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Resenha A vida sexual humana. Sigmund Freud. Conferências introdutórias á psicanálise (1916-1917), Capítulo 20.

Por:   •  9/9/2017  •  Resenha  •  1.993 Palavras (8 Páginas)  •  1.297 Visualizações

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Resenha

A vida sexual humana.

Sigmund Freud.

Conferências introdutórias á psicanálise (1916-1917),

Capítulo 20.

Edson Bellusci Cavalcante

O autor narra o texto em primeira pessoa, se dirigindo ao leitor de forma coloquial, ele inicia se referindo a sexualidade como um tabu, não usando essa palavra, mas dizendo ser uma coisa indecorosa para a maioria das pessoas, lembrando que o texto foi escrito no início do século XX, época de grande puritanismo.

Ele segue dando algumas definições do termo “sexual”, sendo estas: como sendo tudo relacionado a diferença entre os sexos; tudo que visa o prazer das genitais do sexo oposto e o ato em si. Ele especula sendo a reprodução o cerne da sexualidade, mas relata que isso exclui muitas práticas que são sexuais, mas não visam a reprodução como a masturbação e o beijo. Ele conclui que todas essas definições não são suficientes para uma determinação científica.

Freud prossegue relatando a existência de indivíduos que fogem a normalidade da média das pessoas, iniciando pelos homossexuais de ambos os sexos que ele chama de “perversos” ou invertidos que renunciaram a reprodução e que não se diferem dos heterossexuais no que diz respeito a um julgamento de valor, ou a forma de se relacionarem, não sendo melhores nem piores pessoas.

Dando continuidade o autor descreve as mais diversas formas de anormalidades da sexualidade humana, dividindo-os em dois grupos: o primeiro são aqueles que substituiriam o órgão genital como objeto de satisfação por outra parte do corpo, como a boca e anus, ou ainda os seios ou os pés. Há também os fetichistas, que podem usar para sua satisfação qualquer objeto, peça de roupa, um sapato ou roupa íntima, entre outras barbaridades.

Um segundo grupo se satisfaz com apenas a parte antes do sexo em si, e também os sádicos que fazem seu parceiro sofrer para se satisfazer, e os masoquistas que se humilham e sofrem para ter e dar prazer.

Freud diz que cada um desses grupos se divide entre os que buscam a satisfação na realidade e o outro apenas na imaginação, na fantasia.

Ele diz que essas distorções têm a função de substituição, e que servem para satisfazer, da mesma forma que o sexo comum é para a maioria das pessoas.

Freud nos indaga de como devemos nos posicionar ante as formas incomuns de satisfação sexual e apesar de toda indagação que o assunto gera, ele afirma ser um campo de fenômeno como outro qualquer e bastante frequente. Muitos não entendem a sexualidade como algo normal, considerando-a uma configuração patológica, chamada perversões. Para Iwan Bloch, perversões seria “sinais de degeneração”, ao demonstrar que a sexualidade ocorre desde sempre, em todas as épocas e povos, dos mais primitivos aos de mais elevada civilização.

Com relação aos sintomas neuróticos, Freud coloca que eles constituem satisfação substitutiva de caráter sexual, porém que só se justifica se entendermos “satisfação sexual” como necessidades sexuais perversas. A neurose histérica pode produzir sintomas em todos os sistemas e perturbar todas as funções orgânicas, onde os impulsos perversos substituem o genital por outros órgãos e assim os órgãos que não tem nada a ver com a sexualidade, realizam os impulsos sexuais perversos tomando para si a importância dos órgãos genitais. No que se refere aos sintomas que caracteriza a neurose obsessiva, os mais importantes revelam-se provocados pela pressão de impulsos sexuais sádicos bastante fortes, e servem para defender-se de tais desejos ou expressam a luta entre satisfação e defesa. Há outra forma de neurose, que se pode chamar de “cismadouras”, que corresponde a uma sexualização excessiva de atos que seriam preparativos para a satisfação sexual normal.

Para Freud a frustração da satisfação sexual normal pode conduzir ao adoecimento neurótico e havendo essa frustração real a necessidade se lança aos caminhos anormais da excitação sexual, assim os impulsos perversos vão aparecer mais intensos do que seriam se houvesse contraposto a satisfação sexual normal.

Freud coloca que a perversão tem conexão com a vida sexual humana, mesmo enfrentando para isso opiniões opositoras. Aborda o comportamento e a sexualidade infantil como precursores da perversão. Fala isso baseado em suas observações. Fala que as crianças possuem necessidades sexuais, de satisfação desde o início da vida. Elas não desenvolvem esse desejo somente na fase da puberdade. Nesta fase, o que é despertado no adolescente, é a função reprodutora. Freud acha que os que pensam que a sexualidade é somente desenvolvida na puberdade, cometem um erro, pois confundem sexualidade com reprodução e dificultam o entendimento da sexualidade, das perversões e das neuroses. Freud pensa que esse erro tem sua fonte na influência da educação, na qual a sociedade tenta domar e submeter esse ímpeto reprodutivo a uma vontade individual que esteja de acordo com a ordem social. A sociedade também tenta deixar para outro momento o desenvolvimento desse instinto, até que a criança tenha alcançado a maturidade intelectual. Porém isso é importante para que o ser humano desvie sua energia da atividade sexual para o trabalho, para as suas responsabilidades sociais. Freud comenta que essa experiência tem mostrado aos educadores que a tarefa de guiar a vontade sexual da nova geração, só pode ser realizada pela influência. Não precisa esperar os momentos turbulentos da puberdade, mas já se pode intervir na vida sexual da criança, preparando-a para a fase posterior. O que muitas vezes acontece é que se ignoram as práticas sexuais da criança ou como a ciência faz, considera a criança como pura e inocente. O autor diz que as crianças são as únicas que não participam dessas convenções, demonstrando a todo o momento que o caminho rumo a pureza ainda está por ser percorrido. Podemos observar nas crianças entre cinco a seis anos de idade, a presença da sexualidade, ou seja, a presença dos “maus hábitos infantis”, como intitulam aqueles que negam a sexualidade infantil. Neste período da vida, a criança por ser considerada assexuada, é envolvida por uma amnésia, que somente por exploração analítica, seus conteúdos são capazes de serem alcançados, mas que aparecem nos sonhos infantis. Neste ponto do texto, Freud expõe o que se pode perceber com mais clareza na vida sexual da criança, ou seja, sua libido. Essa é uma força com que o instinto se manifesta, por exemplo, a manifestação da fome, o desejo de alimentação. Dessa forma, as práticas

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