Resenha do capitulo: Grupos musicais - Harmonia enlouquece, sistema nervoso alterado
Por: ca1ca • 15/10/2018 • Resenha • 1.353 Palavras (6 Páginas) • 329 Visualizações
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Resenha do capitulo: “Grupos musicais: Harmonia enlouquece, sistema nervoso alterado (Brasil) e trazer para casa (Portugal).”
Disciplina: Práxis em Processos Grupais – Psicologia 9º Período
Professor: Lélio
Niterói, 2016.
Segundo a musicoterapeuta Clarice Moura Costa, a música foi utilizada por místicos, espiritualistas, por todos os aspectos religiosos na antiguidade; os mesmos acreditavam que a música era um instrumento de cura, mas a pesquisa e o estudo relacionado a esse trabalho lhe colocando como sendo realmente um agente terapêutico só ocorreu a partir do século XVII; Costa acrescentou que a partir desse século ocorreu uma vontade acentuada de ordenar a aplicação da música com fins terapêuticos e esse fato foi percebido com incidência no campo da saúde mental, ou seja, essa prática teve início na saúde mental, e após isso foi desenvolvido o campo de investigação musicoterápico; Segundo o texto, no século XVII a música era recomendação praticamente exclusiva do tratamento dos casos psiquiátricos. No séc. VXIII Costa aponta fatos importantes relacionados ao uso da música no tratamento dos enfermos, médicos chegavam a propor que a música poderia ser a cura da pessoa doente, pois mudava o estado de espirito do mesmo, e ainda selecionavam quais músicas seriam mais eficazes para determinados tratamentos.
No séc. XIX a doença mental passou a ser poder dos médicos, pois foi categorizada, classificada dentro de um quadro nosológico, ou seja se passou a descrever e classificar as diferentes doenças mentais. Foi surgindo em concomitância então a questão da disciplina dos usuários e a ideia de poder do médico sobre a doença mental, neste séc. a música serviu como possibilidade de domesticar a loucura, e era uma forma defendida por Pinel. Já em meados do séc. XX os trabalhos com Musicoterapia ressurgiram nos EUA, nos hospitais que tratavam dos “neuróticos de guerra”; as neuroses de guerra eram consideradas patologias decorrentes de graves danos causados no SNC (Sistema Nervoso Central); nesses hospitais eram feitos vários trabalhos afim de recuperar a sanidade mental dos mesmos; ensinando-lhes a tocar os instrumentos por exemplo; esses tratamentos eram utilizados com os doentes que mesmo clinicamente curados apresentavam sequelas como quadro de depressão grave, e os recursos utilizados normalmente não estavam apresentando resultado significativos, a musicoterapia foi utilizada então como a última alternativa para uma possível cura ou mudança de quadro.
No Brasil a música era discutida na educação especial, também como forma de tratamento, de inclusão daqueles alunos, e havia os movimentos de arteterapia, que é um procedimento terapêutico, que age como uma forma de fazer a interligação do interno e o externo do indivíduo; é uma forma de usar a arte como meio de comunicação entre o profissional e a pessoa buscando assim uma produção em prol da saúde do paciente, em benefício do mesmo. A partir do séc. XX o olhar para a produção artística do louco mudou, através dessas produções artísticas era possível a análise e a interpretação tendo como base essa expressão natural ali transmitida. Deste modo e caminhando aos poucos, porém com progresso, foi surgindo uma onda que trouxe reconhecimento, trouxe voz para a produção de arte das pessoas usuárias da saúde antes, o que antes não era visto com importância, não tinha peso, passou a ser visto fora da áurea do isolamento e assim ganhou seu espaço; essa arte passou a ganhar força suficiente para lutar a favor da libertação dos muros manicomiais; foram instituídos instrumentos para ouvir os mesmos e seguir juntos, várias maneiras e formas foram criadas para fazer arte com os usuários, não fazendo por eles mas sim dando voz e fazendo com eles.
No final do séc. XX, devido aos direitos alcançados pela reforma psiquiátrica no Brasil foram criadas várias oficinas de música em locais diferentes de tratamento de saúde mental; várias pessoas envolvidas na causa de uniram para criarem os grupos musicais; e as pessoas que participavam das atividades terapêuticas de música participavam também, se assim fosse a vontade dos mesmos, da formação do grupo musical. Uma questão importante sobre esses grupos é que ali não havia objetivo estético musical, as pessoas que ali estavam, estavam simplesmente para fazerem sua vontade, cantar, tocar qualquer instrumento. Esses grupos musicais ensaiam para show e se apresentavam, ali era possível observar o encontro de tudo aquilo que foi preparado, ensaiado, esquematizado durante o tempo de ensaio, mostra o resultado de toda a construção, os resultados positivos são visíveis, todo o movimento, o processo e a importância disso tudo traz um benefício enorme para todos os envolvidos. Em meio a ideia do efeito de difração que permeia a música e as práticas terapêuticas é importante salientar que em outras palavras encontramos no texto que há possibilidades de ir, vir, pensar, conviver, viver, refletir, além do preconceito que se instaura com a difração do produto que foi de antemão constituído, percebe-se então que difração não é uma reflexão, as práticas promovem o efeito de difração, a construção dos grupos musicais produziram um efeito difrativo nas considerações em relação as práticas de musicoterapias em saúde mental.
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