A Síndrome de Burnout
Por: Sabrina Chaves De Sousa • 1/7/2015 • Artigo • 3.210 Palavras (13 Páginas) • 181 Visualizações
SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES DA ESCOLA ESTADUAL DORGIVAL PINHEIRO DE SOUSA EM IMPERATRIZ-MA[pic 1]
Adriana Sousa dos Santos[1]
Kerla Sá Noleto Aguiar [2]
Sabrina Chaves de Sousa[3]
RESUMO
A categoria de docentes vem sendo indicada como uma das mais vulneráveis ao estresses e Burnout, tendo em vista suas implicações para a saúde física e mental do trabalhador. Apontado com um dos problemas psicossociais e mais estressantes que se apresenta nos dias de hoje. O objetivo desse presente estudo foram identificar os eventuais sintomas da Síndrome de Burnout. Foram entrevistados 6 docentes da Escola Estadual Dorgival Pinheiro de Sousa, utilizando o inventário de sintomas e o questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) por ser um questionário auto informe e constitui-se da ferramenta mais utilizada para o diagnóstico desta síndrome em todo o mundo, onde verificou a incidência e os graus manifestos das dimensões: esgotamento emocional (EE), despersonalização (DE). Observou-se que MBI, permite analisar as diferentes fases do processo e explica melhor a sintomatologia dos profissionais acometidos pelo Burnout. Houve predomínio médio em ambas dimensões dos docentes da Escola Estadual Dorgival Pinheiro de Sousa.
Palavras-chaves: Síndrome de Burnout. Estresse. Docentes.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo traz como principal assunto, a forma avançada do estresse crônico e fatigante chamada Burnout, no qual, o estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando se vivencia situações de perigo ou ameaça. Esses mecanismos coloca o sujeito em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais.
Esse tema é de grande relevância, pois é assunto da atualidade que causa um efeito direto ou indiretamente a produtividade do profissional docente.
Dessa maneira, pelo exposto estudo, buscou-se identificar a ocorrência desses sintomas da Síndrome de Burnout que estão atingindo a categoria docente da Escola Estadual Dorgival Pinheiro de Sousa em Imperatriz-MA.
2 SÍNDROME DE BURNOUT
Uma das consequências mais marcantes do estresse é a Síndrome de Burnout, uma expressão inglesa que em português significa algo como “perder o fogo, perder a energia” ou “queimar completamente”. (CODO, 1999, p. 238 apud CARLOTTO, 2002b, p. 21).
Conforme Benevides-Pereira (2002, p. 45), entende-se Burnout como sendo:
“(...) a resposta a um estado prolongado de estresse, que ocorre pela cronificação deste, quando os métodos de enfrentamento falharam ou foram insuficientes” “(...) está relacionado com o mundo do trabalho, com o tipo de atividades laborais dos indivíduos.”
Os estudos sobre Burnout, no Brasil, tiveram início nos anos 90 e mesmo que a categoria docente seja umas das mais investigadas em termos de Burnout, a produção nacional ainda é recipiente se comparada a internacional, dificultando a comparação com outros estudos nacionais, no que diz respeito á sua prevalência. Esta situação é importante,
Burnout tem atingindo várias profissões, mas tem seu foco no estudo vinculado na área de ensino e serviços de saúde por serem atividades que envolvem intenso contato com pessoas. No caso da ocorrência em professores, esse fenômeno afeta o ambiente educacional e interfere na obtenção dos seus objetivos pedagógicos, levando o processo de alienação, cinismo, apatia, problemas de saúde e intenção de abandonar a profissão.
2.1 Aspectos culturais
No que tange aos aspectos culturais, tradicionalmente ressalta-se que os docentes centravam suas atividades ao ensino, mantinham um controle total sobre a sala, a prática do magistério tinha um predomínio elitista. Com o passar dos tempos, as escolas foram incorporando novas propostas educacionais, “atualmente, a escola é avaliada a partir de parâmetros da produtividade e eficiência empresarial” (FRIGOTTO, 1999 apud CARLOTTO, 2002b, p. 21), inclusive a postura do docente foi se tornando massificada e exaustiva, com excessos de atividades realizadas que sobrecarregam esse profissional, causando desconforto, estresse e, inclusive, a Síndrome de Burnout.
O ambiente de trabalho se modificou devido a globalização e as grandes mudanças no mundo da tecnologia. Atualmente, a categoria docente vem sendo afetada devido a essas extraordinárias mudanças ocorridas, não só no seu ambiente de trabalho, mas em seu ambiente social e familiar. Segundo Carlotto (2002b), no trabalho docente alguns estressores são típicos da natureza da função e outros são ocasionados pelo contexto onde o mesmo se realiza. Esses estressores psicossociais, se persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout.
Esta situação é importante, uma vez que hoje se tem clara a influência de aspectos culturais e contextos laboral sobre resultados de Burnout.
2.2 Aspectos sociais
Percebe-se que a prática educacional exercida por um docente foi perdendo seu reconhecimento social, bem como a figura centralizadora na sala de aula. Além disso, atualmente, tal profissional se depara com a necessidade de trabalhar de maneira exaustiva, dois até três turnos do seu dia, além de trazer outras atividades escolares para sua moradia.
Entende-se que além da sobrecarga de trabalho, outra realidade que esse docente enfrenta é atender as classes super lotadas, tensão na relação com alunos, excessos de carga horária, inexpressiva participação nas políticas e no planejamento institucional, bem como a falta de segurança no contexto escolar, deve se ainda fazer trabalhos administrativos, planejar, organizar atividades extras classes, efetuar processo de recuperação preenchimentos de relatórios individuais, principalmente para as mulheres, muitas vezes se propõe a desenvolver atividades em casa e fora dela.
Também parece haver uma preponderância do transtorno nas mulheres, possivelmente devido à dupla carga de trabalho que concilia a prática profissional e a tarefa familiar. Com relação ao estado civil, tem-se associado a síndrome mais com as pessoas sem parceiro estável (BALLONE, 2009).
Por outro lado, a remuneração insuficiente não só reflete a desvalorização social da categoria, bem como obriga o docente a lecionar em vários turnos para complementar o orçamento doméstico. É frequentemente utilizarem os fins de semana para corrigir trabalhos ou preparar aulas. Com isso, trazendo sintomas que podem ser fontes de estresse que autores vêm assinalando a predisposição destes profissionais ao estresse ocupacional, podendo evoluir para a denominada Síndrome de Burnout.
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