RESENHA: ASSISTÊNCIA E ASSISTENCIALISMO: CONTROLE DOS POBRES OU ERRADICAÇÃO DA POBREZA?
Por: Darlene Batista • 17/9/2019 • Resenha • 919 Palavras (4 Páginas) • 451 Visualizações
RESENHA: ASSISTÊNCIA E ASSISTENCIALISMO: CONTROLE DOS POBRES OU ERRADICAÇÃO DA POBREZA?
ALAYÓN, Norberto. Assistência e Assistencialismo: Controle Dos Pobres Ou Erradicação Da Pobreza? 2ª edição. SP-Brasil. Junho de 1995.
Darlene Sindilley Rocha Batista¹
Norberto Alayón é natural de Buenos Aires (Parque Patricios) nascido em 31 de março de 1945. É um assistente social argentino, Professor Titular Consultor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, Argentina. Vice-reitor da referida Faculdade no período 1998-2002. Autor de vários livros sobre Serviço Social e Direitos da Criança. Seu texto principal é "Assistência e Assistência - Pobre controle ou erradicação da pobreza?" (Editorial Lumen-Hvmanitas), também traduzido para o português (Editorial Cortez, São Paulo).
O autor aborda no inicio do texto sobre como se dá a pobreza e qual tipo de consciência as pessoas pobres tem. Com isso, é afirmado que na nossa vida cotidiana, nos acostumamos a naturalizar a situação de pobreza, e tudo que seja contrário a pobreza ou até o fato de entender isso, torna-se estranho pela falta de costume. Portanto, a pobreza é naturalizada pela sociedade como algo comum e normal, que é causada simplesmente por causa da vida, do local onde as pessoas nasceram, ou por que a religião diz que é a vontade de um Deus, ou até mesmo pela responsabilidade individual, e nunca é vista como uma questão concreta que ocorre pela sociedade, e modo de produção social e suas relações sociais.
As próprias pessoas em situação de pobreza não têm uma consciência de classe, que é uma consciência crítica acerca do cotidiano e da situação de vulnerabilidade que está inserido. Com isso, é possível a criação de controle da pobreza por meio de medidas assistencialistas, com objetivo de diminuir conflitos sociais, manter sempre o controle social, e a disciplina dos pobres. Sendo assim, nunca se tem o interesse por parte do estado de eliminar de uma vez a pobreza, pois isso iria gerar conflitos, onde todos tivessem os mesmos direitos incluindo a equidade da questão econômica. É gerada propostas, com intuito de confundir e alienar os pobres a acreditarem que tais programas criados são para melhoria de suas situações, quando na verdade é o contrário, é utilizada essas propostas como forma de manter o pobre sempre pobre para assim obter o lucro sobre o trabalho realizado pela maioria da população que é a classe pobre.
O pensamento que é formulado a partir dessas propostas é que, o ocultamento da classe pobre elimina a pobreza, ou seja, o que não é visto não existe. Portanto, essas propostas são criadas pela classe dominante, pois se não tem pobre não tem produção, se o pobre adoece também prejudica a produção, então são criadas propostas de benefícios para o auxílio na melhoria de vida dos pobres, e esses benefícios são vistos como um ato de solidariedade da parte da elite, quando na verdade, não passa de uma obrigação a ser realizada.
O autor ainda pontua no texto, uma reflexão sobre o aumento da pobreza e trás como exemplo a Argentina, mostrando através de porcentagens o crescimento exacerbado da pobreza no país. A partir dessa discussão o autor trás também a relação da pobreza com o Serviço Social, e afirma que a profissão trabalha exclusivamente com a classe trabalhadora, pois o próprio assistente social faz parte também da classe trabalhadora. Essa referida classe, excepcionalmente é composta por pobres e é com essa área, que estritamente o profissional de Serviço Social vai desenvolver seu trabalho relacionado á garantia de direitos para a melhoria de vida, fazendo com que tenham a consciência de classe.
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