SISTEMA SENSITIVO, SISTEMA MOTOR E SISTEMA AUTÔNOMO
Por: Bianca Dilara • 31/5/2017 • Trabalho acadêmico • 3.214 Palavras (13 Páginas) • 564 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- UFMA
BIANCA DILARA MARQUES SILVA
SISTEMA SENSITIVO, SISTEMA MOTOR E SISTEMA AUTÔNOMO
São Luís- Maranhão
2016
SISTEMA SENSITIVO
1.0 DEFINIÇÃO
O sistema sensitivo é responsável pela condução dos impulsos nervosos originados nos receptores periféricos para os centros nervosos suprassegmentares. É composto de vias aferentes ou vias sensitivas. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa. As vias sensitivas podem ser consideradas como cadeias neuronais que unem os receptores ao córtex. Em cada uma das vias aferentes deve-se estudar os seguintes itens:
- Receptor: terminação nervosa sensível ao estimulo que caracteriza a via, sendo especializado para cada tipo de sensibilidade;
- Trajeto periférico: compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos;
- Trajeto central: em seu trajeto pelo SNC, as fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes funcionais (tratos, fascículos, lemniscos);
- Área de projeção cortical: quando está no córtex cerebral, é consciente e possibilita a distinção entre os tipos de sensibilidade; quando está no córtex cerebelar, é inconsciente e o impulso não determina nenhuma sensibilidade, sendo apenas utilizado apenas para a integração motora.
Dentre as características do sistema sensitivo, tem-se a hierarquização do processamento da informação, onde elas são transmitidas através de uma sucessão de regiões inicialmente subcorticais e depois corticais. No caso das vias inconscientes (cerebelares), esta cadeia é constituída apenas por dois neurônios. Enquanto nas vias conscientes (cerebrais), são três neurônios. O sistema sensitivo possui a capacidade de receber informações sobre as diferentes partes do corpo, chamada de somestesia, podendo ser dividida em quatro modalidades sensoriais: o tato, a termossensibilidade, a propriocepção e a dor.
2.0 CLASSIFICAÇÃO
Como forma de classificação, dividem-se as vias aferentes em: vias aferentes do tronco e membros, que penetram no sistema nervoso central pelos nervos espinhais e vias aferentes da cabeça, que penetram por nervos cranianos.
2.1 VIAS AFERENTES QUE PENETRAM NO SNC POR NERVOS ESPINHAIS
1) Vias de Dor e Temperatura: os receptores de dor são terminações nervosas livres. Existem duas vias principais através das quais são conduzidos ao cérebro os impulsos de dor e temperatura:
- Via neoespinotalâmica: trata-se da via clássica de dor e temperatura, tem a característica da dor ser localizada e aguda, a chamada dor em pontada. Através dela, chegam ao córtex cerebral impulsos originados nos receptores térmicos e dolorosos, situados no tronco e nos membros do lado oposto. Constituída pelo trato espinotalâmico lateral, envolve três neurônios: neurônios I, que se localizam nos gânglios espinhais, neurônio II, na coluna posterior da medula e neurônios III, que fica no tálamo e seus axônios formam radiações talâmicas que pela cápsula interna e coroa radiada, chegam a área somestésica do córtex cerebral.
- Via paleoespino-talâmica: é constituída de uma cadeia de neurônios em número maior que os da via neoespinotalâmica, dentre eles: neurônios I, localizam-se nos gânglios espinhais, neurônios II, localizam-se na coluna posterior da medula e neurônios III, localizam-se na formação reticular. Esta via é responsável por um tipo de dor pouco localizada, dor profunda do tipo crônico, correspondendo a dor em queimação.
2) Via de Pressão e Tato Protopático: o subsistema somestésico protopático é grosseiro (pouco discriminativo), lento e menos preciso. Os receptores de tato e pressão são os corpúsculos de Meissner e os de Ruffini, são também as ramificações dos axônios em torno dos folículos pilosos. Compreendem os seguintes neurônios: Neurônios I, localizam-se nos gânglios espinhais, neurônios II, localizam-se na coluna posterior da medula e neurônios III, que localizam-se no tálamo. Originam axônios que formam radiações talâmicas que atingem a área somestésica do córtex, levando receptores de pressão e tato situados no tronco e nos membros.
