Trabalho terapêutico Analise Comportamental
Por: Giullie Ramos • 24/3/2017 • Artigo • 1.974 Palavras (8 Páginas) • 461 Visualizações
ROTEIRO II
ALUNA: GIULLIE RAMOS DI PIETRO 8ºPERIODO
1.Como as autoras caracterizam a função básica de um trabalho terapêutico?
Um trabalho terapêutico tem como função básica a promoção de mudanças comportamentais que levem à diminuição do sofrimento e ao aumento de contingências reforçadoras. Esse processo ocorre por meio de alguns procedimentos – presentes em uma relação interpessoal – como modelagem, modelação, descrição de variáveis controladoras e conseqüências dos comportamentos, aplicação de técnicas específicas, fornecimento de instruções etc.
2. As autoras descrevem diversos achados sobre o cuidado com a relação terapêutica para bons resultados na terapia, descreva o que é informado sobre:
a. O caráter preditor da relação terapêutica
Alguns autores têm apontado que o sucesso dessas tarefas está diretamente ligado à qualidade da relação terapêutica, que deve ser vista uma interação de mútua influência entre terapeuta e cliente. Nela, a pessoa que buscou ajuda é privilegiada pelo trabalho de um profissional capacitado a utilizar técnicas e procedimentos específicos, ao mesmo tempo em que lança mão de habilidades sociais importantes, como a empatia. A relação terapêutica tem caráter preditor de bons resultados no tratamento. Schindler, Hohenberger-Sieber e Hahlweg (1989) afirmaram que a negligência à relação terapêutica pode ser considerada como uma das maiores explicações para o fracasso do tratamento (reconhecido pelo abandono prematuro da terapia e/ou pelo não cumprimento dos objetivos iniciais). Decorre desse raciocínio que o planejamento do trabalho a ser realizado pelo terapeuta deve incluir as especificidades necessárias para o estabelecimento de uma relação terapêutica adequada (VINCK, VERHAEREN, & PIERLOOT, 1998).
b. A percepção do cliente sobre a relação terapêutica
A percepção do cliente sobre a relação terapêutica também está correlacionada à efetividade do tratamento, conforme indicam Ford (1978), Luborsky, Mclellan, Woody, O'brien e Auerbach (1986) e Silove, Parker, e Manicavasagar (1990). Frank e Frank (1993) demonstraram que os clientes que avaliaram de forma positiva seus terapeutas (no início do processo terapêutico) foram justamente aqueles que atingiram de forma mais efetiva seus objetivos. Marziali (1984) também apresentou dados indicando que a concordância entre terapeuta e cliente sobre a qualidade da relação terapêutica foi um fator preditivo para a efetividade do tratamento.
3.Como é caracterizado o papel do terapeuta e comportamentos relacionados?
É inquestionável a influência das características do terapeuta sobre o estabelecimento e manutenção da relação terapêutica. Parece importante afirmar que esse profissional deve estar habilitado não somente para a aplicação de técnicas, como também para a assunção da responsabilidade de construir um relacionamento que seja, em si, terapêutico.
Dadas as condições pelas quais o terapeuta é procurado, é necessário que este se comporte de forma a minimizar o sofrimento do cliente a partir da provisão de estímulos discriminativos e disposição de conseqüências que levem a mudanças comportamentais mais efetivas. Para isso, é fundamental que o terapeuta se apresente como uma audiência nãopunitiva e um agente reforçador (SKINNER, 1953), trazendo um aumento da tolerância do cliente para a exposição a emoções aversivas (CORDOVA & KOHLENBERG, 1994) e maximizando as chances de o cliente aceitar interpretações, seguir instruções e atentar a quaisquer intervenções que o terapeuta possa fazer.
4. Quais características pessoais do terapeuta são mencionadas como relacionadas às variáveis que afetam o bom resultado da terapia?
Um resultado terapêutico satisfatório origina-se, em parte, de características pessoais do terapeuta. Parece relevante apontar quais são elas e suas possíveis influências sobre o tratamento. postura empática e compreensiva, a aceitação desprovida de julgamentos (FALCONE, 1998; FRANK & FRANK, 1993; RANGÉ, 1995) autenticidade (COREY, 1983), autoconfiança (WILLIANS & CHAMBLESS, 1990) e flexibilidade na aplicação de técnicas (SHINOHARA, 2000). Trabalhos como os de Rudy, McLemore e Gorsuch (1985) e Goldfried e Davidson (1976) indicaram que os terapeutas avaliados como "calorosos", "amigáveis", “comprometidos”, “tolerantes” e "interessados" são aqueles que têm maior sucesso no resultado dos tratamentos.
5. As autoras analisam comportamentos emitidos pelo terapeuta descrevendo um guia que poderá ser seguido na prática psicoterápica. O que as autoras informam?
Uma interessante pesquisa de Strong, Taylor, Bratton e Loper (1971) explicitou não só as qualidades necessárias ao terapeuta, como também buscou descrever alguns comportamentos considerados relevantes para a relação terapêutica. Conforme apontaram os autores, terapeutas que apresentam altas taxas de comportamentos gestuais (assentimento com a cabeça, sorrisos, aproximação do corpo em direção ao cliente etc.) são melhor avaliados tanto pelos clientes quanto por observadores externos. Um dado complementar a esse estudo refere-se a afirmativas de alguns autores como Miranda e Miranda (1993) e Rangé (1995) que assinalam a importância de alguns comportamentos gestuais (como manter contato visual) para uma relação terapêutica satisfatória.
6. O cliente e os comportamentos emitidos em situação clínica são responsáveis por efeitos no comportamento do terapeuta e, portanto, uma vez conhecidos, poderão auxiliar na prática psicoterápica, na medida em que permitem ao terapeuta melhor discriminação da interação e cuidados na abordagem ao cliente. Descreva as variáveis mencionadas.
A importância em atentar às variáveis do cliente que podem favorecer ou dificultar a relação terapêutica recai no fato de que, embora existam posturas que devam ser adotadas no atendimento a qualquer cliente, flexibilidade é importante e alguns cuidados específicos precisam ser tomados na terapia com determinados clientes. Se esses apresentam padrão de comportamento dominador, é aconselhável que o terapeuta não tente impor um ponto de vista; se o padrão for persecutório, aceitação e tolerância são recomendadas; se apresentarem freqüentemente comportamentos hostis, o terapeuta não deve pressioná-los; se apresentam sempre queixas, paciência é requerida; se o padrão de comportamentos é submisso e dependente, é aconselhável modelar as conquistas em pequenos passos (RANGÉ, 1995).
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