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A Teoria de Henri Wallon

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Por:   •  10/6/2013  •  Trabalho acadêmico  •  1.064 Palavras (5 Páginas)  •  1.454 Visualizações

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Henri Wallon

Wallon nasceu em 1879, em Paris, filho de Paul Alexandre Joseph e neto de Henri-Alexandre Wallon. Tornou-se bem conhecido por seu trabalho científico sobre Psicologia do Desenvolvimento, tendo como foco principal à infância, em que assume uma postura notadamente interacionista.

Define que o desenvolvimento é o processo pelo qual o indivíduo emerge de um estado de completa imersão social em que não se distingue do meio para um estado em que pode distinguir seus próprios motivos dos motivos oriundos do ambiente.

O desenvolvimento, para Wallon, dá-se por uma sucessão de estágios, à maneira da teoria de Piaget, mas através de um processo assistemático e contínuo, em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência.

O desenvolvimento é movido por conflitos, de maneira análoga à combinação de acomodação, assimilação e equilíbrio na teoria piagetiana. Entretanto, ao contrário de Piaget, Wallon acreditava que o processo é constante, podendo haver, inclusive, regressão: as aquisições de um estágio são irreversíveis, mas o indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio. Um estágio não suprime os comportamentos anteriores, mas sim os integra, resultando em um comportamento que é a acumulação das partes.

Wallon afirma que o comportamento aprendido não é extinto, mas sim integrado ao posterior. Para Wallon, a cognição está alicerçada em quatro categorias de atividades cognitivas específicas, às quais se dá o nome de campos funcionais. Os campos funcionais seriam o movimento, a afetividade, a inteligência e a pessoa.

A cognição é vista como parte da pessoa completa que só pode ser compreendida integrada a ela, cujo desenvolvimento será a partir das condições orgânicas da espécie, e é resultante da integração entre seu organismo e o meio, predominantemente o social. Assim, o desenvolvimento é condicionado tanto pela maturação orgânica, como pelo exercício funcional, propiciado pelo meio.

Movimento

Os movimentos, enquanto atividades cognitivas podem estar em duas categorias: movimentos instrumentais e movimentos expressivos. Os movimentos instrumentais são ações executadas para alcançar um objetivo imediato e, em si, não diretamente relacionado com outro indivíduo; este seria o caso de ações como andar, por exemplo. Já os movimentos expressivos têm uma função comunicativa intrínseca, estando usualmente associados a outros indivíduos ou sendo usados para uma estruturação do pensamento do próprio movimentador. Exemplo: Falar e sorrir.

Afetividade

A medida que o movimento proporciona experiências à criança, ela vai respondendo através de emoções, diferenciando-se, para si mesma, do ambiente. A afetividade é o elemento mediador das relações sociais primordial, portanto, dado que separa a criança do ambiente. As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, a inteligência.

Inteligência

A inteligência tem um significado bem específico para Wallon, estando diretamente relacionada com duas atividades cognitivas humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai aprendendo a pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o poder de abstração vão sendo desenvolvidos. Ao mesmo tempo, e relacionadamente, as habilidades lingüísticas vão surgindo no indivíduo, potencializando sua capacidade de abstração.

Pessoa

Seria este o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da consciência e da identidade do eu. As relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas, de modo que constantemente surgem conflitos entre eles. A pessoa, como campo funcional, cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição desenvolve-se de maneira dialética, em um constante processo de tese, antítese e síntese entre os campos funcionais.

Estágios de Desenvolvimento

Assim como na teoria de Piaget, a teoria de Wallon também propõe uma série de estágios do desenvolvimento, mas, diferente, não se limitando ao aspecto cognitivo. Wallon não acredita que os estágios de desenvolvimento formem uma seqüência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para ele, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores.

Wallon afirma que os estágios se sucedem de maneira que momentos predominantemente afetivos sejam sucedidos por momentos predominantemente cognitivos. Usualmente, períodos predominantemente afetivos ocorrem em períodos focados na construção do eu, enquanto estágios com predominância cognitiva estão mais direcionados à construção do real e compreensão do mundo físico. Este ciclo não é encerrado, mas perdura pela vida toda, uma vez que a emoção sobrepõe-se à razão quando o indivíduo se depara com

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