3) Via de Propriocepção Consciente, Tato Epicrítico e Sensibilidade Vibratória: o tato epicrítico é preciso, rápido, discriminativo e com representação espacial detalhada. Permite reconhecimento de forma e tamanho de objetos colocados nas mãos. Compreende os neurônios seguintes: neurônios I, localizam-se nos gânglios espinhais, neurônios II, localizam-se nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo e neurônios III, localizam-se no tálamo. Originam axônios que formam radiações talâmicas que atingem a área somestésica do córtex.
4) Vias de Propriocepção Inconsciente: são as vias que levam ao cerebelo os impulsos originados na musculatura e nos tendões. Compreendem o tracto espino-cerebelar posterior, que penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior, avalia o grau de contração, a posição e a velocidade dos movimentos musculares, da tensão nas cápsulas articulares e nos tendões; o tracto espino-cerebelar anterior, que penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior, avalia a atividade do tracto córtico-espinhal e o tracto cuneo-cerebelar, que penetra pelo pedúnculo cerebelar inferior e leva estímulos do pescoço.
5) Vias de Sensibilidade Visceral: os impulsos originados nas vísceras são geralmente inconscientes, relacionando-se com a atividade reflexa. Porém alguns impulsos se tornam conscientes e são relacionados com a dor visceral.
2.2 VIAS AFERENTES QUE PENETRAM NO SNCS POR NERVOS CRANIANOS
1) Vias Trigeminais são divididas em:
- Via trigeminal exteroceptiva: os receptores são responsáveis pela sensibilidade da face, fronte e parte do escalpo, mucosas nasais, seios maxilares e frontais, cavidade oral, dentes, dois terços anteriores da língua, articulação temporomandibular, córnea conjuntiva, dura-máter das fossas media e anterior do crânio. Os neurônios são: neurônios I, situados nos gânglios sensitivos, neurônios II, localizados no núcleo do trato espinhal ou no núcleo sensitivo principal do trigêmeo e neurônios III, localizados no núcleo ventral posteromedial do tálamo.
- Via trigeminal proprioceptiva: levam impulsos proprioceptivos inconscientes ao cerebelo.
2) Via Gustativa divide-se em:
- Receptores gustativos: células gustativas situadas em botões gustativos distribuídos na parede das papilas da língua e nas paredes da faringe, laringe e esôfago proximal
- Via gustativa: compreendida pelos neurônios I, que localizam-se nos gânglios geniculado e inferior, neurônios II, situados na porção gustativa do núcleo do trato solitário e neurônios III, que localizam-se no tálamo.
3) Via Olfatória é dividida em:
- Receptores olfatórios: são quimiorreceptores, os cílios olfatórios das vesículas olfatórias, pequenas dilatações do prolongamento periférico das células olfatórias.
- A via olfatória: composta pelos neurônios I, que são as próprias celular olfatórias e estão localizados na mucosa olfatória, neurônios II, são as células mitrais.
4) Via Auditiva se divide em:
- Receptores auditivos: localizados na parte coclear do ouvido interno, são os cílios das células sensoriais, situadas no órgão de Corti.
- Vias auditivas: compreendem os neurônios I, localizados no gânglio espiral na cóclea, neurônios II, situados nos núcleos cocleares dorsal e ventral, neurônios III, localizados no colículo inferior e neurônios IV, localizados no corpo geniculado medial.
5) Vias Vestibulares Conscientes e Inconscientes dividem-se em:
- Receptores vestibulares: são cílios de células sensoriais situadas na parte vestibular do ouvido interno, em contato com a endolinfa.
- Vias vestibulares: compreendem os neurônios I, localizados no gânglio vestibular, os neurônios II, localizados nos núcleos vestibulares.
6) Via Óptica: compreende o trajeto dos impulsos nervosos na retina, onde se inicia a sensação de visão e posteriormente, o seu trajeto do olho até o córtex do lobo occipital, onde se inicia o processamento necessário à percepção visual.
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