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Resenha do o livro: A logoterapia

Por:   •  16/8/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.334 Palavras (6 Páginas)  •  294 Visualizações

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Apresentação do livro: A logoterapia

O autor Viktor E. Frankl em seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de Concentração) exibe as suas experiências nos campos de concentração nazistas e apresenta a base de sua criação: a logoterapia.

A logoterapia é em sua essência a terapia da busca de sentido. Frankl expressa que o centro da existência humana é o cumprimento de um sentido, ou seja, de um objetivo, de uma razão, de um propósito. Sentido este, que não é um produto que o indivíduo busca em seu interior, mas sim no exterior, no ambiente.

É essa procura que move o ser humano, é essa vontade por alcançar uma causa, que é o estímulo para a vida. Sendo assim, a logoterapia se designa a conscientizar e despertar o paciente dos seus anseios mais intensos e de mais valor que estão desativados e que precisam por ele ganharem significados.

Esse método psicoterapêutico de Frankl tem uma visão ampla do homem, tridimensional, uma visão do corpo: biológica, da mente: psicológica e espiritual. Vale ressaltar, que o espiritual estabelecida pelo autor nada tem a ver com o contexto religioso que estamos familiarizados, a dimensão espiritual que Frankl integra ao homem está intrinsicamente ligada à capacidade de captar a vida do momento e atuar no imediato. O homem da logoterapia é autotranscendente, ou seja, é capaz de dirigir-se ao sentido da sua vida e de superar a si mesmo.

Para tanto, Frankl declara que para a logoterapia são basicamente três formas de alcançar tal sentido:

  1. Criando um trabalho ou praticando um ato;
  2. Experimentando algo ou encontrando alguém;
  3. Pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável;

A primeira forma é nítida, o homem precisa se expor na realização de uma atividade e ou situação.

Na segunda o autor menciona que são exemplos, contemplar a natureza, vivenciar a bondade, a beleza e ou experimentar o outro, simplesmente amando-o. Já na terceira forma, mais complexa do que as anteriores, o homem precisa de mais arranjo, demanda mais estrutura, é quando o homem é posto à prova de uma situação que lhe causa dor, causa angústia e que lhe exige um repertório inteligível de saber encontrar o sentido diante desses momentos que o destino não permite altera-los, como a morte, por exemplo.

Amor é a única maneira de captar outro ser humano no íntimo da sua personalidade. Ninguém consegue ter consciência plena da essência última de outro ser humano sem amá-lo. Por seu amor a pessoa se torna capaz de ver os traços característicos e as feições essenciais do seu amado; mais ainda, ela vê o que está potencialmente contido nele, aquilo que ainda não está, mas deveria ser realizado. Além disso, através do seu amar a pessoa que ama capacita a pessoa amada a realizar estas potencialidades. Conscientizando-a do que ela pode ser e do que deveria vir a ser, aquele que ama faz com que estas potencialidades venham a se realizar. (FRANKL, 2017, p. 136) 

Esta terceira forma de buscar o sentido, é o coração do livro de Frankl. Quando o mesmo está no campo de concentração, experenciou a fome, o frio, o cansaço, a tristeza intensa, viu a morte de companheiros e quase chegou a sua própria morte, viveu a desesperança e tantos outros sentimentos dolorosos, mas no meio de tanto caos enxergou a capacidade do ser humano de querer vive mesmo perante a desgraça, é a capacidade de acolher o sofrimento inevitável e caminhar a diante.

Não devemos esquecer nunca que também podemos encontrar sentido na vida quando nos confrontamos com uma situação sem esperança, quando enfrentamos uma fatalidade que não pode ser mudada. Porque o que importa, então, é dar testemunho do potencial especificamente humano no que ele tem de mais elevado, e que consiste em transformar uma tragédia pessoal num triunfo, em converter nosso sofrimento numa conquista humana. (FRANKL, 2017, p. 136)

Sendo assim a logoterapia, acredita que o "sofrimento de certo modo deixa de ser sofrimento no instante em que encontra um sentido, como o sentido de um sacrifício". No entanto, está errado pensar que só no sofrimento se encontra a vontade de sentido, é apesar de, ou seja, ainda que o homem se encontre em um momento de tormento ele é capaz de recuperar forças e encarar tal situação com uma perspectiva amena e suportável.

Esse método psicoterapêutico de Frankl, também ficou conhecida como a terceira escola vienense e é caracterizada por sua teoria fenomenológica e existencial-humanista, teoria esta que em uma breve explicação, pois este assunto será mais aprofundado ao longo desse presente trabalho, rompe com a visão determinista, reduzida e mecanizada do homem e parte para uma concepção de autententicidade, totalidade e integralidade de um homem, que por sua vez é agente na sua vida, que assina suas escolhas, que é provido de um saber noético frente a realidade, isto é, que se posiciona no aqui e agora e toma suas decisões, que é dono de sua autotranscedência, que se defende dos pormenores conflituosos da vida.

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