SÍNDROME DE BURNOUT EM UNIVERSITÁRIOS

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PSICOLOGIA

SÍNDROME DE BURNOUT EM UNIVERSITÁRIOS DE PSICOLOGIA

RIO DE JANEIRO

2020

Rebeca Gama Cabral

ANTEPROJETO DE PESQUISA

SÍNDROME DE BURNOUT EM UNIVERSITÁRIOS DE PSICOLOGIA

Este anteprojeto de pesquisa visa o objetivo de apresentar informações relacionadas a Síndrome de Burnout em Universitários do curso de Psicologia.

RIO DE JANEIRO

         2020

INTRODUÇÃO

O conceito de “burnout” foi formulado pelo psicanalista norte-americano Herbert Freudenberger, nos anos 1970, para nomear uma reação de esgotamento físico e mental vivenciada por profissionais de saúde envolvidos na assistência a usuários de drogas. A síndrome de burnout (SB) tem sido considerada um problema social de extrema relevância e vem sendo estudada em vários países. Ela surge como uma resposta aos estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho (Harrison, 1999; Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001). Identificado inicialmente nas áreas de cuidado/serviços (saúde, serviço social, assistência jurídica, atividade policial e de bombeiros) e da educação, o burnout foi tradicionalmente definido como uma síndrome psicológica composta de três dimensões: A primeira, exaustão emocional, é caracterizada pela falta ou carência de energia e um sentimento de esgotamento emocional. A segunda, despersonalização, é definida como a falta de sensibilidade e a dureza ao responder às pessoas que são receptoras de seu serviço e, por último, a baixa realização profissional, que se refere a uma diminuição do sentimento de competência em relação ao trabalho com pessoas.

O interesse que burnout está despertando na atualidade vem ocasionando uma maior abrangência em seu campo de estudo. Das primeiras investigações centradas em profissionais de ajuda, outros âmbitos profissionais foram pesquisados, e, mais recentemente, têm surgido estudos com estudantes;  O conceito de burnout em estudantes também se constitui de três dimensões: exaustão emocional, caracterizada pelo sentimento de estar exausto em virtude das exigências do estudo; descrença, entendida como o desenvolvimento de uma atitude cínica e distanciada com relação ao estudo; e baixa eficácia profissional, caracterizada pela percepção de estarem sendo incompetentes como estudantes (Martinez, Pinto & Silva, 2000). A identificação da síndrome de burnout em estudantes pode constituir um indicador de possíveis dificuldades, tanto em nível de êxito escolar como profissional, possibilitando intervenções preventivas, como sugerem Martinez, Pinto, Salanova e Silva (2002). Estudos nesse sentido podem ser benéficos para educadores, estudantes, futuros empregadores e clientes (Balogun, Helgemoe, Pellegrini & Hoeberlein, 1995).

OBJETIVO GERAL

        Avaliar o nível de esgotamento mental, físico e emocional de universitários do curso de Psicologia, turno da noite da UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ -  CAMPUS R9 do Estado do Rio de Janeiro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Avaliar o nível de stress em universitários do curso de Psicologia, turno da noite do CAMPUS R9 UNESA/RJ;
2. Identificar os sentimentos vivenciados pelos universitários;
3. Identificar gênero e idade que sofre mais incidência da síndrome de burnout;

JUSTIFICATIVA

        A presente pesquisa tem como objetivo ampliar o estudo e compreensão das diversas facetas da síndrome de burnout, especificamente nos estudantes universitários. A compreensão advinda da presente pesquisa poderá contribuir significativamente para apoio e possível intervenção profissional objetivando o bem-estar dos estudantes.

PROBLEMA

        Por que estudantes universitários do curso de Psicologia exprimem sentimentos de exaustão emocional, cansaço físico e mental, apatia em relação aos exercícios e atividades propostas e ausência de envolvimento com o estudo?

