TEMAS EXISTENCIALISTAS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Por: SrtaNany • 17/8/2015 • Resenha • 2.708 Palavras (11 Páginas) • 4.113 Visualizações
Resenha do livro: A descoberta do Ser, de Rollo May
Existencialismo: um breve esboço
A Psicoterapia Existencial no Brasil, e segundo dados citados por Rollo May, também nos EUA e Europa, tornou-se a área de domínio público. Os principais pensadores existencialistas são Soren Kierkegaard, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Jean Paul Sartre.
O Existencialismo moderno surge num momento de grandes conflitos tanto para a filosofia como para os movimentos que abalaram o mundo, como as grandes guerras mundiais. Os existencialistas são pensadores e as suas obras são complexas no que diz respeito à filosofia, elas utilizam artifícios poéticos e são dialéticas.
TEMAS EXISTENCIALISTAS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS
EXISTÊNCIA
Para os existencialistas, a verdadeira temática da filosofia é a discussão da existência. Eles criticam o modo de vida do homem e as orientações filosóficas tradicionais e acreditam que é a condição humana que determina as infelicidades. Além disso, eles tomam como principal valor a liberdade para assumir os próprios atos.
Já Heidegger e Sartre acreditam que é a consciência que distingue o homem dos outros seres de forma radical.
LIBERDADE
As pessoas dizem ter liberdade quando tem o direito de expressar a própria vontade e opinião, mesmo se esta difere da opinião de políticos que estão no poder, por exemplo.
O homem é um ser livre que decide a própria vida e arca com a responsabilidade de sua escolha, ou seja, com as consequências. Ao assumir a liberdade como um dos valores fundamentais da existência, o homem está assumindo a própria ação.
Sartre acreditava na liberdade como valor absoluto, já que a determinação histórico-metafísica do que seja o homem determina a essência da liberdade.
SOLIDÃO
A solidão passou a ser vista como um fenômeno inerente à existência humana. Ela é uma sensação de mal-estar, que o homem não sabe lidar, mas que fez parte da vida.
As pessoas se sentem sós quando não estão na companhia de outras pessoas. Mas, cedo ou tarde elas vão se deparar sozinhas e ver que cada um é um. Elas, em grande maioria, não suportam a idéia de ser só, surgindo aí o suicídio, desespero, sofrimento e depressão.
Ao pensar na solidão como algo que faz parte da existência humana estamos assumindo a nossa condição de seres únicos e responsáveis pela dimensão dada a essa existência.
ESSÊNCIA
Essência é definida, etimologicamente, como a natureza íntima das coisas, aquilo que faz com que uma coisa seja o que é. Sartre diz que o pensamento existencialista lega ao homem a condição de ser pleno e único. A essência, ao ser determinada pela existência, torna-se a própria dimensão da vida em sua forma mais exuberante.
O SER – NO – MUNDO
O homem existe em relação a sua condição de ser – no - mundo, e não apenas pelo lugar que ocupa no espaço e pelo seu corpo. E este fato de estar – no – mundo traz muito sofrimento e desespero. Dessa forma, o homem está constantemente lutando consigo mesmo para não perder sua dignidade existencial e individual. É importante entender o homem como o ser que é, não como um conjunto de mecanismos desprovidos de sentimentos, e sim como um ser que se percebe como fenômeno.
Merleau – Ponty acredita que o mundo é aquilo que vemos.
MORTE
Os existencialistas escreveram muito sobre a morte. Assumindo-a, estamos interiorizando-a como possibilidade última, como elemento final.
Heidegger acreditava que a consciência da morte confere ao homem a categoria de individualidade, assim, a morte faz parte da vida. Já Sartre, dizia que a morte era a única coisa que uma pessoa não pode fazer pela outra. Ele acreditava também que a morte é a ocorrência que determina o fim da existência, colocando um fim em todos os projetos e planos elaborados. Dessa forma, a morte é a ocorrência mais concreta da existência humana. Não é possível pensar na vida sem pensar na morte. Ela é inevitável e proporciona o sentido da vida. Se a morte não existisse teríamos que ter outro mecanismo que desse sentido à vida.
Por fim, a morte é um processo vital que determina a própria condição da vida.
O SENTIDO DA VIDA
A vida não tem sentido se vista como única e isolada. O homem existe a partir de suas realizações e não pelo simples fato de viver.
Para uma criança a vida transcende pela própria vida. Já para um adulto é preciso dar sentido a própria vida, através de realizações. Estas podem ser afetivas, emocionais, profissionais, etc.
O homem está numa constante busca de sentido e, nesta busca, se depara com vários obstáculos a serem vencidos. Nessa busca, ele recorre a todos os tipos de respostas, desde as místicas, até as cientificas.
É necessário que o homem decida seu projeto de vida de maneira adequada para que o sentido da vida seja coerente com as suas realizações. Também será importante adequar-se a frustrações.
É através do sentido da vida que o pensamento existencialista contribui para a tomada de consciência decisiva sobre a própria realidade da existência humana. E é através dele também que alguns sentimentos podem ser avaliados e superados de uma forma livre e autêntica.
TRANSCENDÊNCIA
O homem ocupa uma dimensão que transcende, ou seja, vai além, dos seus limites corpóreos. A sua imaginação o leva a horizontes que são alcançados somente por sua capacidade de transcendência. O homem é capaz de tocar a Lua, antecipar o futuro, através da imaginação.
Merleau – Ponty coloca que o homem se pergunta o que é, para ele, existir, e não se o mundo de fato existe.
Através do conceito de transcendência pode-se perceber que o homem não é um ser estático, e sim um ser em constante desenvolvimento É através da transcendência que o homem descobre a totalidade de suas possibilidades existenciais.
AUTENTICIDADE
Sartre coloca o homem autêntico como sendo aquele que se submete à conversão radical através da angústia, assumindo sua liberdade. Tanto para ele como para Heidegger o homem autêntico é o que reconhece a dualidade entre o humano e o não – humano. Para Heidegger, o único ser que existe é o homem. E este é o único ser capaz de sentir-se humilhado, através da exploração, repressão e indução que sofre.
...