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Resenha - O Mal Estar na Civilização (Sigmund Freud)

Por:   •  17/5/2019  •  Resenha  •  394 Palavras (2 Páginas)  •  461 Visualizações

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O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO

FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Tradução: Paulo César de Souza. 1ª ed. São Paulo: Penguin Classics. Companhia das Letras, 2011.

No início da obra, Freud tenta entender o fenômeno espiritual de um sentimento chamado sentimento "oceânico" – um sentimento que abarca infinitude e unidade entre o ego e o mundo exterior. Este sentimento é "um fato puramente subjetivo, não um artigo de fé." Ele não indica uma lealdade a uma religião específica, mas aponta para a origem do sentimento religioso de seres humanos. Igrejas e instituições religiosas são adeptos da canalização desse sentimento através dos sistemas de crenças, embora não seja, necessariamente, responsáveis pela formação desse sentimento.

Em geral, o ego se percebe como um ente separado por linhas nítidas e claras de demarcação em relação ao mundo exterior. Esta distinção entre o dentro e o fora é uma parte crucial do processo de desenvolvimento psicológico, permitindo que o ego possa reconhecer uma "realidade" além de si mesmo. Após resumir sua pesquisa anterior, Freud retorna à questão do sentir "oceânico", afirmando o caráter pouco convincente da explicação da origem do sentimento religioso de seres humanos a partir dessa ideia. De acordo com Freud, a origem do sentimento religioso advém de uma busca por proteção paterna na infância que continua na vida adulta, sustentada pelo "medo do poder superior do destino.”.

Quando Freud trata que o sentimento oceânico remete a uma sensação de unidade ou pertencimento ao universo, sensação esta que é usufruída pelas religiões, o autor define como “propósito da vida humana” a busca e permanência num estado de felicidade. Todavia, alcançar tal estado de completude – que para Freud mostra-se como inalcançável – dá-se por duas vias: a negativa, evitando constantemente os desprazeres da vida; e a positiva, que é a busca por obtenção de prazeres efêmeros, a fim de aliviar os sofrimentos.

Na medida em que Freud atenta para a ideia de que a felicidade plena é inatingível, explica que a religião surge como um método de submissão incondicional de caráter bifronte no propósito da vida humana, pois proporciona a aquisição de felicidade – embora efêmera – e protege contra o sofrimento e desprazeres do cotidiano. Método que, segundo o autor, intimida a inteligência ao passo que deprecia o valor da vida e deforma o mundo real, criando um mundo delirante e fantasioso no qual depositam toda a expectativa de felicidade plena.

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