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Uma Análise Funcional Para O Trabalho De Orientação De Pais

Por:   •  10/9/2023  •  Artigo  •  5.069 Palavras (21 Páginas)  •  68 Visualizações

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DORMIR NA CAMA COM OS PAIS: UMA ANÁLISE FUNCIONAL PARA O TRABALHO DE ORIENTAÇÃO DE PAIS

Resumo: Problemas relacionados a quantidade e qualidade do sono afetam toda a população independente de sua faixa estaria, e para todos pode reservar graves consequências com o passar dos anos. Diversos estudos já relacionam os distúrbios de sono, com problemas comportamentais em crianças e adolescentes, gerando instabilidades físicas, biológicas, emocionais e psicológicas nos mesmos. O presente artigo trouxe à luz da Análise do Comportamento, Enzo, uma garoto de 5 anos que ainda dorme na cama dos pais, e o relacionou a importância da figura dos responsáveis como agentes operantes no processo de modificação deste comportamento.

Palavras-chave: Comportamento. Orientação. Pais.

1 A Orientação de Pais

O mundo no qual vivemos hoje encontra-se cada dia mais dinâmico e em constante transformação, tamanha são as influências das novas tecnologias, do envolvimento com os pares, dos meios de comunicação, entre outras variantes que adentram o cotidiano populacional, moldando seus comportamentos frente aos novos estímulos recebidos.

Skinner (1953/1994) fundador do Behaviorismo Radical cuja base teórica a Análise do Comportamento se fundamenta, explana que os padrões de comportamento individuais são selecionados, mantidos e fortificados por eventos ambientais. Os quais o mesmo autor define como todo e qualquer evento do universo natural que influencia o comportamento de um ser, tornando-o mais ou menos frequente.

Martin e Pear (2018, p.7) salientam ainda que

as variáveis físicas que constituem o ambiente de uma pessoa são chamadas estímulos. De modo mais específico, estímulos são pessoas, objetos e eventos que atuam sobre um indivíduo, influenciando seus receptores de sensação que podem afetar o comportamento.

Com base no Behaviorismo Radical e na sua noção de causalidade ambiental, a Análise do Comportamento busca compreender por que as pessoas se comportam de uma determinada maneira em determinadas situações, analisando as interações delas com seus ambientes (e.g., Moreira & Medeiros, 2007).

Como indivíduos adultos, já possuidores de certo arcabouço comportamental advindo de nosso histórico de interações com os mais diversos eventos ambientais, pensemos agora neste mesmo processo, porém em nossa tenra idade. É com o olhar destinado ao desenvolvimento do comportamento infantil, que o presente trabalho aponta seu enfoque à orientação de pais segundo os fundamentos da Análise Comportamental.

O processo de criação de um filho traz consigo uma grande responsabilidade frente ao desenvolvimento da criança. Não apenas no que tange ao processo de aprimoramento das habilidades motoras desta, Cia, Williams & Aiello (2005) ressaltam sobre o papel determinante da família como peça fundamental no desenvolvimento psicossocial do infante, capazes de promover diversas contingências, reforçadoras ou punitivas, que ajudarão a definir o repertório comportamental e padrões de comportamento que podem se estender até a idade adulta.

É de longa data que a Análise do Comportamento e a Orientação de País encontram-se no mesmo caminho, especialmente quando falamos da busca por alternativas com diferentes enfoques da tradicional psicoterapia de crianças e adolescentes (Olivares, Méndez, Ros, Caballo & Simón, 2005). A orientação de pais se trata de um processo de busca ativa com a análise do contexto do indivíduo, ou seja sua ontogênese sociocultural e individual, e dos seus comportamentos, envolvendo formas e funcionalidades dos mesmos, afim de identificar os antecedentes e as contingênciaseliciadoras. Williams (1959), foi um dos primeiros autores a afirmar que não apenas é possível, mas sim essencial desenvolver a capacitação dos responsáveis, de forma a modificar os comportamentos de maneira saudável, aumentando o repertório do infante.

Tal processo de orientação se caracteriza de forma significante, pois a modificação auxilia no alívio do sofrimento manifestado pela família e reduz os riscos da permanência dos comportamentos inadequados ao longo do desenvolvimento da criança, evitando que os mesmosresistam à vida adulta, dado preocupante para as relações futuras.

Sob um viés prático, realizar o processo de modificação exige um olhar atento, planejamento estratégico e comprometimento dos pais ou responsáveis. Segundo Martin e Pear (2018), o papel do profissional modificador de comportamento é estar ativo e frequentemente envolvido no processo de reestruturação do ambiente ao qual o seu cliente pertence, demandando tarefas de casa para que o mesmo atue no seu dia-a-dia de forma operante, produzindo, desta forma, as mudanças contingenciais necessárias para o sucesso do tratamento terapêutico.

Para ressaltar a influência da figura dos pais no desenvolvimento comportamental de seus filhos, (Mestre & Corassa, 2002; Silvares, 1995) explanam que os mesmos, pelo fato de estarem presentes no contexto da criança e poderem intervir nos momentos oportunos geralmente estão em posição de controle de importantes reforçadores para seus filhos, como o afeto e a atenção. Desta forma, a Análise do Comportamento os torna peças fundamentais no processo de mudança de comportamento dos infantes, pois atuam entre o profissional orientador e a prática da criação de contingências que propiciarão a mudança comportamental da criança no ambiente em que naturalmente opera.

Como o foco deste trabalho é tratar de orientação de pais frente ao desenvolvimento, aplicação e sucesso no processo de modificação comportamental de seus filhos, se faz necessário também a atenção do profissional orientador para o história de comportamento dos próprios progenitores, pois estas podem apresentar influência em uma resposta inconsistente dos pais quando se deparam com um estímulo comportamental específico de seus filhos, refletindo em reforçamentos ou mesmo punições.

Uma forma mais benéfica de ensinar comportamentos desejados aos filhos é utilizar o controle por consequências, liberando reforçadores quando se deseja que o comportamento se repita futuramente. Se os pais decidirem por adotar uma consequência punitiva, esta deve ser contingente a um comportamento “indesejado”, independente do humor dos pais.(MORAIS, 2015, p.23)

A respeito das consequências da aplicação das punições, Skinner (1953/1994, p. 179) ratifica que “a longo prazo, punição, o contrário do reforço, funcionam comdesvantagem tanto para o organismo punido quanto

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