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Trabalho Bioética em Saúde

Por:   •  2/3/2016  •  Resenha  •  1.797 Palavras (8 Páginas)  •  297 Visualizações

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Introdução

O trabalho apresentado a seguir tem como objetivo fazer uma apresentação de forma clara e simples, trazendo analises bibliograficas a partir do texto de Valls e do artigo, colocando em cheque algumas questoes da ética atual.Para tal ultilizaremos o contexto de realidade vivida por Tony Nicklinson, cidadão britanico que recorreu ao tribunal pelo direito da eutanasia, como ponto de discussão.

Como todo o debate realizado ao longo do trabalho foi baseado nos fundamentos e teorias referentes à ética, preparamos uma breve explicação do que é ética, baseada nas definições de A. L. M. Valls, no livro O que é Ética ?

O autor diz que “a ética pode ser o estudo das açoes ou dos costumes”.

Ou seja, se estudarmos o abrangente de ideias e conceitos de um povo - sua cultura - , podemos criar uma ideia de sua base ética, que pode ser dividida em tres campos, Sociedade Civil, Familia e Estado, de acordo com Hengel, que abrangem todo o corpo social em questao. Durante a discussao apresentada buscamos nos infiltrar maiormente nos grupos de Estado e Familia, devido as limitaçoes do artigo selecionado. 

Nosso objetivo é fazer uma apresentação de forma clara e simples, trazendo analises bibliograficas a partir do texto de Valls e do artigo, apenas.

Esperamos que compreendam os pontos tomados e aproveitem o conteudo apresentado.


Discussão

“Não é admissivel que a medicia do século XXI continua a ser regida por uma atitude face à morte que data do século XX”

                                                                                                         Tony Nicklinson

Tony Nicklinson, um ingles de 58 anos, sofreu, em 2005, um AVC (acidente vascular cerebral) que resultou na paralisia total de seu corpo, desde entao depende do auxilio de sua mulher para realizar atividades como comer, tomar banho e inclusive se comunicar.

Apos ter vivido nessa situação por 7 longos anos, Nicklinson pede ao governo ingles que considere seu pedido de eutanasia – situação em que o medico, com o concentimento do paciente, tira-lhe a vida –, alegando ter uma vida insuportavel.

De acordo com a leitura do artigo pudemos observar que a familia de Tony apoia sua causa sem concentimentos.

“se voces soubessem o tipo de pessoa que ele era antes, saberiam que a vida assim é insuportavel para ele” – diz Jane, sua esposa.

Em entrevistas o britanico diz que antes do incidente em Atlanta tinha uma vida agitada tanto no trabalho quanto na familia e se sente frustrado ao pensar que nunca mais tera uma vida relativamente “normal”.

“Se sou grato pelos medicos que me salvaram em 2005 ? nao, nao sou” – diz Nicklinson.

Mas, apesar de toda a situação e da burocracia por tras do caso, Tony se sente satisfeito apenas pelo fato de seu pedido estar sendo discutido nos tribunais de justiça.

 Agrada-me ver o tema da eutanasia ser discutido em tribunal. Os políticos, e não só, não podem reclamar que os tribunais sejam um local de debate, tendo em conta que os eles continuam a ignorar um dos mais importantes tópicos da sociedade atual.”.

Tomando como base que ética é tambem a maneira individual de como se ve e o que se entende por certo e errado, podemos nos fazer valer de que para ele tomar medidas desse patamar de radicalidade, afim acabar com sofrimentos iminentes ou infindaveis, é totalmente ético. Porem o que quesito “familia” é algo de extrema importancia e relevancia quando nos deparamos com situações assim, apartir da certeza de que uma vez realizado o procedimento, obviamente nao tem volta.

Diante de um caso polemico como este, podemos dizer que a empatia por parte do conjunto familiar entra em cena, ajudando-os a compreenderem melhor o lado de Tony e a fazer o que é melhor pra ele, o que seria o “correto”. Mas é possivel, atraves de conceitos individuais de “certo” e “errado”, ajudar ao próximo, promovendo alívio a seu sofrimento, disponibilizando meios para o suicídio? Qual seria a ética apropriada nesta situação?

Podemos dizer que a ética, neste contexto, envolve o carater e a transcedencia da moral, seja ela religiosa, estatal ou tradicional familiar, resultando numa reflexão que nos diz respeito ao altruismo referente ao sacrificio, pois seu objetivo é, alem de tirar-se a vida em busca da liberdade de um sofrimento carnal, salvar a esposa que, de certa forma, tambem se encontra encarcerada devido a devoção de seus cuidados.

Com base neste caso, analisando por entrelinhas, temos situações em que deveríamos, em detrimento de uma ética multifocal, pensar a visão particular de cada participante do contexto.

Assim como a citação de Kierkegaard, o dilema não se resume em escolher o bem ou o mal. Ele designa a escolha pela qual se exclui ou se escolhe o bem o mal. Ou seja, independente da escolha, críticas e julgamentos devem ser deixados a parte, pois muitas vezes “ o que se faz por amor vai além do caráter bem ou mal”.

.Como Kant dizia, é preciso utilizar a filosofia transcedental para olhar para o homem visando a liberdade, tendo em vista que o dever obriga moralmente a consciencia livre, e a vontade verdadeiramente boa, justificando as atitudes e o modo de pensar, por mais que para fazer o bem tenhamos que passar pelo caminho do que é considerado mal.

O conceito acima consegue, de uma maneira simples, explicar o consentimento familiar na escolha de Nicklinson de resumir seu sofrimento usando-se da eutanasia. E, atraves do imperativo categorico de Kant, podemos dizer que sua ética individualista e unica foi encorporada, ingerida, pelos membros familiares, tornando-se, assim, parte do fundamento ético deles tambem.

Usando o direito de Tony de recorrer a eutanasia podemos chegar em um dilema ético por parte do medico que possivelmente realizará o procedimento.

Porem, antes de entrarmos nessa discussão, seria apropriado uma breve apresentação sobre o juramento de Hipócrates, feito pelo corpo medico em sua formação. Podemos dizer que o juramento é, basicamente, uma declaraçao solene onde diz que a vida é um dom sagrado, sobre o qual o medico nao pode ser juiz, nao podendo decidir sobre a hora de sua morte. Sendo assim o medico deve conservar o paciente em estado vital ate que “sua hora chegue”.

Partindo deste juramento, qualquer medico que tire a vide de um paciente, esteja ele em estado terminal ou nao, estara indo estritamente contra o fundamento etico de sua profissao, podendo inclusive ser acusado de homicidio devido ao fato de que essa prática é ilegal em muitos países.

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