Trabalho Pichon Riviere
Por: Jessicajbm • 23/10/2017 • Trabalho acadêmico • 4.565 Palavras (19 Páginas) • 689 Visualizações
1 – INTRODUÇÃO
Enrique Pichon Riviere foi um psiquiatra suíço, que se nacionalizou argentino após a migração de sua família para o país quando ainda criança. Formou-se médico psiquiatra e inquietou-se com a forma que pacientes considerados loucos eram tratados na época, percebendo então a necessidade de criar uma abordagem que levasse em conta fatores físicos e psíquicos de cada indivíduo.
Considerado pioneiro da psiquiatria argentina começou a trabalhar em um asilo onde formou uma equipe de futebol e percebendo através desse grupo a importância do esporte e da equipe em uma terapia dinâmica grupal.
O trabalho de Pichon-Riviére teve continuidade no Hospital de Mercedes (atualmente hospital José T. Borda), onde permaneceu por mais de 15 anos, foi lá que primeiramente com grupos de enfermeiros e depois com pacientes deu início ao desenvolvimento do futuramente denominado “grupos operativos”.
Fundador da Associação Psicanalítica Argentina (APA) em 1942 e do Instituto Argentino de Estudos Socais (IADES) em 1953 que juntamente com alguns parceiros como a Faculdade de Ciências Econômicas, do Instituto de Estatística, da Faculdade de Filosofia e seu Departamento de Psicologia, entre outros, realizaram em 1958 a chamada Experiência de Rosário: Uma experiência comunitária que ocorreu durante um fim de semana, na cidade de Rosário – Argentina. Participaram cerca de 30 profissionais e membros da comunidade local, onde foi criada uma situação de laboratório social e aplicado a técnica de grupo operativo que consiste em um trabalho com grupos, com o objetivo de promover uma aprendizagem para os membros desse grupo, uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações. Aqui, se destaca alguns pontos essenciais no grupo operativo:
Ter um departamento especializado;
Comitês de articulação interdepartamental e outros dispositivos de coordenação;
Método interdisciplinar;
Investigação da ação;
Análise intra-sistêmica e análise inter-sistêmica;
Pensamento comum ou pensamento científico do grupo como um todo;
Análise das ideologias;
Junção do grupo com a práxis;
Ter grupos de referência;
A aprendizagem e a comunicação são inseparáveis;
As constantes e variáveis existentes nos grupos;
Ter como principal unidade o aprender e o ensinar.
Ressaltando as cinco etapas ou momentos da operação:
Existência de um estado de dúvida causado pelo problema colocado;
Estado de tensão ou ação bloqueada;
Emergência subsequente de um problema;
Formulação de uma hipótese, vicissitudes das provas, escolha da mais apropriada e como consequência do manejo de tal hipótese chega-se a formulação de um conceito que deve representar a forma; e
Conteúdo mais adequado da resolução da dúvida anterior.
O presente trabalho apresenta uma discussão acerca da técnica de grupos operativos criada por Enrique Pichon- Riviere relacionando-a com dois artigos publicados, sendo estes: Pichon-Riviére, A Dialética e os Grupos Operativos: Implicações para Pesquisa e Intervenção - Thaís Thomé Seni Oliveira Pereira, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil. E Apoio matricial em saúde mental entre CAPS e Saúde da Família: trilhando caminhos possíveis – Fabiane Minozzo e Ileno Izídio da Costa – Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil.
2 – MÉTODO
O trabalho foi desenvolvido a partir de dois artigos indicados pela professora responsável pela disciplina, articulados com a teoria de Pichon-Riviere apresentados em sala de aula e textos complementares presentes na apostila.
Os artigos citados são:
Pichon-Riviére, A Dialética e os Grupos Operativos: Implicações para Pesquisa e Intervenção - Thaís Thomé Seni Oliveira Pereira, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil.
Apoio matricial em saúde mental entre CAPS e Saúde da Família: trilhando caminhos possíveis – Fabiane Minozzo e Ileno Izídio da Costa – Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil.
3- SÍNTESE
3.1 - PICHON-RIVIÈRE, A DIALÉTICA E OS GRUPOS OPERATIVOS: IMPLICAÇÕES PARA PESQUISA E INTERVENÇÃO.
Enrique Pichon Riviere foi um psiquiatra suíço, que se nacionalizou argentino após a migração de sua família para o país quando ainda criança. Formou-se médico psiquiatra e inquietou-se com a forma que pacientes considerados loucos eram tratados na época, percebendo então a necessidade de criar uma abordagem que levasse em conta fatores físicos e psíquicos de cada indivíduo.
Um dos conceitos centrais da obra pichoniana, que traz luz à sua forma de compreender a vida, os grupos e a vida dos grupos é o de dialética. Sendo assim, a primeira pergunta não poderia ser outra: afinal, o que é a dialética? Bornheim traz sua definição: "a dialética seria aquilo que faz possível todo discurso, embora permaneça em si mesma o não dito, algo de refratário a qualquer empenho de explicitação".
Para nos apropriarmos melhor do conceito, em direção ao seu uso na obra de Pichon-Rivière, é importante trazer outros conceitos-chave tais como: totalidade, contradição, mediação e as leis da dialética.
TOTALIDADE: o conhecimento é sempre a busca da totalização, sendo que qualquer objeto que se possa perceber ou criar é sempre parte de um todo e, portanto, interligado a outros objetos, fatos ou problemas.
CONTRADIÇÃO: Cada síntese é constituída de contradições e mediações concretas. Para que a apreensão e o conhecimento do real se aprofunde, é preciso ir além das aparências, além da dimensão imediata dos
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