INSTRUMENTOS TÉCNICOS - OPERACIONAIS E INSTRUMENTALIDADE EM SERVIÇO SOCIAL

INSTRUMENTOS TÉCNICOS - OPERACIONAIS E INSTRUMENTALIDADE EM SERVIÇO SOCIAL

INTRODUÇÃO

Pensar o Serviço Social na contemporaneidade nos remete primeiramente a pensar no compromisso com a população, nos limites, nos desafios e, acima de tudo, na busca por novos caminhos norteadores, enfatizando também a verdadeira finalidade da profissão.

A profissão do Serviço Social, ao longo de sua trajetória, foi se moldando delineadamente, e em cada momento histórico, buscou e criou bases necessárias para sua razão de ser na sociedade. Desta forma, obteve conquistas bastante avançadas no que se refere à bagagem teórica e ao Código de Ética Profissional advindas de pesquisas, lutas e persistência. Tendo a oportunidade de conquistar novos espaços ocupacionais, e ao mesmo tempo, se deparando com uma realidade completamente antagônica aos objetivos profissionais.

Entendemos a importância de elucidar os instrumentos técnico-operacionais e a instrumentalidade no Serviço Social, tendo em vista que é uma profissão que em seu cotidiano, luta de maneira incessante para a efetivação das políticas públicas e dos direitos de cidadania. Isto faz deste profissional, uma referência de mudanças no que está posto sendo o seu diferencial.

Conhecer a instrumentalidade do Serviço Social significa também resgatar as demais dimensões da profissão (étnica-política, pedagógica e intelectual).

Essa pesquisa sobre a Instrumentalidade do Serviço Social tem como finalidade conhecer de forma mais abrangente como se dá esse processo/propriedade ou um determinado modo de ser que a profissão adquire no interior das relações sociais, no confronto entre as condições objetivas e subjetivas do exercício profissional. A instrumentalidade, como uma propriedade sócia histórica da profissão, por possibilitar o atendimento das demandas e o alcance de objetivos (profissionais e sociais) constitui-se numa condição concreta de reconhecimento social da profissão.

O presente trabalho de conclusão tem como Objetivo Geral: conhecer os instrumentos técnicos-operacionais do Serviço Social e sua instrumentalidade. E como Objetivos Específicos: realizar um breve resgate histórico dos instrumentos técnicos-operacionais utilizados pelo Assistente Social desde sua origem até os dias atuais; Definir quais são os instrumentos técnicos-operacionais utilizados pelo assistente social em CRAS; Explicar o que é a instrumentalidade em serviço social.

Ultimamente muito tem se falado durante as aulas e cursos da área de Serviço Social em instrumentos técnicos – operacionais e instrumentalidade do Serviço Social, que ao primeiro contato supõe-se que se trata nada mais do que os instrumentos do trabalho do assistente social colocados em prática ou ação. Não é possível se falar de instrumentalidade sem falar dos seus instrumentos técnicos – operacionais, e vice e versa. Percebendo que ainda faz parte de umas das grandes dúvidas e dilemas de suas definições tanto por estudantes, como por alguns profissionais, justamente por não se tratar de uma mera execução de tarefas, ou um manual a ser seguido, mas de algo muito mais profundo e, de certa forma, um pouco complexo, ao mesmo tempo de grande importância o seu conhecimento para o futuro profissional de serviço social e como o assunto durante as aulas e cursos é tratado de forma superficial, faz-se necessário realizar uma pesquisa e estudo mais aprofundado.

O presente estudo é de caráter qualitativo, uma vez que se trata de uma pesquisa com foco nas publicações científicas que tratam do assunto, constituindo, portanto, de uma revisão sistemática destas literaturas.

A coleta de dados foi realizada em páginas virtuais a partir de artigos científicos publicados, no mês de Março de 2015. Foram efetuadas buscas em paginas virtuais que contenham artigos sobre o tema. Também foi usada revisão de literatura desenvolvida a partir de artigos ou teses, todos disponíveis gratuitamente e na íntegra. Foram selecionados aqueles publicados em língua portuguesa e cujas pesquisas foram desenvolvidas em território brasileiro.

No Primeiro Capítulo, é realizado um breve resgate histórico dos instrumentos técnicos - operacionais utilizados pelo Assistente Social desde sua origem até os dias atuais, onde será possível perceber que muitos deles são tradicionais desta profissão. Espera se que com essa pesquisa se possa conhecer a fundo a instrumentalidade no serviço social, bem como suas técnicas e propriedades específicas e fundamentais para um atuante exercício da profissão. No Segundo Capítulo é feita a definição de quais são os instrumentos técnicos - operacionais utilizados pelo assistente social em seu trabalho no CRAS. No Terceiro Capítulo é explicado o que é a instrumentalidade em serviço social.

CAPÍTULO 1 RESGATANDO A HISTÓRIA DOS INSTRUMENTOS TÉCNICOS - OPERACIONAIS UTILIZADOS PELO SERVIÇO SOCIAL DESDE SUA ORIGEM ATÉ OS DIAS ATUAIS.

Para se compreender os instrumentos técnicos – operativos do Serviço Social da atualidade nos diferentes espaços sócio – ocupacionais alinhados aos seus projetos profissionais construídos ao longo da história da profissão fazem - se necessário realizar um estudo histórico a cerca de duas dimensões fundamentais para a análise: as demandas sociais que exigem a intervenção dos assistentes sociais; e a elaboração de respostas desse profissional nestas iniciativas de intervenção social. Pois o significado sócio histórico dos instrumentais técnico-operativos do Serviço Social é muito mais do que um arsenal de instrumentos e técnicas aplicáveis de forma padronizada, trata-se de uma parte da intervenção do Serviço Social nas relações sociais.

Segundo TRINDADE (1999, p.7):

Quanto às primeiras (demandas sociais), podemos denotar que são históricas e são produzidas por necessidades sociais que derivam da prática histórica das classes sociais, nos atos de produzir e reproduzir seus meios de vida e de trabalho, de forma socialmente determinada. Assim, quando os profissionais acionam o arsenal de instrumentos e técnicas, estes medeiam e potencializam ações que são parte do atendimento a estas demandas sociais determinadas historicamente. Deriva daí nossa argumentação no sentido de recuperar a historicidade da inserção dos profissionais no atendimento às demandas sociais,