HIPÓTESE

        Estudantes universitários do curso de Psicologia, turno da noite do CAMPUS R9 TAQUARA da UNESA/RJ, são acometidos de Síndrome de Burnout.

REVISÃO DE LEITURA

O interesse que burnout está despertando na atualidade vem ocasionando uma maior abrangência em seu campo de estudo, diante deste cenário vem sido desenvolvidas investigações envolvendo a síndrome de burnout em estudantes universitários; essas investigações têm como objetivo entender como o processo de ensino e aprendizagem tem influência nos estudantes que estão em fase de formação profissional. É muito mais comum a presença do estudante que também é trabalhador e esse fato indica uma maior necessidade de estudar a síndrome de burnout nessa população. Em relação aos estudantes os critérios utilizados para avaliação do burnout são baseados nessas três dimensões: 1 Exaustão Emocional, que é caracterizada pelo sentimento de estar exausto em virtude das exigências do estudo; 2 Despersonalização, que é caracterizada pelo desenvolvimento de uma atitude cínica e distanciada em relação aos estudos; 3 Baixa realização profissional, caracterizada pela percepção de estarem sendo incompetentes como estudantes (Borges & Carlotto, 2004, p 47).         A síndrome de Burnout apresenta alguns sintomas físicos, comportamentais, psíquico e até mesmo defensivos. Sendo os sintomas físicos: Cefaleia, distúrbios do sono, dores musculares, cansaço e etc.; dos psíquicos: falta de atenção e concentração, labilidade emocional, baixa autoestima, impaciência, alteração de memória, pensamento lentificado, depressão, desânimo e etc.; comportamentais: negligencia, irritabilidade, comportamento suicida, agressividade, dificuldade para relaxar, dificuldade para aceitar mudanças, falta de iniciativas e consumo de substâncias; e por fim entre os sintomas defensivos encontram-se o absenteísmo, isolamento, vontade de abandonar os estudos, ausência de interesse pelo labor, demonstração de ironia e cinismo (Araújo, 2008; Pereira 2002). Embora os primeiros estudos tenham sido originados de um ambiente laboral, é importante ressaltar que o surgimento dos sintomas da síndrome de burnout não se limitam apenas a ambientes profissionais; o burnout pode se dar já durante a fase acadêmica, no período de preparação para o trabalho e prosseguir durante a vida profissional. No decorrer da formação inicial, os estudantes, quando submetidos a cargas horárias elevadas e estressantes (CHRISTOFOLETTI et al., 2007), associadas a estágios curriculares e práticas supervisionadas, tais estudantes podem vir a apresentar o surgimento de sintomas característicos da síndrome de burnout. As autoras Rudnicki e Carlotto (2007) salientam ainda que muitas vezes ao lidar com a prática do estágio, o aluno se encontra com problemas que não foram abordados em sala de aula; é comum se depararem com situações inesperadas e até mesmo inusitadas ou problemas institucionais, esses fatores podem ser grandes estressores e facilitar o surgimento de sentimento de ansiedade, medos, insegurança, sentimento de inferioridade e diversas dúvidas sobre a forma de intervenção. A dificuldade em adaptarem-se às questões relacionadas à prática profissional e por vezes, a incerteza da escolha profissional, também pode gerar sofrimento e estresse, sendo que esses fatores podem contribuir posteriormente para problemas profissionais, como as próprias relações no ambiente de trabalho e a forma como esse profissional prestará o cuidado ao paciente (Tomaschewski-Barlem et al., 2014). Além do estágio o aluno também precisa lidar com a sobrecarga de estudos, com isso, muitos estudantes se queixam de não ter tempo para ficar com a família, com os amigos, realizarem atividades sociais, o que pode trazer sentimento de esgotamento psíquico (Ferraz, Cardona, & Monte, 2009).  Os autores lembram também que a demanda por uma carga maior de estudo se faz necessária diante da necessidade de constante atualização, já que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Essa competitividade, muitas vezes, se traduz na sala de aula, gerando conflitos e acarretando problemas emocionais.