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Processos de vida social

Tese: Processos de vida social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  9/6/2014  •  Tese  •  2.441 Palavras (10 Páginas)  •  533 Visualizações

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Perceber que não somos apenas guiados pela genética e pelas chamadas características inatas e que é muito importante para valorizar os processos de convívio social.

Aprender a conviver em grupo e conhecer as regras desse convívio é essencial para desenvolvermos nossas potencialidades como humanos. Muito pouco de nossas habilidades são comprovadamente inatas, ou seja, herança de uma carga genética. A maior parte do que realizamos ao longo de nossas vidas dependem de processos de convivência em grupo e de troca de conhecimentos.

Portanto, para as ciências da sociedade, a herança genética dos indivíduos não é garantia para determinar seu desenvolvimento ao longo da vida. Essa natureza que dá características únicas a cada indivíduo depende de sua condição social e de sua interação com o meio. Os indivíduos sofrem interferência de seu meio social, e, por outro lado, o meio sofre a influência de cada um. Por isso, quanto mais a sociedade der condições de desenvolvimento das potencialidades de cada um, mais irá realizar feitos e conquistas.

O ser humano depende da cultura para realizar suas capacidades inatas, como inteligência e comunicação. É por meio da socialização que nos tornamos membros de uma sociedade. Não existem indivíduos que não sejam parte de uma sociedade. Somos, ao mesmo tempo, modelados por ela e podemos transformá‑la, pois a cultura é dinâmica e está sempre sendo modificada pelos indivíduos.

Apesar de nascermos com algumas características inatas, ao longo de nossas vidas, as oportunidades sociais para desenvolvê‑las serão extremamente importantes. Não adianta nascer com um Q.I. de gênio e, por necessidade ou opção, desenvolver uma carreira que depende do desempenho físico e não do cérebro.

A antropologia recusa as teses deterministas, pois afirma que somos seres complexos, pois nossa espécie é resultado de influências biopsicossociais. Ou seja, nossa composição inata (herança biológica e características que “nascem” com cada um de nós) é influenciada e influencia nossas características psicológicas e, finalmente, as características psicológicas influenciam e são influenciadas pela nossa experiência social.

Você consegue perceber como esses três aspectos que definem o comportamento humano atuam em uma complexa relação de interferências mútuas? Nosso corpo, que é orgânico, interfere em nossas emoções, que por sua vez interferem em nossa vida social. Nossas emoções, que são os aspectos psicológicos, interferem em nosso organismo e em nossa vida social. Nossa vida social, que não está sob nosso controle pessoal, interfere em nosso organismo e em nossas emoções. É um exercício quase infinito de exemplos que poderíamos trabalhar, demonstrando como apenas o componente biológico, ou apenas o psicológico, ou apenas o social não determinam nada. A interferência entre os três aspectos é que produz o ser humano.

Se não há determinismos, o que explica a diversidade cultural?

O ser humano é uma espécie moldável e criativa. Em cada grupo social, as respostas às necessidades resultam em uma história que é única para aquele grupo. Portadores das marcas da história, das experiências coletivamente vividas, das soluções criadas, os grupos vão construindo um conjunto absolutamente único que é sua cultura.

Somos resultado de uma longa evolução que modelou nossas características biológicas e nosso comportamento em grupo. Somos seres naturalmente gregários, precisamos conviver em grupo para sobreviver. A cultura representou uma conquista evolutiva importante em nossa espécie, e é por meio dela que podemos realizar plenamente nossas potencialidades humanas que envolvem as trocas sociais, a organização coletiva e o comportamento baseado em regras e não no instinto.

A organização social do trabalho e os princípios que orientam nossa conduta para uma parcela maior de coletivismo e menor de individualismo são importantes traços das culturas humanas.

Você já deve ter ouvido falar em diferentes formas de organização coletiva do ser humano.

Termos como “bando”, “tribo”, “grupo”, “comunidade”. Alguns estudiosos conceituam esses termos para diferenciar coletividades humanas com menor ou maior rigor de regras de participação ou de envolvimento pessoal. Independente da teoria sociológica ou antropológica mais específica, é interessante que você saiba distinguir no seu dia a dia essas diferentes formas de agregação social.

Há um interessante trecho abaixo o qual torna muito fácil identificar agrupamentos comuns do cotidiano. Leia:

Hordas – os corredores de supermercado, num sábado à tarde, são um bom exemplo de horda. Grupamento de pessoas que não têm vínculo entre si, não se relacionam, nem desempenham papéis interativos.

Bandos – aglomerados de pessoas que têm alguma interação e papéis complementares, há regras rígidas e não se permite alteração. O Congresso Nacional e os torcedores em um estádio de futebol são exemplos.

Grupos – certamente, sua equipe de trabalho é um exemplo perfeito de grupo. Uma união de pessoas, onde há troca de papéis e objetivos comuns, além de dinâmica flexível. Na atualidade, a palavra grupo tem sido substituída por equipe ou time ou team, entretanto, entende que a definição é a mesma (FAILDE, 2007, p. 55).

E quanto às “comunidades virtuais” que estão tão fortemente presentes em nossa vida hoje? Existem as comunidades da internet, pessoas que se comunicam virtualmente, as redes sociais, e todo um universo de comunidades que não possuem um território, não compartilham o cotidiano real, não se relacionam face a face, mas possuem vínculos, não é mesmo?

Se você quer entender o termo, vai perceber que tem muita relação com a noção de reciprocidade, e abaixo há um trecho bem interessante. Se você quiser aprofundar a leitura, vá ao link indicado na referência.

Segundo Lévy (1999) e Palloff & Pratt (1999), uma comunidade virtual é formada a partir de afinidades de interesses, de conhecimentos, de projetos mútuos e valores de troca, estabelecida num processo de cooperação. Elas não são baseadas em lugares e filiações institucionais, muito menos em “obrigações”, sejam elas de que tipo forem. Um curso não é “concluído” por um aluno, “porque sim”. Para que este o conclua é necessário que tenha algum envolvimento, motivação etc. E esta motivação deve ser bem mais consistente do que uma ordem de um superior. Lévy (1999), afirma que nas comunidades virtuais de aprendizagem, as relações on‑line estão muito longe de serem frias. Elas não excluem as emoções. Entre os participantes

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