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Wallon

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Por:   •  12/6/2013  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  1.206 Visualizações

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Henri Paul Hyacinthe Wallon (Henri Wallon) na sceu na França em 15 de junho de 1879.

Antes de chegar à psicologia passou pela filosofia e medicina e ao longo de sua carreira foi cada vez mais explícita a aproximação com a educação.

Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia pela Escola Normal Superior, cursou também medicina, formando-se em 1908. Viveu num período marcado por instabilidade social e turbulência política. As duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), o avanço do fascismo no período entre guerras, as revoluções socialistas e as guerras para libertação das colônias na África atingiram boa parte da Europa e, em especial, a França.

Em 1914 atuou como médico do exército francês, permanecendo vários meses no front de combate. O contato com lesões cerebrais de ex-combatentes fez com que revisse posições neurológicas que havia desenvolvido no trabalho com crianças deficientes. Até 1931 atuou como médico de instituições psiquiátricas.

Paralelamente à atuação de médico e psiquiatra consolida-se seu interesse pela psicologia da criança.

Na 2a guerra atuou na Resistência Francesa contra os alemães, foi perseguido pela Gestapo, teve que viver na clandestinidade.

De 1920 a 1937, é o encarregado de conferências sobre a psicologia da criança na Sorbonne e outras instituições de ensino superior.

Em 1925 funda um laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas deficientes.

Ainda em 1925 publica sua tese de doutorado “A Criança Turbulenta”. Inicia um período de intensa produção com todos os livros voltados para a psicologia da criança. O último livro “Origens do pensamento na criança’, em 1945.

Em 1931 viaja para Moscou e é convidado para integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado por intelectuais que se reuniam com o objetivo de aprofundar o estudo do materialismo dialético e de examinar as possibilidades oferecidas por este referencial aos vários campos da ciência.

Neste grupo o marxismo que se discutia não era o sistema de governo, mas a corrente filosófica. Em 1942, filiou-se ao Partido Comunista, do qual já era simpatizante. Manteve ligação com o partido até o final da vida. Em 1948 cria a revista ‘Enfance”. Neste periódico, que ainda hoje tenta seguir a linha editorial inicial, as publicações servem como instrumento de pesquisa para os pesquisadores em psicologia e fonte de informação para os educadores.

Faleceu, com 83 anos, em 01 de dezembro de 1962

A gênese da inteligência para Wallon é biológica e social, ou seja, segundo este autor o ser humano é organicamente social e esta estruturação orgânica supõe a intervenção da cultura. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento humano para Wallon é centrada na pessoa completa.

Wallon considera o desenvolvimento da pessoa completa integrada ao meio em que está imersa com seus aspectos afetivo, cognitivo e motor.

“ Jamais pude dissociar o biológico e o social, não porque o creia redutíveis entre si, mas porque, eles me parecem tão estreitamente complementares, desde o nascimento, que a vida psíquica só pode ser encarada tendo em vista suas relações recíprocas.” (Wallon citado por WEREBE; NADEL-BRULFERT, 1986, p. 8).

Seu método de pesquisa denomina-se análise genética comparativa multidimensional, o qual consiste em compreender o desenvolvimento da criança a partir da análise comparativa entre o comportamento da crianças de distintas épocas e culturas, indivíduos normais e patológicos, assim como entre crianças e animais.

O referencial teórico utilizado por Wallon basea-se epistemologicamente na filosofia marxista e, mais especificamente no materialismo dialético. Isso confere devida importância das bases biológicas, sem ser enfatizar uma mecânica organicista.

A fim de abranger o estudo integrado do ser humano o autor formula a noção de campos funcionais (movimento, inteligência, emoção e pessoa) os quais abarcam as dimensões motoras, afetivas e cognitivas que constituem a realidade psíquica do sujeito.

Há quatro fatores para explicar o desenvolvimento psicológico da criança:

Emoção;

A pessoa

O movimento (de ação e atividade);

A inteligência.

A emoção é altamente orgânica, altera a respiração os batimentos cardíacos e até o tônus muscular tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer.

A afetividade, de acordo com Wallon (1968), envolve várias manifestações, abrangendo os sentimentos (ordem psicológica) e as emoções (ordem biológica). Dessa forma, faz-se necessária a distinção dos termos emoção e afetividade, uma vez que, freqüentemente, são usados como sinônimos. O primeiro – a emoção – refere-se a manifestações afetivas de estados subjetivos, agregados a componentes orgânicos, como os sentimentos e os desejos.

“ As emoções consistem essencialmente em sistemas de atitudes que correspondem, cada uma, a uma determinada espécie de situação. Atitudes e situação correspondente implicam-se mutuamente, constituindo uma maneira global de reagir de tipo arcaico, freqüente na criança. (...) Daqui resulta que, muitas vezes, é a emoção que dá o tom ao real”. (Wallon, 1968, p. 140).

A afetividade – tem, de acordo com o autor, uma concepção mais ampla que envolve uma gama maior de manifestações, englobando as dimensões psicológica e biológica, ou seja, os sentimentos e as próprias emoções.

Para Wallon (1971) a dimensão afetiva ocupa lugar central tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto na construção do conhecimento. O autor relaciona a psicogênese e a história do indivíduo, demonstrando, assim, a estreita relação entre as interações humanas e a constituição da pessoa, propondo um estudo integrado do desenvolvimento humano, definindo seu projeto teórico como uma elaboração da psicogênese da pessoa completa.

A construção do eu depende essencialmente do outro.

“ A dinâmica funcional da pessoa pode ser entendida a partir da compreensão da integração funcional dos conjuntos, segundo a qual várias funções classificadas nos domínios do ato motor, afetividade e conhecimento participam de forma conjunta no exercício das atividades da pessoa não simplesmente justapostas, mas combinadas de forma a permitir o aparecimento de outras funções

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