Resenha Clinica la Borde
Por: andressaguedes • 17/10/2020 • Trabalho acadêmico • 454 Palavras (2 Páginas) • 311 Visualizações
A professora Janaína intitulou sua aula com o nome de “La Borde e a psicologia institucional- notas de uma experiência em processo de descolonização” caminho este que a mesma segue desde o tempo da universidade, como descolonizar a psicologia através de praticas que não sejam do período colonial. Ela começou contextualizando o nome do hospital La Borde ou A borda, pensado tanto na fronteira da doença mental e na fronteira da institucionalidade na psicologia / psiquiatria. Ela contextualizou também o momento histórico no Brasil e na França antes da construção de La Borde, onde pessoas que não compactuavam com o sistema capitalista era mandado para serem exilados em hospitais psiquiátricos.
La borde foi inspirado na clinica Saint Alban, que movimentava praticas anti manicomiais. O paradigma do hospital, também servia para esconderijo para militantes e produção de movimentos revolucionários. La Borde é um hospital aberto fundado em 1953 Por Felix Guattari e se encontra localizado em uma paisagem de bosques e lagos no interior da França. Os elementos terapêuticos principais são o acolhimento, o ambiente em si, a relação entre as pessoas e o tratamento psicológico e psiquiátrico. Sua estrutura é bem diferente dos hospitais convencionais, pois não possui cercas ou muros que impeça o ir e vir das pessoas. O funcionamento da clinica é de responsabilidade coletiva dos pensionnaires, como são chamados os pacientes e dos trabalhadores: médicos, psicólogos, estagiários e etc., E todas as atividades que mantem o hospital são divididas, inclusive o Clube terapêutico onde é organizado as atividades dos ateliês como musica, pintura, cinema, escrita, passeios, e trabalhos relacionadas ao bar e a tabacaria.
Janaina foi para o hospital em 2012, que apesar de já está recém-formada, trabalhou por dois meses como estagiaria e não como profissional. Ela disse ter programado a viagem com um ano e meio de antecedência e que o desejo estar em La Borde surgiu por conta de professores e colegas acadêmicos que estiveram lá . A mesma mandou uma carta de intenção e foi finalmente aceita. Ela foi então, cheia de anseios e medos (citou inclusive o que ela chamou de paranoia brasileira, por ter medo de andar a noite pela região e ser assaltada), mas que apesar dos medos, estava bastante excitada pelo que estava por vir, afinal tudo era novidade. La ela conviveu com pessoas do mundo inteiro e disse que foram tempos intensos principalmente por conta das demandas relacionais. Contou também já no final de sua aula que no inicio ficava espantada com o fato de moradores e funcionários se misturarem, sem nenhuma hierarquia e que com o tempo percebeu que aquilo era um preconceito enraizado da mesma. Enfim esta aula acabou sendo muito enriquecedora para todos os alunos.
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