Relatório de Visita ao Asilo

        RELATÓRIO DE VISITA

        Desde o início do projeto, os membros do grupo sentiram certa dificuldade no contato com o local escolhido, pois existiam contratempos que atrasariam o andamento da visita. Apesar disso, os membros continuaram buscando o contato, indo inclusive até ao asilo para conversa direta com a responsável pelo local. Depois de certa resistência, conseguimos agendar de fato uma visita informal para o dia 03 de Abril de 2016.

Neste dia, o grupo realizou uma visita no Asilo dos Idosos de Vitória, localizado no bairro Ilha de Monte Belo, em Vitória, no qual passamos uma tarde com os idosos residentes no Asilo. Inicialmente, a responsável do dia nos apresentou os aposentos do asilo e como se dava o funcionamento e a articulação da instituição, nos mostrando como se dá o cuidado com os idosos, o que fazem nas horas de lazer, as particularidades dos internos e como os profissionais eram alocados no ambiente de forma que pudessem atender a todos. Além disso, nos foi relatado que se trata de uma Entidade Civil, beneficente e sem fins lucrativos, que hoje é basicamente filantrópica.

Os membros se dividiram em duplas e trios para conseguir captar de forma mais abrangente as percepções e vivencias dos idosos que ali estavam. Conseguimos absorver diversas histórias, com particularidades e demandas diferentes entre si. Observamos que de forma geral os idosos sentem-se sozinhos, abandonados pelos familiares e sem muitas atividades para fazer no local, sempre relembrando de suas vivencias passadas com certa angustia. Muitos deles relatam que tem intenso desejo de voltar para as suas respectivas casas e familiares, pois não sentem que aquele é de fato o seu lugar.

Por outro lado, também percebemos que alguns deles decidiram ficar no asilo por iniciativa própria, pois se viam sozinhos e sem outra alternativa para a situação que vivenciavam. No entanto, vemos que naquele ambiente a maioria das relações afetivas não são consolidadas e fortes o bastante para constituírem laços que auxiliem em uma permanência agradável para eles, por isso, sentem-se frequentemente tristes, sozinhos e ociosos.

Ouvimos relatos de que oficinas já ocorreram na instituição, onde foram proporcionadas atividades relacionadas a pintura e costura, sendo que as internas narram sentir falta de atividades como as que foram desenvolvidas por outros grupos, pois há muito tempo não ocorrem ocupações como esta no local e não há uma continuidade destes trabalhos para com os idosos, que denotam desejo de continuarem ativos e produzindo neste espaço.

 Portanto, percebemos diversas personalidades, desejos e histórias diferentes, alguns que se adaptaram ao local com facilidade, outros que planejavam ir embora e ainda alguns que se mostravam retraídos, apáticos, que se isolavam dos demais e também acamados. Com demandas tão diferentes, tínhamos o desafio de criar algo que pudesse atingir ao grupo como um todo, pois tínhamos a preocupação de que houvesse uma interação mútua entre a maioria deles.

Diante do que foi exposto, pensamos em propor um café com talentos com os idosos, no qual, proporcionaríamos uma tarde com espaço aberto para exposição das habilidades e histórias dos mesmos, com o propósito de torna-los mais próximos e com a possibilidade de conhecer as vivencias e capacidades dos demais, o que poderia fortalecer os laços e promover uma estadia mais satisfatória.