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Transtorno Obsessivo-Compulsivo na Clínica Comportamental

Por:   •  27/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.853 Palavras (16 Páginas)  •  350 Visualizações

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Ana Flávia Terra

Ana Luiza Cadan

Caroline Martins

Joseane Silveira

Lucas Navaroli

Thiago Brandão

O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO INFANTIL NA CLÍNICA COMPORTAMENTAL

UNIVERSIDADE DO VAL DO SAPUCAÍ

POUSO ALEGRE

2017

Ana Flávia Terra

Ana Luiza Cadan

Caroline Martins

Joseane Silveira

Lucas Navaroli

Thiago Brandão

O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO INFANTIL NA CLÍNICA COMPORTAMENTAL

Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota na disciplina Clínica Comportamental. Requerido pela professora Eliane.

UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ

POUSO ALEGRE

2017

Sumário

1.        INTRODUÇÃO        1

2.        OBSESSÃO E COMPULSÃO: DEFINIÇÕES E ALGUNS EXEMPLOS        1

3.        EVOLUÇÃO DO QUADRO CLÍNICO        3

4.        CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS        3

5.        ETIOLOGIA DO TOC        3

6.        CONDUTAS TERAPÊUTICAS: QUESTÕES GERAIS        3

7.        AVALIAÇÃO MÉDICA E FARMACOTERAPIA DO TOC        4

8.        TERAPIA COMPORTAMENTAL E TOC: DIFERENTES POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO        5

9.        ESTUDO DE CASO        6

10.   REFERÊNCIA        8



  1. INTRODUÇÃO

O fato do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ser pouco conhecido por pais, educadores e até mesmo por alguns profissionais de saúde dificulta inequivocadamente o diagnóstico e o tratamento apropriados. Entretanto, uma parcela reduzida desses casos estará sob os cuidados de terapeutas e/ou psiquiatras clínicos. Tal descompasso pode ser compreendido segundo Zohan e Pato (1991), como decorrência: da comorbidade frequente do TOC com outras patologias psiquiátricas e neurológicas, mais conhecidas e mais fáceis de detectar; do fato dos pacientes normalmente tentarem ocultar, com vergonha e embaraço seus sintomas; da evolução crônica, porém irregular, do TOC, na qual pode haver alternância entre períodos de remissão completa ou parcial dos sintomas e períodos de considerável agravamento do quadro clinico.

        Estudos apontam que a prevalência do TOC ao longo da vida em crianças e adolescentes é de 1%, e na população geral é de 2 a 3%, estando o TOC em terceiro lugar como patologia psiquiátrica mais frequente (os lideres são depressão e dependênciaquímica). Segundo a mesma pesquisa, os primeiros sintomas iniciam-se mais frequentes na infância e na adolescência.

  1. OBSESSÃO E COMPULSÃO: DEFINIÇÕES E ALGUNS EXEMPLOS

Podemos definir como obsessão os pensamentos, ideias ou imagens, repetidas e indesejáveis, que produzem efeitos perturbadores sobre a atividade corrente do indivíduo em termos de comportamentos públicos e privados.                                                         Frequentemente, o individuo com TOC reconhece o fenômeno como “fruto de sua cabeça” e, conforme suas habilidades verbais, tenta buscar explicações pertinentes ou espúrias para suas vivências (crianças menores com TOC nem sempre apresentam uma história suficiente de reforçamento advinda da comunidade verbal para conseguir relatar e/ou justificar o que ocorre). Ex: crianças com o pensamento recorrente sobre algo ruim, perigoso, que possa estar acontecendo com seus pais.                                                                                                        Já compulsões, são por sua vez, comportamentos repetitivos, estereotipados, cuja ocorrência, que consome tempo e/ou esforços consideráveis, preveniria ou removeria uma situação extremamente aversiva, percebida como ameaça, risco, desconforto interno ou algo similar; Nem sempre há uma relação objetiva de contingência entre o comportamento compulsivo e suas consequências públicas. Ex: dar 13 batidas nem objeto de madeira toda vez que surge o pensamento obsessivo de morte dos pais pode estar sob o controle da diminuição da ansiedade por esse ritual mágico, mas não tem qualquer efeito concreto sobre o risco de eventuais fatalidades.

        Patologicamente os pensamentos obsessivos podem ser:

  • Uma dúvida: indecisão perturbadora ao escolher o que vestir etc.;
  • Medo de vir a perder o controle e realiar inadvertidamente um ao socialmente condenável: temor a falar palavrão em público ou de roubar algo etc.;
  • Impulso contrário a “vontade” (vivência de desejo poderoso, acompanhada de repulsa a ideia): cortar-se com a faca etc.;
  • Ruminação: condenar-se por algo que supostamente deixou de fazer e “repassar a cena” até a exaustão etc.

Obsessões podem ter os seguintes conteúdos:

  • Sujeira e contaminação: adolescente que pensa nos perigosos germes que estriam contidos nos alimentos que ingere ou que não consegue se aproximar de hospitais e cemitérios pelo potencial de risco imaginado etc.;
  • Agressividade e prejuízo: pensar, por longos períodos, sobre como fazer para evitar alguma catástrofe de baixa ou nenhuma probabilidade de ocorrência, ter recorrentes imagens de um projétil que , qualquer momento, atingiria alguma parte vital do seu corpo etc.;
  • Temas impessoais: repetir mentalmente sons sem sentido, contar objetos etc.;
  • Preocupação excessiva com o bem-estar de pessoas (especificas ou não): duvidar se teria ou não sido adequado ao conversar com a professora etc.;
  • Outros temas variados como “ficar com uma música na cabeça”, planejar incansavelmente o que irá fazer ao longo do dia etc.

Algumas obsessões eliciam respondentes diversos e a criança refere ou aparenta estar sentindo medo, culpa ou repugnância, num quadro compatível com os modelos experimentais de ansiedade. Outras obsessões parecem mais ter a função de atenuar ou elimina temporariamente o subproduto de uma obsessão anterior (rituais encobertos de neutralização, entendidos como respostas negativamente reforçada de fuga). Como muitas crianças podem reconhecer a aparente irracionalidade desses comportamentos, tendem a resistir à execução do ato.                                São comuns rituais de limpeza ou descontaminação, como tomar banhos muito frequentes ou prolongados (a ponto de acarretar dermatites, brigas em família e outros problemas). Uma segunda temática refere-se a rituais de verificação, ilustrados por atos como perguntar aos pais se eles continuam a amá-lo (envolvendo a família num  ritual  de  reasseguramento) ou conferir o conteúdo da mochila escolar por horas a fio.  Repetir atos motores também é comum: os pais podem observar o filho abrindo e fechando a gaveta sem parar e, às vezes, há rígidos critérios quanto ao número de repetições (quantidade ímpar de vezes, múltiplos de 13 para evitar o azar etc.). Em alguns casos, há que se seguir uma série de regras arbitrárias para garantir o respeito à simetria ou à ordem. Visitas aos domínios pessoais de uma criança com TOC poderiam revelar um colecionismo patológico (“eu guardo todos os papéis de balas que chupei nos últimos dois anos, porque, senão, dá a impressão de que eu não vou mais conseguir me lembrar do que aconteceu naqueles dias”, “estes papéis usados podem fazer falta se um dia eu estiver sem papel"). Casos mais raros caracterizam o que se denomina uma lentificação obsessiva, às vezes com aparente ausência de obsessões, demora e extrema rigidez topográfica na execução de atividades do cotidiano e de diversos rituais.

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