Papel dos Contratos na Coordenação Agro-industrial: Um Olhar Além dos Mercados
Por: Guilherme Calixto • 20/2/2021 • Resenha • 506 Palavras (3 Páginas) • 227 Visualizações
Papel dos contratos na coordenação agro-industrial: um olhar além dos mercados
INTRODUÇÃO
Bastante complexo e estratégico, o agronegócio é um dos mais importantes setores da economia e sociedade mundial, e vem se desenvolvendo de forma crescente e se deparando com novos desafios ao decorrer dos anos.
A Economia aplicada à agricultura possui seu desenvolvimento ligado à teoria da firma. No entanto essa teoria foi desenhada ao estudo da sua existência e do funcionamento dos mercados e não do funcionamento intrínseco das organizações do mundo real, como afirma Harold Demsetz (1995). Dessa maneira surge a interrogativa de quais as teorias nos permitem estudar, formular e testar hipóteses a respeito das decisões sobre formas alternativas de organizar a produção?
Ronald Coase no seu artigo “The Nature of the Firm” (1937) e complementada pelo artigo “The Problem of Cost” (1960) lançou bases para o estudo das formas alternativas de organização das firmas contratuais. A partir disso abriu-se a possibilidade do estudo das organizações como “arranjos institucionais” que reagem as transações, sejam de acordos formais ou informais.
Se o estudo a economia dos contratos permite analisar a organização interna das firmas, abrindo um leque de oportunidades para quem se interessa pela economia aplicada. Quais as razões da relutância dos Economistas agrícolas em não avançar?
O presente estudo vem refletir essas questões. Evidenciando a relevância dos contratos dos agronegócios, avaliação do progresso da teoria da firma nos sistemas agroindustriais e suas conclusões.
Dentre os principias contratos destacam-se: Contratos e Coordenação, Contratos e Coordenação Horizontal, Contratos e Coordenação Vertical como exemplo o de commodity.
A adoção de contratos acaba sendo mais frequente nos grandes produtores ao invés de comercializar via mercados, destacando a redução de riscos e a economia de custos de transação como as mais relevantes. Martinez e Zering (2004) em seu estudo do USDA indica que os contratos na produção de suínos, por exemplo, cresceram significativamente nos anos 90, chegando a 69% em 2004, tendo partido de 2% do total da produção em 1980. No Brasil as evidências da adoção de contratos nas relações agroindustriais também são bastante significativas. Recentemente a prática de contratos de acesso à terra, conhecida por arrendamento, até então bastante informais vem se organizando e estruturando recentemente.
Além desse exemplo podemos observar que essas práticas vêm amplamente utilizadas nas demais grandes culturas, seja de grãos ou hortifrúti.
Na evolução da teoria da firma, existem ferramentas que úteis, como é o chamado “mapa cognitivo das transações” proposto por Williamson (1985) que permite caracterizar as diversas vertentes analíticas úteis para a teoria da firma atualizada.
O mapa dos contratos (WILLIAMSON, 1985) é dividido em duas linhas de análise, o monopólio e a eficiência . No estudo do monopólio existem quatro abordagens para a análise contratual: alavancagem, discriminação de preços, barreiras à entrada, e comportamento estratégico. No estudo da eficiência desenvolvem-se os direitos de propriedade, agência, governança e mensuração.
Contratos surgem
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