Relatos De Um Idoso No Facebook
Ensaios: Relatos De Um Idoso No Facebook. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: diegounopar • 20/3/2014 • 2.259 Palavras (10 Páginas) • 357 Visualizações
RESUMO
Este trabalho - parte de uma pesquisa maior - o qual pressupõe como tema “O relato como
manifestação do idoso que se constrói como Sujeito a partir da narrativa”, propõe analisar marcas
relacionadas à construção do Sujeito no contexto de relatos produzidos por idosos integrantes de
redes sociais, em especial o Faceboock. Assim, propõe-se uma breve reflexão sobre os modos de
subjetivação marcados nos relatos dos idosos, visando ao levantamento de índices que demarquem
a construção identitária do Sujeito idoso. Para o desenvolvimento desse estudo, foi utilizada uma
comunidade do Facebook dedicada à terceira idade na qual se fez a análise de cinco postagens e os
comentários gerados a partir delas. Esse corpus foi analisado por meio dos postulados da Análise do
Discurso.
Palavras-chave: Identidade. Idoso. Subjetividade
INTRODUÇÃO
Este artigo se propõe a analisar marcas relacionadas à construção do Sujeito no contexto de
relatos produzidos por idosos integrantes de redes sociais, em especial o Faceboock.
Assim, o estudo propõe uma reflexão sobre os modos de subjetivação marcados nos relatos
dos idosos, visando ao levantamento de índices que demarquem a construção identitária do
Sujeito idoso. Nessa perspectiva, apresenta-se a problemática “Quais as marcas textuais
indicadoras de constituição identitária presentes em relatos do Sujeito idoso pertencente a
grupos de terceira idade?”
As questões oriundas ao discurso do idoso e sua importância são pauta de uma sociedade
que está envelhecendo, principalmente se considerarmos que, até o ano 2025, o Brasil terá
a sexta maior população idosa do planeta.
Num tempo em que o ser humano conquistou a longevidade graças aos avanços da
sociedade moderna, a velhice tornou-se um problema social, por isso é imprescindível que a
sociedade reconheça e prepare-se para o fenômeno do desenvolvimento humano, em todas
as suas fases, inclusive na velhice, para assim atender à demanda emergente.
Abordar a construção do Sujeito Idoso é procurar marcas que possam repercutir em ações
subversoras de construções sociais que fixam a velhice em modelos padronizados de
comportamento, hábitos, valores, crenças e estilos de vida. Este artigo, de forma muito
tímida, enseja contribuir com indícios sobre a identidade desse novo idoso que participa das
redes sociais a partir da análise do discurso.
Para o desenvolvimento deste estudo, foi utilizada uma comunidade do Facebook dedicada
à terceira idade na qual se fez a análise de cinco postagens e os comentários gerados a
partir delas.
NOVA SOCIEDADE E NOVO IDOSO
A pós-modernidade, embora haja divergências sobre seu marco inicial, inegavelmente
chegou acompanhada de muitos avanços, sendo o principal deles o tecnológico, o qual
propiciou progressos em diversas e diferentes áreas.
A invenção do computador, seus avanços e a democratização de seu uso, acompanhados
do advento da Internet, fizeram verdadeira revolução mundial, influenciando desde o modo
de relação entre as pessoas até a comercialização entre os países.
Em relação à comunicação, a Internet provocou uma verdadeira revolução, afinal, a
comunicação deixou de ser de um para todos, já que todos produzem e recebem
informações. Especialmente com as redes sociais digitais, em especial o Facebook,
baseado na interatividade e na participação – inclusive em tempo real -, que faz com que
todos os seus participantes sejam ativos e capazes de produzir conteúdos.
Esse contexto pós-moderno provoca uma alteração significativa nas identidades culturais,
modificando diretamente as características do sujeito. “O próprio processo de identificação,
através do qual nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se mais provisório,
variável e problemático.” (HALL, 2002, p.12)
Nesta sociedade contemporânea, marcada por mudanças, surge também uma nova visão
do idoso que apresenta características pessoais e sociais muito diferentes das apresentadas
até fins do século XX.
No passado, ser idoso, o chamado “velho”, era, no geral, sinônimo de vida improdutiva: o
idoso não trabalhava e era muitas vezes, consequentemente, dependente dos filhos; não
possuía vida social, como ir a bailes, passear, viajar – passava a maior parte do tempo em
casa, realizando pequenos afazeres domésticos ou queixando-se das doenças; não possuía
vida sexual ativa e não se integrava facilmente a novidades tecnológicas.
Esse cenário se modificou. Com uma sociedade em que a natalidade caiu vertiginosamente
devido ao ritmo acelerado de trabalho dos
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