O Golpe Militar de 1964 e a Contestação ao Autoritarismo
Por: Larissa Menezes • 20/3/2017 • Trabalho acadêmico • 2.826 Palavras (12 Páginas) • 327 Visualizações
O Golpe Militar de 1964 e a Contestação ao Autoritarismo
SUMÁRIO
- Introdução
- O Contexto do golpe militar de 1964
- Os fatores econômicos que motivaram a revolução
- A situação político - social no Brasil antes do golpe militar de 1964.
- Os efeitos sociais e políticas do golpe de 1964
- As reações no Serviço Social ao golpe de 1964
- Considerações Finais
INTRODUÇÃO
O Golpe Militar de 1964 teve como intuito defender a ordem e a democracia brasileira, sendo chamado também de “contra revolução”, pois acreditava-se que a elite brasileira estava sendo ameaçada devido à movimentação dos sindicalistas e comunistas. Imaginavam que esse golpe teria curto prazo, mas infelizmente permaneceu até o ano de 1985.
Os militares entraram no poder buscando desenvolver o capitalismo e levar o Brasil ao progresso, mas na realidade os problemas sociais não foram amenizados e sim ganharam novas dimensões, bem mais complexas, deixando assim uma sociedade bem diferente da do inicio do golpe, com crise econômica, agravamento dos problemas sociais, exclusão das forças populares e estancamento do amplo e rico debate ideológico e cultural que estava em curso no país.
Diante deste contexto autoritário, as centrais sindicais, movimentos estudantis e trabalhadores rurais tiveram uma destacada atuação contra a dominação política e econômica que estavam submetidos. E os Assistentes Sociais mediante a insatisfação com a profissão, que devido suas limitações, apenas atuavam na manutenção da ordem, passou a instituir uma perspectiva de mudança social, devido à conscientização da exploração, opressão e dominação, gerando assim um processo de renovação do Serviço Social.
Estudar este período é imprescindível para se entender a importância dos movimentos sociais e do processo de reconceituação do Serviço Social brasileiro e seus desdobramentos na construção da identidade profissional do Assistente Social, portanto foi de grande proveito a construção deste trabalho.
Este trabalho destina-se ao processo de avaliação de conteúdo da disciplina de Fundamentos Históricos e Teórico-metodológicos III, e é baseado nas concepções dos autores: José Paulo Neto e Caio Navarro de Teledo, conhecedores sobre o Golpe Militar de 64.
A pesquisa se deu por pesquisas bibliográficas, sendo elaborado através de reuniões grupais, divisão de tópicos entre os membros do grupo e orientações em sala de aula.
2. O Contexto do golpe militar de 1964
No contexto que antecedeu ao golpe militar de 1964, existia uma base de apoio que favorecia aos interesses das classes dominantes nas sociedades daqueles países periféricos em relação ao centro de poder mundial, comandado pelo Estados Unidos e União Soviética. O mundo acabara de sair de uma segunda guerra mundial em que polarizava o globo terrestre aos anseios dos capitalistas (norte americanos) e comunistas (soviéticos) os quais influenciavam o mundo nos mais diferentes aspectos social, político, econômico e cultural.
Diante da ameaça comunista que se fazia presente com a revolução cubana, o Estados Unidos passa a financiar as contra revoluções à partir da América e o Brasil, por suas riquezas naturais, sua enorme extensão territorial e uma população com grande potencial para o mercado consumidor, os norte americanos vão fazer valer uma ideologia de combate ao comunismo para justificar a sua hegemonia na América.
Apesar da importância de todos esses fatores externos para a revolução de 1964, este quadro passa a ter uma importância secundária, pois o autor vai trabalhar a relevância dos fatores internos – suas composições políticas, sociais e econômicas no período em que antecede ao golpe militar – tendo em vista que em cada sociedade / país onde houve os golpes contra revolucionários, eles se operaram de forma peculiar e que no Brasil ela será analisada através de um processo histórico social com forte semelhança em outro golpe político que foi a revolução de 1930 e que levou Vargas ao poder. Observa-se também a importância da vanguarda da classe burguesa, que em ambos os momentos, sentiu seus privilégios político e econômico ameaçados, e se submete a um rearranjo político coordenado pelos setores dominantes da sociedade para a sua manutenção no poder.
2.1 Os fatores econômicos que motivaram a revolução:
Durante o governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil passava por um dilema, pois era necessário investir nas indústrias de base para garantir a infra-estrutura necessária para alavancar o processo de integração nacional. Este dilema consistia em fazer uma opção por um modelo de se utilizar o capital privado nacional, o qual não possuía recursos suficientes para financiar um investimento tão grandioso e arriscado ao seu retorno, ou uma repactuação com o capital internacional para financiar o desenvolvimentismo brasileiro, mesmo que isso implicasse o aumento da dívida externa.
Pelo modelo que o Brasil passou a adotar após o golpe de 1964, era necessário calar a oposição, aqueles setores contrários ao desenvolvimento econômico sujeito às grandes potências mundiais e que impedia a participação da sociedade nas tomadas de decisão e que a ditadura seria a garantia aos investimentos realizados no país pelo capital privado internacional.
“ [...] o modelo de desenvolvimento emergente supunha um crescimento acelerado da capacidade produtiva do setor de bens de produção e do setor de bens duráveis e de consumo e, notadamente, um financiamento que desbordava as disponibilidades do capital nacional (privado) e estrangeiro já investidos no país.” ( Netto, José Paulo, 1991, p. 20)
2.2 A situação político - social no Brasil antes do golpe militar de 1964.
Durante o período do governo de Juscelino, ele conseguiu costurar os acordos políticos necessários para dar início à realização do plano de metas. Com o decorrer deste processo, juntamente com a necessidade de mais recursos para a continuação do programa, surge a crise na política, já citado anteriormente, e que vai enfraquecer a base política de sustentação do modelo desenvolvimentista, onde os representantes da democracia no congresso, seguram um descontentamento institucional – uma tentativa de golpe após a renúncia de Jânio Quadros.
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