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Idoso e mundo do trabalho

Por:   •  12/2/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.480 Palavras (14 Páginas)  •  259 Visualizações

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  1. O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL: UMA REALIDADE BRASILEIRA.

O envelhecimento populacional é um acontecimento mundial, porém devido grandes conquistas tecnológica e de conhecimento médico, bem como melhor urbanização de cidades, associados a elevados níveis de higiene tanto pessoal como ambiental, este fenômeno teve grandes evidenciais e pôde ser observado mais claramente nos países desenvolvidos no final da década de 40 e no início dos anos 50.

Entretanto, os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento como é o caso do Brasil não ficaram a mercê de tal mudança populacional e o aumento da expectativa de vida dos brasileiros tem sido evidenciado ainda mais cada dia em nosso país.

Uma das grandes mudanças demográficas ocorrida no Brasil nas últimas décadas tem sido a diminuição dos índices de fecundidade populacional, que se apresenta em todas as classes sociais. A passagem de uma situação de alta mortalidade e alta fecundidade para uma de baixa mortalidade e, gradualmente, baixa fecundidade, como a que se observa atualmente no Brasil, traduz-se numa elevação da expectativa de vida média da população e num aumento em termos absolutos e proporcionais do número de pessoas atingindo idades avançadas. (Kalache e col.27 1987). Segundo Varella apud Izquierdo (2002):

“Na era cristã eram poucos os que atingiam os 25 anos de idade, acrescentando ainda, que na Idade Média, quando a Europa foi devastada pela peste e outras doenças a situação era pior ainda. No Brasil, no início do século XX a expectativa de vida era de 40 anos, enquanto na Europa era de 50 anos.” (2002, p.13).

Entretanto como exposto anteriormente essa realidade vem se modificando, segundo o IBGE (2010) de acordo com seu ultimo senso houve a diminuição da proporção de jovens e o aumento a significativo de idosos:

“A representatividade dos grupos etários no total da população em 2010 é menor que a observada em 2000 para todas as faixas com idade até 25 anos, ao passo que os demais grupos etários aumentaram suas participações na última década. O grupo de crianças de zero a quatro anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Simultaneamente, o alargamento do topo da pirâmide etária pode ser observado pelo crescimento da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010.”

A partir dos dados apresentados, pode se perceber que o envelhecimento não se restringe mais a poucos indivíduos como antigamente, mostrando-se cada vez mais notório nos dias atuais. Dessa forma, o mesmo acaba sendo alvo de estudos nas diversas áreas do conhecimento e também do próprio sistema capitalista.

Para efeito de legalidade, a designação “idoso”, refere-se a todos os indivíduos que possuem 65 anos ou mais, isso nos países desenvolvidos e a partir de 60 anos nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento como é o caso do Brasil. Esse critério é utilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelas políticas sociais que tem como foco o envelhecimento (PNI).

Estima-se que em 2020 os números de pessoas com mais de 60 anos no Brasil será aproximadamente de 30 milhões. E o mesmo ocupara o ranking de o sexto país mais idoso do mundo, perdendo apenas para a Suíça, França, Estados Unidos, Uruguai, Argentina, China, com um contingente de 34 milhões de idosos, cerca de 15% da população.

A importância da população idosa para o país não se abrevia apenas no acréscimo populacional. O alargamento do topo da pirâmide etária provoca mudanças na sociedade como um todo, o idoso por sua vez passa a ter outro status dentro da esfera familiar, passando de assistido a assistente. A um exemplo disso destacam-se às famílias que possuem idosos como chefes das mesmas e apresentam renda superior àquelas que não são chefiadas por este segmento da população.

Além do aumento significativo de filhos morando junto aos pais. Levantando outro questionamento a cerca do papel dos jovens na sociedade e a grande barreira de participação deste, no mercado de trabalho.

Apreende até aqui, que a renda do idoso, tem sido fundamental para o sustento familiar, acrescentando a esta, a própria aposentadoria. Sendo assim, a oscilação de valores da mesma deve ser levando em consideração também, pois a partir do exposto, não atinge apenas os idosos, mas a todo o núcleo familiar.

Outro fator de grande relevância ocorrido ao crescimento populacional no Brasil e que tem movido estudos recentes na área e dedicado atenção especial à mesma, diz respeito a um fenômeno denominado “feminização da velhice”, de acordo com Nunes (2005, p. 98) este ocorre devido à menor taxa de mortalidade feminina e, por conseguinte a maior expectativa de vida. O autor relata ainda que no Brasil as mulheres tem uma expectativa de vida maior que os homens, chegando a viver em média mais cinco anos que eles.

Dentre os fatores que cooperam para essa longevidade feminina, destacam-se a ampliação do acesso à seguridade social, bem como aos serviços públicos de saúde que alguns anos atrás não eram possíveis, tais fatores, associados ao avanço tecnológico o número de mulheres idosas só tende a crescer.

É importante salientar também, que os níveis de crescimento populacionais no que tange a pessoa idosa apresentam-se maiores do que os de crianças. Na década de 80, havia 16 idosos para cada 100 crianças, já no inicio do século XX, esse estimativa mudou, aumentado para 30 idosos por cada 100 crianças. Entre os motivos para esse significativo aumento apresenta-se o planejamento familiar e coerentemente a diminuição da taxa de fecundidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, lá pelo ano 2025, pela primeira vez na história, teremos mais idosos do que crianças no planeta. Frente aos dados apresentados, vale resaltar à necessidade de preparo da sociedade para esse fenômeno.

O envelhecimento da população tem se apresentado como uma conquista da humanidade, porém oferece grandes desafios, não apenas para a sociedade, como para os formuladores de políticas públicas. Pois embora grande parte da população esteja vivendo mais, em contrapartida a qualidade de vida dos mesmos não segue esse progresso.

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