Resenha sobre O Espaço Potencial na Experiência Compartilhada do Brinca

MOREIRA, Leliane. “Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos: Resgatando o Espaço Potencial na Experiência Compartilhada do Brincar”. In: Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos: Resgatando a Experiência Compartilhada do Brincar. Curitiba, Editora Juruá, 2019, p. 59-73.

No capítulo titulado ”Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos: Resgatando o Espaço Potencial na Experiência Compartilhada do Brincar”, do livro Consultas Terapêuticas com Pais e Filhos: Resgatando a Experiência Compartilhada do Brincar, a Psicanalista Leliane Moreira inicia o capitulo pontuando sobre o principal objetivo das consultas terapêuticas com pais e filhos, que é o resgate do espaço potencial.

Novamente Moreira evidência a impossibilidade dos pais em adentrar no mundo infantil, dificultando a identificação do sintoma, bem como, distanciando-se do mesmo, por não se sentirem capazes de dar o suporte necessário para a criança.

Descrevendo o processo que ocorre as consultas, Moreira descreve como um encontro psicanalítico breve, onde a criança busca no psicólogo uma mãe suficientemente boa, que supra suas necessidades, dessa forma, o psicanalista adapta-se às expectativas e necessidades do paciente, baseia-se na teoria Winnicottiana e na comunicação com seus pacientes, não sendo algo engessado, preso a métodos predispostos.

O ambiente familiar é essencial para a continuidade do processo de amadurecimento da criança, quando o psicanalista observa falhas nesse ambiente, faz se necessário incluir os pais no processo terapêutico. De acordo com Winnicott, é necessário que o psicanalista desempenhe o papel de uma mãe suficientemente boa, atenta as necessidades do paciente, ciente do momento do processo maturacional, para que as intervenções não intensifiquem a angústia da criança, utilizando o termo “cuidar- curar”, que de acordo com Moreira “[...] como uma extensão do segurar da mãe suficientemente boa, explicitando sua compreensão da posição a ser ocupada pelo psicanalista ao responder às necessidades dos pacientes em prol do incremento do crescimento individual.” (Moreira, 2019, p.62)

Discorrendo sobre sua atuação como supervisora no Serviço Escola, relata o processo de formação dos grupos que irão atender, e quais são os critérios utilizados, que se baseiam nas similaridades, tanto das queixas, quanto da faixa etária dos pacientes. Aponta a importância da psicanalise em um processo grupal, pois com o compartilhar das experiências, há o enriquecimento do setting clínico, produzindo tanto movimento de identificação, quanto de dessemelhança, fomentando a compreensão do fenômeno psicológico.

O processo psicanalítico ocorre a partir da entrevista inicial com os pais ou responsáveis pela criança. O objetivo dessa entrevista inicial é acolher de maneira compreensiva os pais, que diante da queixa e dos conflitos decorrentes da mesma não sabem como agir, resultando em uma ansiedade, ancorada no sentir-se incapaz de lidar com o problema atual da criança, bem como, informações sobre a dinâmica familiar e o desenvolvimento da criança. A escuta da queixa através dos pais, contribui para que se compreenda como é percebido o sintoma da criança por eles, contudo, a compreensão da queixa como um todo é construída concomitantemente com a criança.

Antes que ocorra as sessões lúdicas, os estagiários são orientados a assumir