismo como filosofia da ciência do comportamento e não uma ciência em si, a Análise do Comportamento é permitida por meio do aparelho desenvolvido por Skinner, que acaba se tornando o maior instrumento utilizado para a prática da Psicologia Experimental: a caixa de Skinner.
Baum (1999) afirma que o diferencial da proposta de Skinner foi introduzir à Psicologia a explicação científica dos conceitos pelo qual elaborou, enquanto os outros behavioristas se propunham apenas com os métodos das ciências naturais.
A partir de tais constatações é possível que os conhecimentos da Psicologia Experimental sejam estudados e analisados por meio de sua prática. Portanto, os resultados que serão analisados dentro deste instrumento permitirão a reflexão sobre os estudos dos teóricos mencionados e estudados em sala de aula para que seja confrontada a relação entre a teoria versus a prática. Tendo a Psicologia Experimental como uma disciplina prática dentro do curso de Psicologia, faz-se necessário o cumprimento desta para o preenchimento da grade curricular de formação acadêmica.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Muitos experimentos, geralmente os relacionados a formulação de novos medicamentos, não são testados diretamente em seres humanos, mas em animais, como ratos e macacos. Eles assim o fazem porque o medicamento produzirá nos animais efeitos semelhante aos que produzirá nos seres humanos. Se isso acontece, então quer dizer que a fisiologia de tais animais se parece, em algum grau, com a fisiologia humana, ou seja, o funcionamento dos órgãos e os sistemas desses animais se assemelham ao do ser humano (MOREIRA E MEDEIROS, 2007).
As características que humanos e não-humanos compartilham são de modo comportamental como, segundo Moreira e Medeiros (2007), por exemplo, o comportamento dos animais estarem suscetíveis às suas consequências. Moreira e Medeiros ainda dizem que, da mesma forma que, por questões práticas e éticas, o médico estuda o efeito de um remédio para o ser humano em um rato, o psicólogo também estuda os comportamentos de ratos em laboratório para tentar compreender melhor o comportamento do ser humano. Estudar o comportamento dos ratos nos fornece insights sobre o comportamento humano, isto é, surgem ideias interessantes que nos ajudam a compreender melhor o comportamento humano.
No famoso experimento de Edward L. Thorndike, um gato faminto, confinado numa gaiola, podia suspender a tranca e abrir a porta; depois, escapar da gaiola e alcançar a comida que estava do lado de fora. Muitos aspectos desse arranjo merecem considerações. Fuga de uma gaiola e acesso à comida são consequências mais claramente especificadas do que qualquer ganho líquido ou vantagem última, e seguem-se imediatamente ao comportamento de suspender a tranca. De fato, as consequências quase coincidem com a descrição da resposta, e neste caso a questão de causas finais pode ser evitada. (SKINNER, 1975).
O autor ainda afirma que, o que Thorndike observou foi que o comportamento de suspender a tranca ficava como ele mesmo dizia estampado. À medida que o experimento ia sendo repetido, Thorndike pôde observar como o gato conseguia suspender a tranca cada vez mais depressa, e registrar uma curva de aprendizagem. Não precisou supor que a própria resposta ficasse fortalecida de alguma forma. Podia estar ocorrendo mais rapidamente, simplesmente porque outros comportamentos do gato, na gaiola, foram sendo apagados.
O behaviorismo apresenta a Psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências naturais. A finalidade da Psicologia seria, então, prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo. A idéia central do behaviorismo é simples de ser formulada: É possível uma ciência do comportamento. Os behavioristas têm visões diferentes sobre o sentido dessa preposição, e especialmente sobre o que é ciência e o que é comportamento, mas todos eles concordam que pode haver uma ciência do comportamento.
Segundo Baum (1999), muitos behavioristas acrescentam que a ciência do comportamento deve ser a psicologia. Esse ponto não é pacífico, porque muitos psicólogos rejeitam de todo a idéia de que a psicologia seja uma ciência, e outros que a veem como ciência consideram que seu objeto é alguma outra coisa que não o comportamento. Sendo o behaviorismo um conjunto de ideias sobre essa ciência chamada de análise do comportamento, e não a ciência ela própria, o behaviorismo não é propriamente uma ciência, mas uma filosofia da ciência. Como filosofia
...