Trabalho de campo Psicologia Comunitaria
Por: Amanda Costa • 8/6/2016 • Relatório de pesquisa • 5.797 Palavras (24 Páginas) • 1.506 Visualizações
Universidade Paulista – UNIP
Instituto de Ciências Humanas – ICH
Curso: Psicologia
Professor: Thiago Petra
Turma: PS4A30/PS4B30
ACONCHEGO
Grupo de Apoio a Convivência Familiar e Comunitária
Aline Pereira Carvalho C17AEB-5
Amanda Cristina Costa C31025-5
Giovana Macedo Benício C26ECG6
Maysa R. Bayoneta Ramalho C7224A-2
Roberto Carlos Ximenes C25BCF-3
Talys Pereira Barbosa T27505-9
Junho de 2016
Brasília - DF
INTRODUÇÃO
A instituição aconchego realiza diversos projetos em prol da construção e reconstrução do convívio familiar e intervenções comunitárias . Suas ações promovem a informação e desmistificação do tema adoção junto a ações sociais que ajudam no desenvolvimento de crianças em situação de abrigo e de famílias que já adotaram um novo membro e estão passando pela fase de ajustamento familiar.
O psicólogo dentro dessa instituição promove um trabalho de manutenção dessas relações e aparato psicológico em meio às dificuldades encontradas pelas famílias. Em relação à adoção tardia os trabalhos realizados através das trocas de experiência auxiliam na divulgação e no relacionamento comunitário entre os participantes.
A adoção tardia é caracterizada pela adoção de crianças maiores de dois anos, portanto já possuem alguma vivência e tem geralmente um histórico de abandono antes da chegada de um novo lar. O que geralmente causa desconforto e angústia nas pessoas que escolheram amar e cuidar daquela criança; acarreta também insegurança no que há de vir por parte desta criança nesta nova realidade de convívio em família, pois estão cientes que estas crianças, que viveram experiência de abandono e cresceram em um lar de acolhimento, além de não saberem como é viver em uma família convencional, encontram-se envolvidas por uma casca de experiências traumáticas que exigem muita disposição, amor e afetos, para serem rompidas todas as barreiras que virão. É por isso que muitos destes pais adotivos têm como impulso o desejo de apagar a história desconfortável e dolorosa que seu filho adotado viveu antes de sua chegada, porém segundo a mentora do projeto, este não é o caminho. É preciso preencher todas as lacunas e todo o tempo a partir da adoção com amor e afeto, cuidados e educação parental impondo limites com muito carinho. É necessário introduzir esta nova realidade na vivência desta criança, sem apagar o passado, por mais doloroso que seja afinal esta é a sua historia. O projeto adoção tardia entra aí promovendo intervenções nestas famílias constituídas pela adoção, ajudando a melhorar o convívio desfazendo conflitos, além de desmistificar conceitos errôneos sobre a adoção.
A respeito da adoção nós temos dois órgãos que responde por sua regularização e normalização: CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e CNA(Cadastro Nacional de Adoção, são as duas entidades que respondem por adoção no país, temos outros órgãos que são ouvidos, alguns públicos e outros do terceiro setor. A adoção ainda passa por muita burocracia, evidente que parte desta burocracia advém do cuidado que envolve o processo de adoção e a proteção aos três pares que estão diretamente ligados a adoção: a criança, os pais adotivos e pais biológicos. Se não bastasse tamanha complexidade, temos o fato que nossa sociedade está cercada de preconceito dos mais diversos possíveis, então o processo de adoção considera atenuantes como: idade, raça, condições econômicas, históricas, sociais e proteção do menor a ser adotado. A rede de complexidade que trabalha com as adoções trabalha para não somente a adoção, mas possível apoio a uma família que precise de ajuda para que o filho não tenha que ser colocado para a adoção.
Em se tratando da adoção tardia, as disposições são mais complexas, porque muitas vezes envolve a separação de irmãos, e ainda o processo de adaptação se torna um pouco mais complexo, Porém a quantidade de pessoas na fila de espera é muita grande, isto em parte acontece por causa das exigências quanto adoção e exigências quanto as condições para que o processo de adoção seja finalizado.
ENTREVISTA
SOBRE COMO A ONG TRABALHA
Giovana, Maysa e Roberto alunos do 4/5 semestre de Psicologia da Universidade Paulista, UNIP entrevistaram a psicóloga Sammya Jesus Salomão, coordenadora do projeto Adoção Tardia dentro da ONG Aconchego que, possui também, vários outros projetos com outros coordenadores, assistentes sociais e psicólogos.
MAYSA - Perguntei se a ONG tinha um espaço físico “como um orfanato” onde as crianças destituídas de suas famílias vivem até serem adotadas, porque pelo que li no site, não parecia ser isso, mas perguntei para acabar de fato com a dúvida. Então entrei na pergunta que eu acreditava mais correta pelo que li da ONG. Sua finalidade é para preparar as pessoas que tem esse desejo de adotar acompanhando-as até o processo de adoção e ajudar aqueles que já adotaram em suas dificuldades familiares?
Então vou voltar lá atrás, posso?! A Aconchego é um projeto que tem como missão trabalhar pela convivência familiar, promover esta convivência. É muito colado a essa ideia de adoção, mas adoção é um dos caminhos do fortalecimento da convivência familiar, então, nem falamos mais em orfanato, falamos em instituição de acolhimento. Na década de 80, existia a ideia de orfanato, essa ideia caiu, porque nem todas as crianças eram órfãs. Elas estão lá muitas vezes porque tiveram destituição do poder familiar, ou estão em medidas protetivas, muitas vezes nem estão com o poder familiar destituídas, elas tem a guarda do estado naquele momento, mas estão vinculadas a sua família biológica; quando e se esta família se recupera, elas podem voltar para esta família. Aí passamos por essa ideia de orfanato para abrigo e hoje em dia nem se chama mais abrigo, se chama INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO, que é o termo politicamente correto (risos), e não é só porque é politicamente correto, é porque representa o que a gente quer promover.
O Aconchego não é responsável, não tem ligação direta com nenhuma instituição de acolhimento aqui em Brasília. Quem faz isso é o poder executivo, que é dever do Estado. Então através das secretarias Estaduais e Municipais de Direitos Humanos, eles têm as instituições de acolhimento funcionando e ai a criança fica lá sob cuidado de pessoas que estão por ali (funcionários) e se ela tem o poder familiar destituído, pronto! Esta criança está disponível para adoção, ai ela entra no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), que na nova lei ele vai estabelecer uma ordem na prioridade dos pais. Tem uma fila de famílias pretendentes a adoção e de acordo com os perfis das famílias que pretendem adotar e das crianças disponíveis para adoção eles fazem este cruzamento, mas tudo isso via poder público, não tem nada a ver com a Aconchego. A Aconchego é um grupo de apoio, e ai o que a gente faz!? A gente vai com diferentes programas que tem no projeto aconchego, a gente vai tentar atender e criar formas de apoio que vão atender as diferentes demandas e pontas neste processo. Então a gente tem uma ponta que é com as crianças, a gente tem o projeto click, que trabalha com algumas crianças de algumas instituições; a gente tem o projeto irmão mais velho, que vai fazer uma parceria social com adolescentes de escolas particulares pra ter alguma vinculação afetiva, ter algum tipo de contato no mundo exterior com essas crianças das instituições; tem o apadrinhamento afetivo, tudo isso voltado para as crianças. O projeto que eu trabalho (Adoção Tardia), ele é focado nos pais das crianças que já foram adotadas. A gente tem uma preparação, curso de pretendentes né...
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