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Visões de Mundo e a Construção da Psicologia Enquanto Ciência

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Por:   •  15/6/2014  •  Trabalho acadêmico  •  1.362 Palavras (6 Páginas)  •  480 Visualizações

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Visões de Mundo e a Construção da Psicologia Enquanto Ciência

Diversas concepções de homem, mundo e realidade se construíram através da história, permeadas pelo contexto sócio- histórico, pelas condições de observação e pelos instrumentos tecnológicos disponíveis em cada época.

A primeira delas admite homem e mundo como dois elementos distintos, separados, e a realidade como objetiva, única e, portanto, apenas passível de ser apreendida pelo homem, de forma adequada ou distorcida. O conhecimento seria proveniente, como nos propõe John Locke, “[...] da experiência, quer através dos sentidos, quer através da reflexão sobre os dados sensoriais” (MARX e HILLIX, 1993, p. 125). Seria a simples apreensão do mundo tal como este se apresenta, caracterizando uma visão empirista.

Uma segunda abordagem, que também concebe homem e mundo como elementos separados, considera a razão como o único lugar em que o mundo se efetiva, sendo este, então, fruto da consciência humana, na qual estaria contido, como em uma caixa. Dessa maneira, o conhecimento se daria exclusivamente em função da consolidação da razão, que seria responsável pelo desenvolvimento e realização da humanidade, configurando uma posição racionalista.

Esta posição, fortemente respaldada pela concepção de ciência decorrente das idéias de Decartes, que se desenvolvem a partir da metáfora do mundo funcionando como um relógio, consolida a visão mecanicista de mundo, isto é, a percepção do mundo e da realidade, incluindo aí o homem, funcionando como uma máquina.

Esta visão adquire força ainda maior com o desenvolvimento da física newtoniana, quando Isaac Newton apresenta um modelo matemático que torna possível a explicação de todos os fenômenos físicos observáveis, permitindo também sua previsão.

Os estudos mais atuais, resguardadas as diferenças, partem da perspectiva de que homem e mundo se dão simultaneamente, sendo um a condição de existência do outro. Dessa forma, toda consciência é sempre consciência de algo e todo objeto é sempre objeto percebido, lembrado, imaginado, rememorado etc., sendo que é na consciência de alguém que esse objeto adquire sentido. No dizer de Edmund Husserl, apud Mondin (1983, p. 186), o sujeito “[...] não é algo preexistente, que se ligue ao objeto num segundo tempo. A Relação do sujeito para o objeto constitui o fenômeno verdadeiramente primeiro; é nele que sujeito e objeto se encontram”. A realidade seria construída, então, na relação homem-mundo, dotada da subjetividade do sujeito, e limitada pelas condições de objetividade do mundo. Define-se, assim, a Fenomenologia Existencial e, com ela, o eixo da compreensão do processo de conhecimento desloca-se da sensação e da razão para a relação. Isto é, o conhecimento se construiria nas interações do sujeito com o mundo.

Segundo Mondin (1987, cf. 188-189), Heidegger, um dos principais expoentes da Fenomenologia Existencial, define o homem como um “ser-no-mundo”, mas também como o que ele chama de Daisen, um “ser-em-situação”, envolvido num “[...] círculo de interesses, de preocupações, de desejos, de afetos, de conhecimentos [...]” (idem, p. 188). Por outro lado, é também um ser do “vir-a-ser”, isto é, que não está preso à situação na qual se encontra, mas aberto e pronto para novas possibilidades. Em outras palavras, compreende a existência do homem num determinado contexto, no qual ele já se encontra, portanto, permeado pelo passado, mas também orientado para um futuro, para o que ele pretende se tornar, consubstanciado na utilização das coisas que o cercam, isto é, no presente. Nesse sentido, o homem e seus processos, inclusive a aprendizagem, têm suas existências no fenômeno, que é esse “encontro de águas” entre o passado e o futuro, e que surge na consciência como a presentificação da realidade.

Os defensores desta perspectiva chamam-na de visão sistêmica ou ecológica, pois concebe o mundo e a realidade como um organismo vivo, um sistema de relações, em que não se explica nada a partir de fragmentos, por análise, mas a partir das próprias relações significativas.

Para saber um pouco mais sobre estas visões de mundo você pode ler os textos de Fritjof Capra, particularmente o livro “O Ponto de Mutação (CAPRA, 1997). Pode, ainda, ter uma noção do exposto no livro, através do filme de Bernt Capra, produzido a partir das idéias do livro, ou, ainda, do comentário sobre o filme, consultando o site http://www.moodleufal.com.br/mod/resource/view.php?id=534.

Porém, não é só na Filosofia que a Psicologia tem suas raízes. A Fisiologia também possui uma grande contribuição no surgimento da ciência psicológica. De fato, podemos localizar o nascimento da Psicologia como ciência no final do século XIX, quando os fisiologistas começavam a utilizar métodos científicos para estudar o cérebro, os nervos e os órgãos dos sentidos. Como destaque, citamos Gustav Fechner que, no intuito de encontrar cientificamente uma relação entre o mental e o físico, iniciou estudos sobre o limiar da percepção humana. Aproximadamente vinte anos depois Wilhelm Wundt fundou uma disciplina que deu o nome de Psicologia (Psiqué=alma e logia=estudo, ou seja, estudo da alma) e, em 1879, fundou o primeiro laboratório de Psicologia experimental, fazendo surgir assim a Psicologia como ciência e dando origem ao estruturalismo. A partir daí, cinco movimentos básicos consolidaram a Psicologia enquanto ciência, favorecendo a criação da Psicologia moderna.

O ESTRUTURALISMO, que surge a partir do próprio Wundt, mas tem como principal expoente e líder um discípulo seu: Edwuard Titchener. Os estruturalistas defendiam

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