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Resenha Livro 1808

Por:   •  13/6/2015  •  Resenha  •  1.088 Palavras (5 Páginas)  •  315 Visualizações

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O livro 1808, que conta a história da fuga da família real portuguesa para o Brasil, foi primeiramente uma ideia da revista veja para agregar-lhe valor editorial, dando um suplemento da história do Brasil para os leitores, com o intuito de combater no período, a revista época, que estava para ser lançada. Depois de um tempo, a ideia do projeto foi descartada, entretanto, Laurentino Gomes, que era editor da revista, se interessou em pesquisar sobre esse assunto e não parou mais, foi nessa que desencadeou 10 anos de investigações jornalísticas e adaptações, para que este célebre livro fosse lançado, com sabedoria, na véspera dos duzentos anos da chegada portuguesa no Brasil.

O jornalista Laurentino Gomes é um daqueles homens apaixonados pelos acontecimentos do seu povo, do seu país, e de todos os personagens célebres ou anônimos que fazem parte da historia do Brasil. Autor do best-seller "1808", que tem o propósito de resgatar a historia da corte portuguesa no Brasil do relativo esquecimento a que foi confinada e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás, Laurentinos ganhou o Premio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em duas categorias: Melhor Livro Reportagem e Livro do Ano de Não-Ficção. "Esse trabalho de pesquisa foi acima de tudomuito emocionante, porque eu não lidei com heróis com estátuas de bronze em praça pública, eu vi gente em carne e osso fazendo história", disse Laurentino Gomes, em sua entrevista para o programa de caráter cultural "Sempre Um Papo".

Nos primeiros anos do século XIX grande parte da Europa estava sob o domínio de Napoleão Bonaparte, O único obstáculo à consolidação de seu Império na Europa era a Inglaterra, que, favorecida por sua localização estratégica, por seu poderio econômico e por sua supremacia naval, não conseguiria conquistar. Para tentar dominá-la, Napoleão usou a estratégia do Bloqueio Continental, ou seja, decretou o fechamento dos portos de todos os países europeus ao comércio inglês. No entanto, Portugal relutava em aderir ao Bloqueio Continental devido à sua aliança com a Inglaterra, da qual era extremamente dependente. O príncipe D. João, que assumiu a regência em 1792, devido ao enlouquecimento de sua mãe, a rainha D. Maria I, estava indeciso quanto à alternativa menos danosa para a Monarquia portuguesa. Sendo um reino decadente, cuja grande riqueza era as suas colônias, especialmente o Brasil, Portugal não tinha como enfrentar Napoleão. Permanecer na Europa significava, portanto, ficar sob a esfera de dominação francesa. A alternativa que sua aliada, a Inglaterra, apontava-lhe como a melhor era a transferência da corte portuguesa para o Brasil, que passaria a ser a sede do reino. Essa alternativa contava com o apoio de uma parte da nobreza portuguesa sendo, também, bastante atraente para os interesses ingleses. 

O livro começa com uma comparação interessante que Laurentino faz sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil e a situação em que a população de Portugal ficou. Essa comparação com a nossa condição política atual, faz-nos sentir o mesmo desespero e sentimentos de traição e abandono que o povo de Portugal sentiu na manhã do dia 29 de novembro de 1807, quando circulou a informação que a rainha, o príncipe regente e toda a corte estavam fugindo para o Brasil sob a proteção da Marinha britânica, algo que nunca havia acontecido na história de qualquer outro país europeu.

Após sua chegada ao Brasil, D. João decretou que os portos brasileiros fossem abertos para o comércio com todas as nações com as quais mantinham relações cordiais, inclusive com a Inglaterra. Antes dessa decisão o Brasil só mantinha comércio com Portugal e suas colônias. A família real permaneceu por um mês na Bahia, e efetuou melhoras na região. Em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi instalada a sede do governo de Portugal por mais de treze anos. Ao chegar lá, a corte portuguesa se deparou com uma cidade imunda, onde infraestrutura e saneamento básico não existiam. Além disso, a carência na educação e na segurança ocasionavam certa violência e desigualdade. D. João aos poucos transformou o Rio de Janeiro, mandou abrir estradas, construir fábricas, escolas, mandou organizar a estrutura de governo e também, dentre muitas benfeitorias, se dedicou a promover as artes e a cultura. Com isso, o Rio de Janeiro cresceu muito e o estado obteve novas estruturas.

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