Teorias e Técnicas em Psicoterapia Comportamental
Por: lenahelena • 7/5/2017 • Relatório de pesquisa • 1.691 Palavras (7 Páginas) • 291 Visualizações
Disciplina: Teorias e Técnicas em Psicoterapia Comportamental
Professora: Ana Carmen Oliveira
Turma: 6L
Nome: Carolina Cortezi TIA: 41411358
Nome: Caroline Ferrer TIA: 41426886
Nome: Fellipi Rocha TIA: 31403689
Nome: Guilherme Caltabellotta TIA: 41422058
Nome: Leticia Helena de Souza Dai Prá TIA: 31420427
Data: 27/04/2017
Roteiro de Estudo 5 – Modelagem – Reforçamento Diferencial
Textos
LEONARDI, J. L., BORGES, N. B. A modelagem como ferramenta de intervenção. In: BORGES, N. B. [et al.]. Clínica analítico-comportamental – aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 166-170.
A modelagem é um processo gradativo de aprendizagem, aonde se modifica a resposta por meio do reforçamento diferencial visando uma resposta-alvo. Esse reforçamento pode ocorrer acidentalmente em contingências cotidianas ou no procedimento de intervenção do analista.
A modelagem começa reforçando as respostas que sejam semelhantes à resposta-alvo ou as que sejam necessárias para alcançá-la. O critério de reforçamento é modificado conforme as respostas emitidas vão se aproximando da resposta- alvo. Esse reforço gera uma série de outras respostas que podem se aproximar, ou não, da resposta desejada, e assim serão reforçadas as mais semelhantes a essa, fazendo surgir respostas ainda mais próximas.
Nesse processo, o analista do comportamento seleciona conscientemente as respostas que serão ou não reforçadas, direcionando a evolução da construção e modificação do repertório de respostas operantes do indivíduo. A modelagem, pelo reforçamento diferencial, pode ocasionar uma mudança comportamental com o ganho de respostas novas, ou seja, são adicionados repertórios que poderiam não ocorrer naturalmente pelo seu grau de complexidade. Outra mudança comportamental é o aprimoramento de um repertório comportamental preexistente, em que respostas cada vez mais complexas são geradas e mantidas.
O procedimento de modelagem deve ser planejado pelo analista, definindo com precisão a resposta-alvo em relação à topografia, duração, magnitude etc, podendo assim estruturar cada etapa da intervenção e, ao final, determinar quando o comportamento está instalado. Também é essencial selecionar o estímulo reforçador que será utilizado e depois estabelecer uma lista hierárquica de respostas, identificando a primeira resposta a ser reforçada, a resposta-alvo e as demais respostas possíveis entre estes dois pontos (uma lista com diversas respostas com pequenas variações que se aproximam da resposta-alvo). Há dois critérios para escolher a primeira resposta: a resposta precisa ser emitida com uma frequência mínima e deve ter alguma característica em comum com a resposta-alvo. Depois disso deve-se determinar o número de vezes que cada resposta da lista será reforçada (é preciso observar que reforçar muitas vezes uma mesma resposta a fortalece excessivamente e pode impedir que novas variações mais semelhantes da resposta-alvo ocorram. Porém, reforçar poucas vezes a mesma resposta pode desalinhar o processo).
Algumas vezes, respostas mais próximas da resposta-alvo (ou até ela própria) ocorrem por acaso durante a modelagem. Nesses casos, elas devem sempre ser reforçadas continuamente para que sejam efetivamente instaladas e mantidas no repertório comportamental do indivíduo. Entretanto, caso não voltem a ocorrer, a lista de respostas de aproximações à resposta final deve ser retomada. A rapidez do reforço é um fator importante em todas as etapas da modelagem. Todo reforço deve ocorrer assim que a resposta terminar de ser emitida. Caso haja atraso, outra resposta pode ocorrer nesse intervalo e o reforço acaba sendo referente à última resposta.
A modelagem possibilita ensinar/modificar respostas sem que precise esperar que elas sejam selecionadas por suas consequências, o que poderia demorar muito ou nunca ocorrer, como respostas com alto grau de complexidade. Além disso, há vantagem de modificar o repertório comportamental com a modelagem por ser baseada em reforço positivo, evitando os efeitos colaterais e o contracontrole, e também por poder ser empregada em conjunto com outros procedimentos.
Contudo, a modelagem possui limitações: pode levar muito tempo; mudanças no responder não são lineares, dificultando a observação do analista. E se tais mudanças não forem reforçadas todo o processo é comprometido; modelagem requer constante monitoramento de todo o processo para reforçamento das respostas mais próximas da resposta-alvo; comportamentos perigosos podem ser modelados quando o profissional desconhece as consequências desse comportamento.
Sessões:
Narrador: Temos aqui um casal gay e seu filho. A queixa das mães é a falta de comunicação repentina do filho e, mesmo com a tentativa das mães de investigar o porquê desse afastamento, o filho se recusa a dizer. A técnica a ser utilizada pelo psicólogo será o reforçamento diferencial - modelagem.
Esta sessão que iremos encenar não será a primeira sessão do tratamento dessa família, e terá a função de mostrar que a queixa permanece.
1° Sessão - toda a família:
Mãe 1: Olha, não aguentamos mais a forma como o Luiz está nos tratando.
Mãe 2: Ele parou de falar com a gente, só fica nesse celular! Ele sabe como nossa família é formada, até agora isso nunca foi problema, - o filho levanta as sobrancelhas com tom de deboche - não sei porque ele está nos tratando assim!
Narrador: O filho mostra uma comunicação não verbal e não mantém contato visual.
Mãe 1: (Fala com um tom alto) Luiz, olha pra cá e para de fingir que não estamos aqui! Que saco! - mãe olha para o psicólogo - Você ta vendo né?!
Filho (Luiz): (Permanece quieto, olhando para o celular).
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2° Sessão - Somente com as mães:
Narrador: Nessa sessão, o psicólogo ensina as mães como modelar o comportamento do filho quando estiverem fora da terapia, assim, aumentam as possibilidades de surgirem reforçadores naturais para o comportamento do filho de se expressar verbalmente com elas.
Psicólogo: Na próxima sessão com o Luiz vamos combinar assim, vamos parar de pedir a atenção dele e não vamos alterar a voz. Vamos tocar mais no assunto sobre a família de vocês, porque eu percebi que quando tocamos no assunto sobre a família ele ficou inquieto. Toda vez em casa que vocês perceberem ele mostrar esse comportamento de inquietude ou olhar para vocês, seria legal vocês perguntarem se ele quer falar algo, combinado?
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