Uma análise do fime ‘A onda’ sob a perspectiva Behaviorista e da Gestalt

Uma análise do fime ‘A onda’ sob a perspectiva Behaviorista e da Gestalt.

        A obra ‘A onda’, de 2008 é um filme alemão que foi dirigido por Dennis Gansel. Este filme foi inspirado em um livro escrito por Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda, realizado pelo professor de história Ron Jones. Este filme conta a história de um experimento, onde o professor de história Rainer Wenger reproduz com seus alunos, uma sociedade autocrática, tal como a sociedade alemã contemporânea ao nazismo.

        Ao analisarmos o filme sob um prisma da Gestalt Terapia, podemos fazer alusão à alguns fenômenos que são próprios desta abordagem, como por exemplo a percepção, que seria a captação de estímulos sensoriais e a interpretação destes, segundo sua bagagem pessoal. Dentre os vários tipos de percepção que a Gestalt aborda, podemos relacionar com o filme a percepção temporal, que seria a percepção de ritmos e simultaneidade, na cena em que o professor Wenger faz seus alunos marcharem em um único ritmo, dando a sensação de unidade.

Outro tipo de percepção muito presente no filme, é a percepção visual, notamos isto quando os alunos escolheram uniformes que seriam: uma camiseta branca e calça jeans, ao usarem este uniforme, tinham a sensação de união. Além disso, nota-se também um dos aspectos principais da Gestalt que é o de que ‘o todo é maior do que a soma das partes’, pois, ao vermos vários alunos juntos, usando as mesmas cores em suas roupas, percebemos que eles são um grupo.

Quanto a relação figura-fundo, podemos exemplificar com o filme, usando o fato de que o professor Wenger só estava levando em conta o comportamento de seus alunos em sala de aula, sendo este aspecto a ‘figura’, enquanto que as ações de seus alunos fora da sala, estavam em segundo plano, como ‘fundo’. Ainda sobre a Gestalt, podemos associar ao filme, a questão da ‘proximidade’, onde temos a tendência em relacionar o que está próximo, pode-se tomar como exemplo a cena em que o professor junta um aluno com notas boas e um aluno com notas ruins, para que com esta relação próxima, ambos desenvolvam seus potenciais.

Analisando o filme sob um foco behaviorista, podemos associar com alguns princípios desta teoria, sobretudo, com o comportamento operante, de Skinner. No comportamento Operante, a aprendizagem ocorre por meio da ação do organismo sobre o meio e a consequência que esta ação tem sobre ele, ou seja, o indivíduo age no mundo em função da resposta criada pela sua ação. Desta forma, as consequências geradas podem ser consideradas reforçadoras, ou punidoras.

Associando estes conceitos ao filme, podemos visualizar estes princípios no comportamento do personagem Tim, que antes de se juntar a Onda, era solitário e não tinha amigos, mas depois, viu sua sorte mudar, pois os outros membros da onda passaram a perceberem-no e até mesmo a defende-lo. Ou seja, o comportamento de ‘fazer parte da Onda’ teve como consequência reforçadora os outros membros tornarem-se amigos de Tim, desta forma, Tim começou a aderir, de modo mais intenso esta identidade de ‘membro da Onda’, tanto é verdade que em um dado momento, ele arriscou sua vida, subindo em uma torre bem alta, para marcar o símbolo da Onda.