Resenha Moral E ética
Monografias: Resenha Moral E ética. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: GiihFarias • 28/9/2013 • 1.086 Palavras (5 Páginas) • 4.302 Visualizações
La Taille, Yves de. Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas / Yves de La Taille – Porto Alegre : Artmed, 2006.
A psicologia moral é palco de diversidade teórica, o autor apresenta em seu livro duas vertentes sobre o tema sendo a primeira a ênfase na razão ou na afetividade e a segunda a definição de o que é a moral e para isso veremos quatro abordagens representativas da psicologia moral. Enfatizando a dimensão afetiva dos comportamentos morais, sem definir um conteúdo preciso para a moral, temos as teorias de Durkheim e Freud e enfatizando a dimensão racional e assimilando a moral a princípios de igualdade, reciprocidade e justiça têm as teorias de Piaget e Kohlberg.
Em resumo, vemos a moral como conjunto de deveres e para compreender isto precisamos entender dois conceitos distintos, sendo o “relativismo axiológico” que implica afirmar que todos os sistemas morais tem o mesmo valor e o “relativismo antropológico” que afirma a impossibilidade de existir um sistema moral universal.
Habitualmente, consideramos os conceitos de Moral e Ética como sinônimos, pois se referem a um conjunto de regras de conduta consideradas obrigatórias, mas é importante lembrar que falar na primeira é falar em deveres e na ultima é “viver uma vida que vale a pena ser vivida”. Visto que a moral tem a função de regrar a vida em sociedade, e que esses deveres condicionam a busca pela felicidade, o autor destaca três virtudes morais, sendo elas, justiça, generosidade e honra.
O autor utiliza-se da definição de Piaget sobre a justiça, este afirma que ela é inspirada em dois princípios sendo igualdade e a equidade. Define generosidade como dar a outrem o que lhe falta, sendo que esta falta não corresponde a um direito. E por fim, define honra que é o valor moral que a pessoa tem aos próprios olhos.
No segundo capítulo, La Taille dedica- se a escrever sobre a questão “Saber fazer moral: a dimensão intelectual”. O autor afirma que a razão está sempre presente quando tratamos da moral e que esta é um objeto de conhecimento que determina o que deve ser feito e o que não deve ser feito. Mas, a dimensão intelectual da ação moral não depende apenas do conhecimento dessas regras mas da consciência de quais são os valores que nos norteiam.
Para entender esse conceito de moral, precisamos compreender a questão do conhecimento cultural que nos leva a apreender a diversidade de modos de viver, a diversidade de valores, a diversidade das formas de pensar o sentido da vida. Para entender isso precisamos descartar duas ideias, o relativismo moral axiológico e a de que basta conhecer o outro para respeitá-lo. Então, vemos o conhecimento cultural como alimento para a dimensão intelectual da moral e diz que na verdade o respeito implica em querer conhecer. Para aplicar de forma correta esse conhecimento precisamos compreender outros dois conceitos, o de equacionamento moral e a sensibilidade moral.
Equacionamento Moral consiste em, diante de uma situação na qual regras, princípios ou valores morais ou conflitantes aparecem com clareza, destacar esses elementos, ponderá-los e para tomar a decisão, estabelecer uma hierarquia de valor entre eles. É importante perceber aqui que essa definição não implica que todas as pessoas cheguem ao mesmo julgamento, portanto, não se trata em encontrar a resposta certa. Sensibilidade moral refere-se à capacidade de perceber questões morais em situações nas quais elas não aparecem com clareza. Assim, esses dois conceitos são essenciais para entendermos o conhecimento cultural.
Para finalizar o capítulo, La Taille apresenta o desenvolvimento do juízo moral e retoma as ideias de Piaget sobre as etapas do desenvolvimento, anomia, heteronomia e autonomia e as de Kohlberg sobre os três grandes estágios que desencadeiam o juízo moral os quais subdividem- se em seis etapas sendo as do nível pré-convencional orientação para a punição e a obediência e a orientação instrumental-relativista; as do nível convencional
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