Relatório do filme “O Show de Truman”

Relatório do filme “O Show de Truman”

“Truman é um pacato vendedor de seguros que leva uma vida simples com sua esposa. Porém algumas coisas ao seu redor fazem com que ele passe a estranhar sua cidade, seus supostos amigos e até sua mulher. Após conhecer a misteriosa Lauren, ele fica intrigado e acaba descobrindo que toda sua vida foi monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional desde a gestação.” Este é um breve resumo do que consiste este Show, que na verdade é a ilustração da vida real contemporânea, onde muitas vezes somos levados a fazer coisas que não gostamos, para parecermos o que não somos, para mostrar a quem não conhecemos. Este longa nos leva á varias reflexões críticas e filosóficas do mundo para nós, de nós para o mundo, e principalmente de nós para nós mesmos sobre identidade.

Segundo o dicionário, identidade é a “qualidade do que é autêntico, é o conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa por meio das quais é possível individualizá-la”. É interessante quanto a isso pensar em diferença e igualdade, segundo Silvia Lane, é nossa primeira noção de identidade, na família, que inclusive nos da um nome, na qual já se inicia o processo de identidade, e ao passar dos anos e das experiências que vivemos, vamos nos diferenciando ou igualando aos grupos sociais na qual fazemos parte. Pode-se levar em consideração também a questão do que é inato e/ou filosófico, que nos faz moldar nossa identidade ao longo da vida, e nos expõe dificuldades que implicitamente temos, na qual nos é revelado na forma de pensar e agir. Levando tudo isso em consideração é importante sempre se ter em mente que apesar de nossa identidade ser algo firmado desde nosso nascimento, é algo que pode ser mudado e moldado com o passar do tempo, e o maior exemplo disso é o Sr. Truman.

Truman mesmo não sabendo sempre foi influenciado em sua vida, até porque ele nasceu em um reality show, porém, sua identidade inata sempre prevaleceu em tudo quanto fazia, tudo girava ao seu redor, porém sua identidade ia sendo conhecida por ele mesmo em cada fase pela qual vivia. O diretor do programa influenciava em tudo que Truman viveu desde a morte de seu pai na infância, seus relacionamentos, seu casamento, sua casa, enfim, literalmente tudo era influenciado pelo diretor. De forma crítica, podemos ser levados a nos colocar no lugar de Truman e por sermos “livres”, acreditamos ser injusto, ou no mínimo errado a forma com que ele foi condicionado a viver, porém ao olharmos para nosso cotidiano fora dos cinemas, vemos que somos condicionados a esta falsa liberdade pela nossa política, pelas nossas regras, ou até por nós mesmos da mesma forma do filme. Já com olhar filosófico, podemos ver várias pessoas á procura incansável de serem guiadas por uma força maior, por um criador, por algo que faça sentido viver, por alguém que possa direcionar suas vidas em todas as circunstâncias, e apesar de acreditarem ser completamente livres, são limitadas pela sua incapacidade humana.

Com isso podemos então nos fazer várias perguntas, entre elas às famosas: Quem sou? De onde vim? E para onde vou? Ou até mesmo perguntas de crise como: Sou realmente livre? Eu tenho minha própria identidade, ou sou completamente influenciado pelo meio? Eu influencio, ou sou influenciado? Todas essas são perguntas na qual nos motivam a tentar entender esse grande enigma que é a vida, e a identidade que temos e deixaremos nela. Truman teve sua vida vista e influenciada por um diretor e provavelmente por milhões de telespectadores, mas no fim do longa nos mostrou que apesar de todas as influencias que sofremos, podemos fazer nossa história, acreditar que a vida apesar de seus condicionamentos somos quem somos, e quase nada poderá mudar isso. Sendo assim encerro com as palavras de um grande autor contemporâneo, “em resumo a vida acaba sendo um grande jogo, na qual você é a ficha, então nunca permita que sua felicidade dependa de algo que possa perder, pois apesar de nada no mundo ser de graça, você pode até ter medo, mas ande, caminhe, só não pare, nunca pare.”