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SUPERVISÃO DE ESTÁGIO: Intervenções Clínicas Breves (Psicanálise)

Por:   •  29/2/2020  •  Resenha  •  803 Palavras (4 Páginas)  •  453 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA

SUPERVISÃO DE ESTÁGIO

Intervenções Clínicas Breves (Psicanálise)

Fichamento 1

Aluno (a): Marta Bomfim Machado

Matrícula: D075IF-4                    Turma: PS3P44

Professora: Rita Cerioni

Campus: Jundiaí

No texto “Recomendações aos médicos que exercem a Psicanálise”, Freud faz uma relação de recomendações para aqueles que desejam ou já exercem a Psicanálise. Essas recomendações são frutos da experiência dele mesmo na prática clínica da psicanálise e ele passa para outros no intuito de evitar que eles cheguem no mesmo erro que ele cometeu e encurte o seu tempo de percurso.

  1. Um dos primeiros pontos abordado por Ele, é a necessidade do analista possuir uma boa memória, para que não confunda material de um paciente com outro. E para isso ele apresenta uma técnica, que é não direcionar a atenção para algo específico durante a sessão, apenas mantendo ela uniformemente suspensa diante de tudo que escuta. Freud diz ainda que não é necessário tomar notas durante a sessão, pois ao concentrar atenção em um ponto fixo, o analista deixara passar outras informações, pois estará selecionando os materiais em que se concentrar. Como recomendação Freud diz que o analista deve escutar sem se preocupar se está lembrando de alguma coisa. Seguindo essa técnica, as informações importantes e com sentindo ficará à disposição consciente do médico, e as coisas sem sentido ficará em seu inconsciente até que o paciente traga algo que tenha relação com aquilo. A confusão com algum material trazido pelo paciente só acontece se o médico deixou de praticar a atenção flutuante, deixando passar informações importantes do paciente.
  2. Como já dito acima, Freud não recomenda fazer anotações ou abreviações das informações trazidas na sessão, pois desviará a atenção que deveria estar no que se escuta do paciente. Ele diz que existe algumas exceções quando se trata de datas, informações de sonhos ou de um fato especifico, porém ele mesmo não toma notas durante a sessão nem nessas exceções.
  3. Uma justificativa para tomar notas durante as sessões seria a publicação de estudos científicos, porém Freud alerta que relatos muito detalhados das sessões não são provas convincentes em relatórios psicanalíticos. Pois pode ser cansativo para quem lê e se a pessoas não estiver disposta a acreditar no analista, também não estará disposto a levar em consideração as informações do tratamento.
  4. Não é recomendado trabalhar cientificamente em um caso enquanto ainda se está em tratamento, pois casos que são dedicados a estudos cientificados perde no seu resultado comparado a casos que não tem esse propósito.
  5. É necessário ao psicanalista uma neutralidade e imparcialidade para fazer o seu trabalho, pois evita que suas ambições atrapalhem o rumo do trabalho analítico.
  6. Assim como o paciente tem a responsabilidade de contar tudo ao médico que sua auto-observação perceber, o médico tem o dever de escutar tudo que é trazido pelo paciente para interpretar e identificar o material inconsciente sem sua censura contaminar o material trazido pelo paciente. Ele precisa ajustar seu inconsciente como um receptor, com o inconsciente transmissor do paciente. Mas para isso acontecer o médico precisa lidar com suas próprias questões para que não interfira nas informações trazidas pelo paciente. O médico precisa também ser analisado por alguém com conhecimentos técnicos e Freud fala sobre a importância de buscar a analise sem ser motivada por sintomas e doenças. Aos médicos que resistem em procurar ser analisado, pode acarretar prejuízo tanto para ele mesmo como pessoa, quanto como profissional e também para toda a psicanálise.
  7. Outra recomendação dada por Freud é sobre a conduta perigosa que jovens psicanalistas podem praticar, que é colocar-se em igualdade ao paciente, trazendo coisas de sua vida, seus defeitos e conflitos mentais na tentativa de superar algumas resistências do paciente, porém segundo Freud isso chega mais perto de um tratamento por sugestão do que ser Psicanálise. E isso de nada traz proveito ao tratamento, o médico precisa ser neutro e mostrar ao paciente apenas o reflexo dele mesmo.
  8. Outra tentação que o médico precisa evitar é tentar forçar o paciente a sublimação. Ele deve reconhecer o paciente como ele é, com suas capacidades e resistências, compreendendo que nem todas as pessoas têm a capacidade de sublimar seus instintos tão facilmente, nos pacientes que tem essa capacidade, isso acontecerá naturalmente, ser nenhuma força por parte do médico.
  9. Não se pode pedir a um paciente que se lembre de um momento especifico de sua vida, refletir sobre algo ou prestar a atenção em coisas especificas pois isso pode interferir no tratamento. A cooperação intelectual do paciente é muito perigosa pois ele pode desviar do tratamento indo em direção ao debate intelectual e assim evitar superar a sua situação. Não é recomendado indicar aos pacientes ou a sua família textos psicanalíticos para leitura pois isso pode fazer surgir antecipadamente uma resistência ao tratamento.

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