RESENHA BICHO DE SETE CABEÇAS
Por: cahbrainer • 12/3/2016 • Resenha • 737 Palavras (3 Páginas) • 778 Visualizações
FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR
RESENHA
FILME: BICHO DE SETE CABEÇAS[pic 1]
O filme é baseado na obra de Austregéliso Carraro, chamado “Canto dos Malditos”, e retrata uma família de classe média que se depara com dois grandes problemas que assolam nossa sociedade atual: o vício em drogas, que está cada vez mais comum e se alastra por todo o país, e também a triste realidade das clínicas psiquiátricas, que na maioria das vezes os deixam em condições piores do que aquelas em que entraram.
Na família retratada, o filho mais velho se chama Neto (Rodrigo Santoro), e justamente por ser o mais velho acaba vivendo sem regras em casa, ele faz o que bem entende: não trabalha, não procura progredir na vida e eventualmente fuma maconha com seus amigos, porém ele não chega a ser dependente da droga. Ele a usa como combustível para as aventuras que tem com os amigos, e isso é considerado um comportamento normal para os jovens da época. Com isso, ele acaba usando a droga para criar coragem e cometer um crime, que é pichar paredes, sempre pensando ser uma brincadeira, entretanto ele é preso e levado para uma delegacia. Esse episódio faz com que seu pai, Sr. Wilson (Othon Bastos), perceba que é muito ausente na vida do filho e começa a prestar atenção em como o filho se comporta e o vigia de perto, participando de seu dia-a-dia, acompanhando-o na vida escolar e também se aproximando de seus amigos. O pai percebe, então, que os comportamentos do filho não são “comuns” para a idade, na realidade ele está indo pelo caminho errado e utilizando a droga como válvula de escape, mas essa consciência veio muito tarde.
Pensando no que a vizinhança pode falar a respeito de seu filho e tentando preservar a moral da família, o pai tenta desesperadamente curar o jovem, internando-o numa clínica psiquiátrica, depois de um dia em que o rapaz chega em casa, joga o casaco no chão e o pai encontra no bolso um cigarro de maconha. Para ele, o filho é um viciado e precisa de tratamento, mas em nenhum momento passa pela cabeça dele colocar o filho em uma clínica de reabilitação para usuários de drogas, e sim que ele tem problemas mentais por causa do uso do entorpecente. Nesse ambiente, ele não recebe tratamento adequado, ele é visto como apenas mais um louco. Chama atenção a maneira como são tratados os pacientes, com todo o descaso possível e sendo submetidos a constantes torturas psicológicas, físicas e sendo que nenhum distúrbio é, de fato, comprovado pelos médicos presentes. O lugar é precário, e todos são obrigados a se manter medicados, caso contrário são levados a uma sala e recebem descargas elétricas, as famosas sessões de eletrochoque que hoje em dia são proibidas nos hospitais psiquiátricos. Isso tudo como forma de provar quem realmente manda naquele local.
É visto de maneira clara que os pacientes são tratados como meros números, usados apenas para que a instituição possa ganhar benefícios. No filme, quando a família vai fazer a primeira visita para o jovem, seu primeiro contato é com seu médico, que os adverte que o rapaz pode ter alucinações e vir a inventar histórias que não existem, tudo por conta dos medicamentos que estão fazendo efeito. Conforme o jovem relata para os pais todos os horrores sofridos dentro da instituição, ele ouve que tudo isso é necessário e que ele precisa passar por isso. Isso prova como, em nossa sociedade, quem é tido como louco sofre preconceito e não é visto como ser humano.
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