Resenha: Bicho de Sete Cabeças
Por: Isabela Rodrigues • 6/9/2015 • Resenha • 368 Palavras (2 Páginas) • 638 Visualizações
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Baseado no livro Canto dos Malditos de Austregésilo Carrano Bueno, Bicho de Sete Cabeças conta a história de Neto, um típico adolescente de classe média em busca sua liberdade e emoções desconhecidas. Seu pai, conservador e rude e a mãe, submissa, não sabem lidar com sua conturbada fase de busca de sua identidade seguido de pequenas rebeldias, típicas da adolescência. Em momento algum há um dialogo e orientação da família com do rapaz, e é quando seu pai encontra um cigarro de maconha em seu bolso, e o interna em um manicômio que a trama começa.
A história de Neto se desenrola em uma série de críticas fortes quanto à sociedade e principalmente ao sistema manicomial. Ele, que era saudável, se depara com a realidade de uma clínica de internação psiquiátrica onde passa a ser dopado, hostilizado e tem seus direitos totalmente violados. Com o passar do tempo a exclusão social, medicação indevida e o tratamento desumano, o descaracterizaram e o problemas psicológicos que ele não tinha passam a existir.
Quando deixa a clinica, além da confusão mental e depressão derivada dos medicamentos, e de toda sua experiência, ele passa por situações onde é estigmatizado pela sociedade. Quando tenta se inserir novamente e retomar sua vida é tratado com preconceito e é novamente afastado da normalidade que tenta se encaixar. Diante dessa situação, desconexo com o mundo, ele acaba sendo preso, e novamente transferido a outra clinica psiquiátrica.
O ser humano tem a tendência de criar grupos com aqueles que se assemelham, a fim de se reconhecer no outro e desta forma sentir-se parte de uma realidade, em contrapartida essa busca pela identidade cultural exclui todos aqueles que são diferentes.
É por essa razão que a inclusão social de minorias, ainda hoje é tão difícil. O estereótipo preso ao individuo, como no caso de Neto, é muito forte e a tomada do seu lugar na sociedade nem sempre é alcançada. Ciências humanas como a Antropologia e Psicologia procuram entender e remediar essa situação através da conscientização. Quanto a crítica ao sistema manicomial, pode-se dizer que hoje, ela é amparada pela Lei Federal nº. 21.216 e mudanças ocorreram na estrutura da saúde mental, mesmo assim a reforma ainda não esta completa.
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