TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Três recursos técnicos da psicoterapia breve

Por:   •  24/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.377 Palavras (6 Páginas)  •  852 Visualizações

Página 1 de 6

OS TRÊS RECURSOS TÉCNICOS

A psicoterapia breve vai trabalhar através de um planejamento para maximização da experiência emocional corretiva, onde o terapeuta tem uma participação significativa durante a sessão. Seus aspectos são próprios e originais, não sendo um encurtamento do tempo de processo psicanalítico ou de outra abordagem como muitas vezes é erroneamente colocado por muitos. Não há como se referir a PB colocando como uma extensão ou diminuição de algum outro tipo de técnica existente. Entretanto, por ser uma Psicoterapia do Ego não se pode deduzir ser uma psicoterapia superficial, pois as transformações ocorridas são profundas, expressas em substituição de Mecanismos de Defesa inadequados, por outros mais propícios às situações e comportamentos congelados, sem flexibilidade, como se pede de comportamentos saudáveis. A experiência emocional corretiva, aliança terapêutica, foco, atividade e planejamento, são pontos importantes da PB.

Como em todo processo, é feita uma entrevista inicial, podendo ser realizada em um encontro ou mais. Nessa fase, Se dá a identificação do cliente; (nome, idade, estrutura familiar, etc). É todo um processo de encontro e conhecimento para que o terapeuta tenha um conhecimento holístico do sujeito, assim como seus fatores bio-psico-sociais Um dos objetivos da entrevista inicial é dar continuidade ao trabalho, mostrando a capacidade empática e disposição terapêutica do paciente que, provavelmente, deverá ter um motivo latente de ajuda, desenvolvendo um planejamento adequado. É de máxima importância que o terapeuta saiba aonde quer chegar e o que pode ser feito.

Outro aspecto fundamental nessa fase trata-se de identificar a modalidade relacional que retrata o modo em que o paciente se relaciona e se comporta frente ao terapeuta, e esse deve observar essa relação afim de registar manifestações transferenciais que podem colaborar na compreensão de problemas apresentados.

Ao terminar essa entrevista, é necessário fazer uma avaliação para construção de um diagnóstico, com o objetivo de criar uma proposta terapêutica, após essa fase, é hora de apresentar, discutir e esclarecer com a pessoa, essa proposta, isso é o que pode levar a formulação de um contrato terapêutico. Essa etapa é tida como um “pacto” onde existe uma concordância com a “tarefa” de cada um, e onde ambos assumem um compromisso que fica claro entre eles. Dependendo das relações contra-tranfereciais, surge a possibilidade do psicoterapeuta oferecer um outro tipo de tratamento (como vimos no texto). Durante o processo de PB é comum que se estabeleça um prazo para o tratamento, após atingir o foco estabelecido, obtendo êxito na “tarefa”. Entretanto, a terapia deve ser feita de maneira que sempre surja a possibilidade futura de um novo processo.

Quanto ao enquadre, este deve ser discutido abertamente com a pessoa que procura ajuda, já que, o verdadeiro enquadre ocorre quando ambos, paciente e terapeuta, sentem vontade de trabalhar juntos, onde ocorrerão as variações dependendo da flexibilidade de cada um. Em situações de emergência, no entanto, o enquadre não se encontra muito estabilizado e assim se estabelece no local que se tenha disponível. A “privacidade” é dada pela dor e sofrimento do outro e da capacidade de empatia do terapeuta para com o sofrimento.

O trabalho será realizado em conjunto com o objetivo de melhorar o paciente que trará sua reclamação. Alguns traços importantes a serem vistos sobre sua motivação são: 1) o próprio distinguir os sintomas como psicológicos; 2) tendência para introspecção para com os movimentos emocionais; 3) desejo de participação ativa; 4) desejo para conhecer a si mesmo; 5) desejo de mudança; 6) expectativas realistas para com o processo; 7) disponibilidade para fazer sacrifícios. Estabelece-se o foco de trabalho discutindo com o paciente (trabalho em conjunto) já que, o paciente passa a ser um sujeito ativo da sua própria história, o terapeuta deve estabelecer metas objetivas a serem alcançadas. A pessoa quem foi em busca de ajuda, poderá ou não trazer um novo foco de tratamento.

Quanto ao foco esse é o eixo central, composto no inicio pela queixa do paciente que se encandeia com o conflito atual e superficial e subsequente ao conflito nuclear infantil, sendo o alvo que o terapeuta buscará atingir ao centrar sua atenção e sua ação em uma determinada área. Focalizar consiste no terapeuta tentar levar o paciente a trabalhar emocionalmente, em especial uma área previamente determinada utilizando dos recursos técnicos oferecidos pela psicoterapia que servem para a otimização do tratamento. São eles: a interpretação seletiva, a atenção seletiva e a negligência seletiva.

Logo abaixo segue o conceito para cada e sua diferença com os recursos semelhantes:

Interpretação x Interpretação Seletiva

Para a psicanálise, a interpretação por parte do terapeuta tem caráter transferencial. Lacan em O Aturdito (1973/1998, p. 493) dizia sobre a interpretação que “Todos os lances são permitidos” e em A direção do tratamento e os princípios de seu poder (1958/1998, p. 594): "o analista é sempre livre quanto ao momento, ao número e também à escolha de suas intervenções". Isso implica que o terapeuta terá liberdade para agir de acordo com as implicações que surgem no consultório.

Interpretar um sonho implica em atribuir a ele um “sentido”– isto é, substituí-lo por algo que se ajuste a cadeia de nossos atos mentais como um elo dotado de validade e importância iguais ao restante“ (FREUD, 1900, pág. 131)

A interpretação seletiva, no entanto, procura interpretar sempre o material do paciente em relação ao conflito focal, ou seja, se o conteúdo admitir mais de uma interpretação deve-se escolher aquela em que consonância com o foco e não se desviar do objetivo, por mais interessante que o conteúdo possa ser. Para tal, o trabalho de interpretação é cauteloso, evitando interpretações prematuras de conflitos infantis, dado que não se admite a instalação da neurose transferencial, nem de regressão, assim como não se recomenda

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.7 Kb)   pdf (54.7 Kb)   docx (11.6 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com