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RESUMO CRÍTICO DO TEMA: “O Movimento de Reconceituação”

Por:   •  1/5/2020  •  Resenha  •  2.423 Palavras (10 Páginas)  •  1.019 Visualizações

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Resumo

O Movimento de Reconceituação é o marco do Serviço Social que vem propor a ruptura das práticas tradicionais, é através deste movimento que surge um perfil profissional mais crítico, capaz de atuar nos desafios postos à profissão.

O Serviço Social em sua emergência dar-se através de vínculos fortemente estabelecidos com a igreja católica que por sua vez atribuiu ao Serviço Social um caráter de caridade, de ajuda ao próximo, fundamentado no Neotomismo, como um norte para a prática social. Nesse período o assistente social era visto com um bem feitor, aquele que é provedor do bem comum. Essa identidade atribuída ao Serviço Social pela igreja católica perdurou por muitos anos junto à profissão, e ainda existem resquícios dessa identidade em dias atuais. Em meados da década de 60, o Brasil passou por um processo de mudanças sociais políticas e econômicas. Instaura-se no país o período de ditadura militar que teve início com o golpe de 30. Esse contexto de grandes mudanças no país, também marca o início de um processo gradativo de mudanças no âmbito do Serviço Social. Dessa forma, não dá pra pensar a renovação do Serviço Social sem fazer relação com a autocracia burguesa, porém é necessário ficar claro que a renovação que acontece na profissão não se resume ao contexto político da época, mas estabelece relação entre ambos em um mesmo momento histórico.

Palavras-Chave: Movimento de Reconceituação. Prática Profissional. Renovação. Serviço Social.

Introdução

O Movimento de Reconceituação é um importante momento do Serviço Social, pois é partir daí que surge outra visão acerca da prática profissional, voltada a uma análise crítica da realidade social, buscando assim um melhor desempenho no agir profissional ao atender as demandas da questão social, pautado em bases teórico-metodológicas que buscam superar as práticas tradicionais do Serviço Social.

Neste contexto, o trabalho propõe analisar criticamente o Movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro e seus posteriores desdobramentos para a interpretação/intervenção da/na realidade social no agir profissional.

No trabalho inicialmente busca-se apresentar o contexto histórico em que se desenvolveu o Movimento de Reconceituação do Serviço Social a partir da ditadura militar (1964 a 1985) e o processo de renovação do Serviço Social. Posteriormente discute-se as três perspectivas que são apresentadas por Netto no processo de renovação do Serviço Social: perspectiva modernizadora, perspectiva de reatualização do conservadorismo e a intenção de ruptura.

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social se deu na América Latina, inclusive no Brasil, no ano de 1960, sobretudo em 1964 com o processo de Autocracia Burguesa, ou seja, com a Ditadura Militar. Vivenciava-se um momento histórico de Ditadura Militar, de grande repressão, onde os movimentos sociais vão às ruas, para lutar pela volta do regime democrático e várias categorias profissionais uniam-se a essa luta, inclusive, o Serviço Social.

Este ambiente vai levar o Serviço Social a repensar a sua prática profissional, o seu arcabouço histórico metodológico e a sua postura ético-política. O Serviço Social inicia um grande processo de repensar a profissão com este momento de autorreflexão, inclusive em virtude deste contexto histórico, afinal os profissionais estavam lutando pelo reestabelecimento da democracia, junto aos movimentos sociais, pela volta à democracia. No entanto, a profissão continuava com seus preceitos mais conservadores, então os profissionais começam a notar uma certa incoerência e passam a repensar a profissão. Este grande processo de repensar a profissão, vai ser conhecido como Movimento de Reconceituação do Serviço Social.

O Movimento de Reconceituação do Serviço Social tem três grandes momentos históricos ou três ciclos históricos, em que cada tendência entre eles, são muito diferentes entre si.

• A Modernização Conservadora: Primeiro momento em que o Serviço Social, vai se afastar da perspectiva religiosa, ou seja, se torna laico. Vai haver uma separação entre o Serviço Social e sua vinculação com a igreja e vai buscar uma “modernização” de nível técnico, apenas. Então os profissionais irão buscar técnicas de intervenção mais sofisticadas, modernas, para o seu agir profissional, junto ao Estado. Vão se paramentar por uma lógica funcionalista, positivista, muito calcado nas perspectivas Norte Americanas. Neste momento, o Serviço Social vai acreditar, que ele é uma porta para o desenvolvimento nacional, pois, do ponto de vista econômico, o país está buscando uma lógica de desenvolvimento econômico, acreditando que, se o país se desenvolve, do ponto de vista econômico, altamente se resolve às expressões da questão social, automaticamente se resolve às problemáticas sociais. E o Serviço Social vai se filiar a essa ideologia, acreditando que é um dos agentes responsáveis pelo desenvolvimento nacional, atuando junto às comunidades, qualificando a mão de obra na classe trabalhadora, contribuindo para o desenvolvimento nacional e para a eliminação do desemprego, uma vez que as pessoas estariam qualificadas do ponto de vista técnico, para que os usuários, a população, saibam executar funções, ou seja, o bom e velho profissional “tarefeiro”, não é aquele que pensa e reflete acerca do que está fazendo.

Este momento vai ser muito importante para a profissão, com todas as suas problemáticas e controversas, até por que, mesmo com suas problemáticas, é um momento significativo na profissão, pois é o primeiro momento em que o serviço social, vai se desvincular de uma perspectiva religiosa.

Neste momento, os profissionais de Serviço Social, não conseguem perceber que esta qualificação se dá, não para o desenvolvimento social, nem para melhorar as condições de vida da classe trabalhadora, mas, por que o capital necessitava de mão de obra qualificada, para que essas pessoas pudessem ocupar postos de trabalho na indústria, pois, não há como fazer o desenvolvimento econômico fluir, sem mão de obra qualificada.

Este cenário perdurou durante algum tempo, dentre uma perspectiva “moderna”, porém, mantendo uma lógica conservadora, por que, moderno se dá do ponto de vista das “técnicas”, mas continua conservador do ponto de vista do pensamento,

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