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Wallon

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Por:   •  6/5/2014  •  1.694 Palavras (7 Páginas)  •  952 Visualizações

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A Teoria de Henri Wallon

Compreender a Teoria de Henri Wallon e a sua influencia na educação.

Quem foi Henri Wallon?

Henri Wallon nasceu na França em 1879, e sua trajetória acadêmica o proporcionou uma sólida

formação em filosofia, medicina, psiquiatria, áreas que configuraram seu interesse pela psicologia.

Wallon viveu num período marcado por muita instabilidade social e turbulência política.

Acontecimentos como as duas guerras mundiais, o avanço do fascismo no período entre guerras, as

revoluções socialistas e as guerras para a libertação das colônias na áfrica atingiram profundamente

a França. Participou ativamente de movimentos contra o fascismo e da resistência à ocupação

nazista, e isso reforçou ainda mais suas ideias a respeito da necessidade da escola destacar valores

como solidariedade, justiça social, antirracismo, como condições para a reconstrução de uma

sociedade justa e democrática.

Ele considerava a escola um contexto privilegiado para o estudo da criança e acreditava que a

Pedagogia oferecia campo de investigação para a Psicologia e questões para investigação. A

psicologia, por sua vez, ao construir conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil ofereceria um

importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica.

Suas obras e atividades voltadas para a educação o levaram a construir, em conjunto com o

físico Langevin e outros educadores, um ambicioso projeto de reforma do ensino francês após a

Segunda Grande Guerra, o Projeto Langevin-Wallon. Em 1962, após muitas contribuições à

Educação, Wallon faleceu.

Os Campos Funcionais

Umas das principais características da Teoria de Wallon é o compromisso com a criação de uma

sociedade onde o sujeito tenha condições de se desenvolver plenamente, sendo a educação

elemento fundamental nesse processo. Nesse sentido, esta abordagem facilita o entendimento do

indivíduo em sua totalidade ao demonstrar uma visão integrada da pessoa do aluno.

Os objetivos da proposta teórica de Wallon se relacionam à psicogênese da pessoa, isto é,

estudam a gênese dos processos que constituem o psiquismo humano. Através do estudo da

criança, tem a intenção de entender como os aspectos que constituem esse psiquismo vão se

imbricando e se articulando em toda a sua complexidade. É importante destacar, entretanto, que

esta abordagem se limita a estudar o campo da consciência.

Nesta tentativa de entender a criança de uma maneira integrada, Wallon delineou quatro

aspectos que são denominados campos funcionais: os movimentos, as emoções, a inteligência e a

pessoa. Embora cada um destes aspectos tenha uma estrutura e um funcionamento diferenciado,

estão tão integrados que cada um é parte constitutiva do outro. A sua separação se faz necessária

apenas para a descrição do processo:

O Movimento

O Movimento é o primeiro sinal de vida psíquica da criança ao nascer e é uma dimensão que

vai permear todas as idades e todos os campos.

Wallon discrimina duas dimensões do movimento: uma é a dimensão instrumental, o

movimento mais comunmente estudado, que é da ação direta sobre o meio físico; a outra é uma

dimensão mais expressiva, isto é, um movimento que não significa deslocamento necessariamente,

mas que é a expressão que está na base das emoções.

Esta segunda dimensão, a mais expressiva do movimento, é que vamos destacar aqui. Para o

autor, “motor” é sinônimo de “psicomotor”, ou seja, há um significado psicológico do movimento

humano. A motricidade humana se inicia junto ao meio social, antes de se dirigir ao meio físico, o

contato com o meio físico nunca é direto, é sempre intermediado pelo social, tanto em sua dimensão

interpessoal quanto cultural (DANTAS, 1992).

Muitas vezes o movimento é considerado como algo que atrapalha na sala de aula. É comum a

ideia de que para que a criança aprenda ela deve estar imóvel, parada, sentada, etc. Entretanto, ao

integrarmos as questões sobre o desenvolvimento, vamos perceber que o que acontece é o

contrário. É graças a essa dimensão mais expressiva do movimento, como pequenos gestos ou

interações com os colegas, que a criança consegue aprender. Desta forma, impedir a criança de se

movimentar ao invés de favorecer o aprendizado pode impedi-lo.

De acordo com Wallon isso acontece porque o pensamento da criança, num primeiro momento,

é muito sustentado pelo movimento, ou seja, ela precisa de se mexer de vários modos para construir

o fluxo de pensamento. O autor destaca que aos poucos a criança vai construindo a capacidade de

controlar seu próprio movimento, mas isso acontece lentamente, de forma gradual.

Nesse sentido, a criança não deve ser compreendida apenas por meio de sua produção escrita,

é importante que os educadores

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