MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇAO DO SERVIÇO SOCIAL
Por: Izauro • 30/8/2015 • Trabalho acadêmico • 2.323 Palavras (10 Páginas) • 313 Visualizações
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇAO DO SERVIÇO SOCIAL
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Guarantã do Norte
2015
MARIA DE JESUS PEREIRA DA SILVA LIMA
MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇAO DO SERVIÇO SOCIAL
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas Gestão Social, Serviço Social e Terceiro Setor e Pesquisa Social.
Guarantã do Norte
2015
INTRODUÇAO
Sabe-se que o Serviço Social é um importante instrumento no enfrentamento da Questão Social, mas, para compreender como este adquiriu essa importância, será necessário realizar um breve contexto histórico de sua origem, que ocorreu na transição do sistema feudal para sistema capitalista como consequência das Revoluções Industrial e Francesa, essas mudanças repentinas na vida da sociedade trouxeram muita pobreza e concentração de capital, surgindo dessa relação à grande divisão das classes sociais, resultantes da disparidade entre os donos do capital e os trabalhadores.
A classe dominante percebeu a necessidade de criar formas para o enfrentamento das reivindicações da classe trabalhadora, através de práticas assistencialistas, com o intuito de amenizar o impacto negativo dessas reinvindicações. E foi através da aplicação dessas práticas que surge o Serviço Social europeu que logo se expande para os Estado Unidos, entre os séculos XVII, XVIII e XIX. Quando chega finalmente no Brasil, o Serviço Social traz consigo fortes influências europeias com práticas conservadoras e assistencialistas, isso ocorre num período em que o Brasil passa por grandes transformações no seu modelo político, econômico e social por volta da década de 30 do século XX, mais tarde, as práticas do Serviço Social brasileiro começam a ser influenciado pelo modelo norte americano.
Então o Serviço Social torna-se uma profissão de nível superior e é interventivo, seu objeto de intervenção é a questão social e suas expressões. Um assistente social atua, através de pesquisas e análises de realidade social, na formulação, execução e avaliação de serviços, programas e políticas sociais que buscam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social.
O trabalho do assistente social na contemporaneidade tem como objetivo visar e garantir direitos e assistência para a população desamparada, fazendo isso por meio de políticas sociais, de forma organizada e planejada, lutando contra os problemas das injustiças que podem afetar os desamparados socialmente.
DESENVOLVIMENTO
O Serviço Social em seu contexto sócio-histórico obteve grandes avanços. No decorrer da trajetória humana, podemos considerar como um desses avanços sua institucionalização, uma vez que na antiguidade este era visto como práticas de assistencialismo e caridade cristã e não como política social. Para compreender as práticas atuais do Serviço Social é necessário considerar os seus diversos contextos, de acordo com cada momento histórico das sociedades.
Para iniciar essa contextualização pode-se citar Martinelli (2009, p. 96): [...] historicamente a realização da prática assistencial esteve bastante distanciada das relações sociais, associando-se mais à noção de caridade.
Podem ser consideradas como caridade as práticas assistenciais voltadas à amenização do sofrimento dos necessitados, consideradas necessárias a sua sobrevivência. Essas práticas davam-se de maneira esporádica, ou seja, não tinham continuidade, para alcançar os necessitados eram realizadas visitas domiciliares, essa era uma prática realizada também pelos judeus que tinham como base ajudar os órfãos, viúvas e enfermos, essa era a visão de serviço social da época.
Pode-se enfatizar que com o passar do tempo, essas práticas de caridade vinham atreladas a práticas de exploração, de repressão e dominação política e ideológica como afirma Martinelli (2009).
De acordo com Martinelli (2009, p. 97): [...] Assim, seja na assistência prestada pela burguesia, seja naquela realizada pelas instituições religiosas, havia sempre intenções outras além da prática da caridade. O que se buscava era perpetuar a servidão, ratificar a submissão.
Para expandir o seu modo de produção a burguesia buscava estratégias que pudessem solidificar seus interesses que eram pautados na dominação, exploração e opressão da classe trabalhadora, porém, os mesmos se mostravam contrários a esta situação imposta. Surgem então às primeiras manifestações operárias contra a burguesia e esta por sua vez recorre às práticas assistencialistas para desviar o foco da classe trabalhadora e gerar a ilusão de liberdade.
De acordo com Martinelli (1991 apud BOGADO; BRANCO, 2009, p. 120):
[...] enquanto o trabalhador livre e assalariado, especialmente enquanto cidadão, o operário era possuidor de direitos que a própria Revolução Francesa proclamava entre os quais se colocava desde o direito à liberdade pessoal e a vida digna, até o direito à igualdade e à assistência, quando necessária. Ocorre que tal sociedade, plena de contradições, negava na prática, aquilo que anunciava no discurso.
Desta maneira o capitalismo enquanto sistema que promove tal disparidade entre as classes, ao reduzir a classe trabalhadora a agentes não valorizados e explorados acaba gerando inevitavelmente desconforto e conflito entre essas duas classes. A origem do Serviço Social trás consigo a ilusão de servir, pois, racionalizando a assistência e reorganizando suas bases cientificas, acabou se tornando uma estratégia política da burguesia para manter sua hegemonia.
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