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Semiologia dos Transtornos Psicopatológicos

Por:   •  17/9/2023  •  Trabalho acadêmico  •  726 Palavras (3 Páginas)  •  53 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

PSICOLOGIA E SAÚDE DO TRABALHADOR

Prof. Dr. Matilde Agero

Aline Botega dos Santos

Análise do filme "A Classe Operária Vai Ao Paraíso" (1971) a partir do capítulo "O Trabalho Estranhado" da obra Manuscritos Econômicos e Filosóficos de Karl Marx (1844).

Contextualização:

O filme italiano de 1971 conta a história de Lulu, um operário metalúrgico que se torna líder sindical e sonha com uma melhor condição de vida para os trabalhos. A obra explora, além do trabalho, a vida pessoal do personagem que vai em busca do seu "paraíso", seja revolucionando o trabalho ou em seus relacionamentos

No capítulo "O Trabalho Estranhado" dos "Manuscritos Econômicos e Filosóficos" de Karl Marx escrito (ainda que inacabado) em 1844, o autor discorre acerca da alienação do trabalho no sistema capitalista, dividindo esse conceito em quatro partes principais: a) alienação do próprio produto do trabalho (o trabalhador não tem controle sobre o processo de produção completo, o que causa a perda de conexão com seu próprio trabalho); b) alienação do processo de trabalho (o processo de fabricação do capitalista é repetitivo e desvinculado do objetivo final, causando o estranhamento com o trabalho); c) alienação da espécie humana (o trabalho é o que difere o homem dos demais animais a partir da criatividade, imaginação e subjetividade - subjetividade objetiva: o produto do trabalho está na ideia do homem antes de ser tornar material. O sistema de produção capitalista é alienante, ou seja, não permite que o homem utilize de sua subjetividade para trabalhar); d) alienação dos outros trabalhadores (a sociedade capitalista é competitiva e sem espaço para todos, o que gera rivalidade entre os trabalhadores, ao invés de cooperação mútua)

Análise:

Logo no início do filme há uma cena em que Lulu está na fábrica realizando sua atividade repetitiva e monótona e perdido em seus pensamentos. Ele parece visivelmente cansado e angustiado, o barulho das máquinas é extremamente alto e o ritmo de produção muito acelerado. Ele olha em volta e todos os outros trabalhadores realizam a mesma tarefa, todos concentrados no ato, mas desconectados do trabalho realizado. A cena parece demonstrar como nenhum deles está realmente pensando no que está fazendo, mas apenas reproduzindo uma mesma atividade mecânica.

1) A relação subjetividade/objetividade (momento ideal e momento material) no processo de realização da atividade:

Pode-se observar na cena a desconexão do trabalhador com o trabalho, o que é um exemplo nítido do conceito de alienação proposto por Marx. Nesse tipo de atividade a relação subjetividade/objetividade é interrompida, visto que o trabalhador não "pensa" na atividade que está realizando ou no produto final de seu trabalho. Ele apenas reproduz mecanicamente a tarefa que lhe é designada, perdendo assim toda a parte subjetiva do trabalho.

2) As dimensões fundamentais do estranhamento do trabalho:

O trabalho é o que proporciona a humanidade do homem. Antes que um produto (seja intelectual ou material) exista de forma objetiva, ele já existia na imaginação de alguém.  O trabalho dá sentido à vida de forma que explora a individualidade e proporciona sentido e objetivo à vida. No trabalho alienado nada disso ocorre: não há momento ideal, não há subjetividade, o trabalhador muitas vezes não tem noção do objetivo final do seu trabalho. Na cena do filme descrita, é evidente a falta de conexão do trabalhador com a atividade, o que leva à, como demonstrado no decorrer do filme, sua falta de motivação e interesse pela atividade. .

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