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Saude Mental

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Por:   •  23/5/2014  •  607 Palavras (3 Páginas)  •  241 Visualizações

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Revisão Científica: Maconha e Saúde Mental

Efeitos da maconha no cérebro.

Essa não é uma discussão política nem apaixonada sobre a proibição ou legalização da maconha. Vamos questionar e debater apenas saúde.

Toda discussão envolvendo a maconha encontra defensores apaixonados e atacantes ardorosos. Poucos temas são tão polêmicos e com tão poucas evidências científicas de um lado ou do outro. Esse clima apaixonado pode levar a uma excessiva simplificação do debate científico e por conseqüência o debate público. Podemos ficar com a impressão ou que a maconha é uma droga muito leve e que deveria ser liberada ou por outro lado podemos avaliar que a maconha é uma droga extremamente perigosa e que deveria ser completamente proibida.

O objetivo de escrever essa revisão científica, dos efeitos psicoativos e comportamentais do uso da maconha, foi melhorar a qualidade das informações dos profissionais de saúde mental no Brasil e por conseqüência um público maior que eventualmente possa interessar-se por esse assunto. Nosso foco foi nos efeitos da maconha no cérebro. Evitamos o debate sobre a legalização dessa substância. Achamos que seria útil separarmos a questão da legalidade da questão da saúde. Como profissionais da saúde mental temos uma maior familiaridade com a metodologia e a ciência do comportamento e achamos que poderíamos contribuir nessa nossa área de especialização.

A lista dos autores dos textos completos relacionados a esse resumo estão no final. Os respectivos textos estão disponíveis no site da ABP.

Existe uma dependência da maconha ?

Nos EUA houve um aumento significativo das taxas de usuários nocivos e dependentes entre os usuários de maconha entre os anos de 1991-1992 e 2001-2002 (30,2% e 35,6%, respectivamente). Este aumento pode estar relacionado, em parte, ao aumento do potencial adictivo da maconha, ou seja, houve um amento de 66% no teor de THC na amostra de maconha analisada em 2001-2002 (5,11%) comparativamente a de 1991-1992 (3,01% de THC). Num estudo prospectivo, iniciado em 1970, com acompanhamento por 12 anos, mostrou-se que 1 em cada 4 usuários de maconha desenvolveram síndrome de dependência no período compreendido entre a adolescência e a idade adulta jovem.

Já descrevemos evidências de uma Síndrome de abstinência de maconha, mas também acumulam-se evidencias de tolerância a mesma através de estudos em animais e em humanos. Gatley e Volkow (1998) mostraram, em animais, que a administração crônica de canabinóide resultou no desenvolvimento de tolerância em relação aos efeitos agudos, incluindo os efeitos motores. Em relação aos seres humanos os sinais de aumento de tolerância são bem documentados e, regra geral, aparecem com doses acima de 3mg/kg/dia.

Outros critérios aceitos para o diagnóstico da Síndrome de dependência da maconha, e evidenciados em estudos populacionais, são:

• A substância é consumida com freqüência em quantidades maiores ou durante períodos mais longos do que se pretendia (consumo maior que o pretendido);

• Existe um desejo persistente ou esforços sem sucesso para eliminar ou controlar o uso da substância (tentativas frustradas

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