Wallon E A Educação: Uma Visão Integradora De Professor E Aluno.
Trabalho Universitário: Wallon E A Educação: Uma Visão Integradora De Professor E Aluno.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanessa1223 • 25/7/2014 • 480 Palavras (2 Páginas) • 1.564 Visualizações
CALIL, A. M. G. C. Wallon e a educação: uma visão integradora de professor e aluno. Contrapontos, v. 7, p. 299-311, 2007.
A teoria psicogenética de Wallon visa estudar a pessoa completa, a partir dessa visão integrada do individuo ele procura evidenciar os elos estabelecidos entre os domínios funcionais, nos diferentes momentos do desenvolvimento humano, o que caracteriza cada um dos seus estágios como um sistema em si, em que a pessoa completa é o resultado desta integração e constitui um conjunto, uma unidade indissociável e única, a qual a pedagogia não pode tratar de forma fragmentada.
O processo de desenvolvimento é considerado por Wallon como um processo que está sempre em aberto, nunca acabado e, portanto, implicando movimentos e constantes crises e conflitos.
Para estudar o desenvolvimento ele identificou três estágios, onde começa no nascimento e vai até a idade adulta. Tais estágios caracterizam-se por um conjunto de interesses, necessidades e comportamentos. Na sequencia dos estágios, Wallon aponta para a existência de três leis: A lei da alternância funcional, a lei da predominância funcional e a lei da integração funcional.
Cabe ressaltar que o desenvolvimento acontece em meio a instabilidades, conflitos, incertezas, oposições, movimentos de fluxos e refluxos, não se dando de forma linear e continua e sempre num palco de negociações com o outro.
A construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá na infância, a hora de saber que "eu" sou. Manipulação (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase. Até mesmo a dor, o ódio e o sofrimento são elementos estimuladores da construção do eu. Isso justifica o espírito crítico da teoria walloniana aos modelos convencionais de educação.
Para Wallon, a função da escola é promover o desenvolvimento do aluno trabalhando com qualidade e competência, por meio de um ensino democrático que dê oportunidades iguais a todos, valendo-se, para isso, de estratégias diferenciadas, fornecendo-lhes formação integração.
Para Wallon o professor deve dar o exemplo, sensibilizar-se com o comportamento do aluno e, ao mesmo tempo, racionalizar as emoções em prol dos conteúdos a serem trabalhados. Para tanto, deverá ter boa preparação, bom planejamento estratégico de observação bastante aguçada.
É preciso, ainda, que o professor, antes de ser um profissional, é um individuo com anseios, sonhos, valores, interações pessoais que foram constituídos em seu meio desde a infância e que deixaram marcas em sua identidade.
Wallon dá muita importância à formação do professor, visto que, como adulto, é capaz de voltar-se para fora de si e em condições de acolher o outro solidariamente e continuar e desenvolver-se com ele.
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