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O PAPEL DA FAMÍLIA NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Por:   •  12/12/2022  •  Artigo  •  2.367 Palavras (10 Páginas)  •  137 Visualizações

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Direito Intergeracionais e Políticas Públicas: Família

Turma do 5º Serviço Social

Docente: Noêmia de Fátima Silva Lopes

Discentes: Camila Barbosa Rocha e Priscila Kayse Machado dos Santos

O PAPEL DA FAMÍLIA NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Introdução

        Este artigo discute as mudanças na vida familiar e como ela funcionou através do resultado da Revolução Industrial, alimentada pelo espírito do capitalismo. A família, conforme mostrou Engels, passa por transformações que são correspondentes às mudanças na ordem econômica e social. Por estar imbricada num conjunto amplo de relações, não permanece no tempo da mesma forma, uma vez que se altera, se modifica e se recompõe. (Sierra, 2011). A metodologia aplicada a pesquisa foi de revisão bibliográfica, com foco na Revolução Industrial e seu impacto no mundo estrutura familiar.

        O século XVIII  marcou o início da primeira Revolução Industrial na Grã-Bretanha, impulsionando profundas mudanças econômicas nos sistemas de produção. Com essa revolução vieram outras transformações, como o êxodo rural, com grande parte da população migrando para as cidades em busca de oportunidades de trabalho; a invenção de máquinas para fabricar mercadorias; o surgimento de novas classes sociais e a exploração da mão de obra infantil nas fábricas.

        Antes da Revolução Industrial, as famílias europeias viviam em áreas rurais. Nessa época, as crianças começaram a trabalhar desde cedo, ajudando os pais nos trabalhos da lavoura. Em vez de fazer trabalhos repetitivos e cansativos, no entanto, eles trabalharam em trabalhos tão diversos quanto plantar sementes e se revezar na colheita.

        A vida na cidade revolucionou o panorama das relações trabalho-em-casa. Ao passar um dia na fábrica, os pais perdiam o vínculo com os filhos que antes existia na vida rural. Além de perder o contato com a natureza e se deparar com um ambiente urbano diferente da paisagem natural rural, as crianças também foram afetadas por mudanças nas relações de trabalho.

        A migração das áreas rurais para as urbanas contribuiu para o uso do trabalho infantil na indústria. Inicialmente, apenas crianças abandonadas em orfanatos eram entregues aos patrões para trabalhar nas fábricas. Com o tempo, os filhos das famílias seguiram o mesmo caminho, trabalhando longas e cansativas horas e perdendo uma infância inteira.

        Eles começaram o trabalho duro aos seis anos de idade. A carga de trabalho equivalia a um dia de 14 horas, pois começava às 5h e terminava às 19h. Os salários também eram muito mais baixos, equivalentes a um quinto do salário de um adulto. Além disso, as condições de trabalho eram precárias e as crianças ficavam vulneráveis ​​a acidentes fatais e diversas doenças.

        Trabalhar longas horas cansava as crianças e diminuía o ritmo das suas atividades. Punições como socos e outras agressões foram usadas para punir a desatenção. Crianças que se atrasavam ou falavam durante o trabalho também eram punidas. Os que fugiam eram procurados pela polícia e registrados quando encontrados. Desta forma, a vida na cidade criou dificuldades extremas para as crianças durante o curso da Revolução Industrial e facilitou a exploração não apenas dos adultos, mas também do trabalho infantil.

Desenvolvimento

        O conceito de família e sua vida doméstica assume formas específicas Historicamente, foi a trajetória de sua existência na sociedade que mudou seu desfecho e o formato é conforme a origem social de cada sociedade e diferentes períodos históricos. Vale ressaltar que a família e suas formas são estabelecidas de acordo com cada norma cultural, esta, no que lhe concerne, muda com o tempo e o contexto em que está inserida. Como um processo histórico, é baseado em sociedade e seu ambiente social circundante e suas mudanças, refaz gradativamente o modelo de família que insere suas texturas (PEROSINI, 2017).

        A estrutura familiar muda ao longo do tempo e de acordo com origem social, como o núcleo familiar que formam com pai, mãe e filhos; ao longo da história, esse mesmo modelo foi se transformando em diferentes configurações, às vezes a mãe mora sozinha com os filhos; os filhos moram com os avós; e se tem famílias de casais homossexuais e filhos adotivos; filhos que moram com o pai e madrasta; temos um vislumbre de algumas formações familiares que dependem fortemente da idade e da sociedade ao seu redor (PEROSINI, 2017).

        Historicamente, o capitalismo tem causado profundas mudanças na sociedade ao garantir a manutenção do sistema econômico mundial, ou seja, ao promover grandes mudanças em sua estrutura, alterando as regras de sua ordem interna para garantir sua existência, não apenas no campo econômico, mas também na política, esferas sociais e culturais. As tensões econômicas e sociais fazem parte das transformações que ocorrem no mundo, refletidas nas estruturas sociais, alterando as relações de poder, convivência e sobrevivência. Assim acontece desde a Revolução Industrial (século XVIII), quando as mudanças nos modos e meios de produção provocaram uma verdadeira revolução na vida de milhares de pessoas.

O maior significado da Revolução Industrial para a humanidade está nas potencialidades que despertou no homem, em termos de conhecimento da natureza e de seu domínio. O salto dado pelas forças produtivas com o início do aproveitamento da energia contida na natureza abriu horizontes cada vez maiores para um desenvolvimento ilimitado da espécie humana [...] (MAGALHÃES FILHO, 1970, p.268).

        Essa análise permite postular que a burguesia como agentes de ação buscando acelerar a produtividade, pois o lucro máximo dependia do resultado, quando mais produtos eram produzidos em cada vez menos tempo. A ação artesanal era limitada e não satisfazia mais a burguesia sedenta em maior escala de produção, foi necessária inventar as máquinas que eles haviam concebido, e os trabalhos de produção manual foram substituídos (PEROSINI, 2017).

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