Terapia De Aceitação E Compromisso

ACT

O objetivo da ACT é “aumentar a flexibilidade psicológica, ou seja, a habilidade de entrar totalmente em contato com o momento presente e com as reações psicológicas que ele produz. A partir disso, manter ou mudar o comportamento na situação de acordo com os valores que a pessoa tem” (Fletcher & Hayes, 2004, p. 319). Mas para isso acontecer é importante que o terapeuta ajude a cliente a fazer a análise funcional e descobrir quais as contingências que estão governando o comportamento de Lena. Pelo relato percebe-se que o comportamento de procurar o pai foi reforçado pela mãe e pela amiga, mas esta atitude muitas vezes gera briga com o pai e seus parentes. Os eventos privados que surgem em decorrência desse comportamento é sentimento de culpa e mágoa. Em outros momentos, Lena relata não se sentir a vontade para contar dos seus sentimentos para a amiga e a mãe, tentando se esquivar do sentimento de culpa. De acordo com a ACT, no primeiro passo, Lena tem que entrar em contato com esses sentimentos e aceitá-los e entender que por mais que pareçam sentimentos negativos, isso é natural num relacionamento de pai e filha.

No relato não fica claro se Lena emite o comportamento de procurar o pai porque quer de volta o amor deste ou se é para cumprir a regra estabelecida pela mãe de aumentar o vínculo de pai e filha. Ao esclarecer para si qual o real motivo de procurar o pai, Lena pode seguir para o segundo passo da ACT que é a Escolha – continuar lutando para conquistar o amor do pai ou encarar que hoje esse amor não é tão importante para ela – já que ela cresceu longe do pai. Nesse momento, quando é esclarecido quais os valores que quer para a sua vida, Lena parte para a terceira fase da ACT que é a Ação, onde vai elaborar estratégias e ações que caminham para o alcance das metas estabelecidas pelos seus valores de vida.

TCR – Terapia por Contingências de Reforçamento.

A TCR vai levar em consideração a História de Contingências de Reforçamento (HCR) e as Contingências de Reforçamento Atuais (CRA) para a modelagem de comportamento ampliando o repertório e obtendo novas contingências reforçadoras.

Na história de vida de Lena após o divórcio dos pais, os momentos de encontro com o pai – reforço – se resumiram a duas vezes ao ano. Quando veio morar em Belém, o comportamento de procurar o pai com a esperança de voltar a morar com ele foi reforçado pela mãe, mas foi punido com a recusa do pai, gerando frustração na cliente. Esta HV tem que ser considerada pelo terapeuta para fazer a análise das CRAs.

Após a vinda para Belém, Lena visita o pai todos os finais de semana, esse comportamento ora é reforçado, ora é punido. Cabe ao terapeuta discriminar a tríplice contingência do reforçamento positivo, ajudar a cliente a perceber em quais situações esse comportamento é reforçado para assim ampliá-lo. Já os comportamentos considerados aversivos para a cliente, o terapeuta ajudará no desenvolvimento de novos repertórios em substituição a estes que causam desconforto em Lena, para que esta tenha mais benefícios no relacionamento com o pai.