Resumo: Capital fetiche, questão social e serviço social
Por: Tainá Ferreira • 26/6/2017 • Resenha • 2.455 Palavras (10 Páginas) • 6.668 Visualizações
Resumo: Capital fetiche, questão social e serviço social
Capitulo 2
Com a globalização da economia o processo de acumulação capitalista ocorre no capital financeiro, criando uma relação de dependência com o cenário mundial, desenvolvendo as relações de forma desigual. A questão social está diretamente ligada á acumulação capitalista, sendo um determinante nas relações sociais. O serviço social tem sua profissionalização a cerca da divisão social e técnica do trabalho, e se fundamenta á questão social.
1- Mundialização da economia, capital financeiro e questão social
Os grupos industriais transnacionais focalizam-se no centro da acumulação capitalista, globalizando a economia, mediante as fusões e aquisições num contexto de liberalização da economia.As empresas passam a ser controladas pelo mercado financeiro, as ações dos investidores interferem em qual grau de produção vai estar capacitada as transnacionais, as relações de extração da mais-valia, qual o ritmo das empresas e com uma relação de dominação do capital transnacional, com o respaldo dos Estados nacionais.
" O fetichismo dos mercados financeiros, que apresenta as finanças como potências autônomas diante das sociedades nacionais, esconde o funcionamento e a dominação operada pelo capital transnacional e investidores financeiros, que atuam mediante o efetivo respaldo dos Estados nacionais sob a orientação dos organismos internacionais, porta-vozes do grande capital financeiro e das potências internacionais."
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A economia é dominada pelo mercado financeiro, que não produz riquezas, mas mobiliza as relações da força de trabalho, o capital internacionalizado produz a polarização social, a qual é a base da questão social.A desregulamentação do mercado finaceiro, provoca a superprodução e concentração de riqueza de um lado e a pobreza e a miséria do outro, onde o capital se torna mundial, e é concentrado a riqueza nas grandes potências mundiais. Flexibilização das relações trabalhistas são a resposta para a intensificação da competição internacional e inter-regional. Essa mundialização do capital implica na reforma do Estado, reestruturação produtiva e as metamorfoses da questão social.
"O novo nesse contexto de liberalização e desregulamentação do capital é que os bancos perdem o monopólio da criação de crédito, e os grandes fundos de investimentos passam a realizar operações de empréstimos á empresas, que eram clientes preferenciais do sistema bancário, com ele competindo na busca de juros elevados."
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Os bancos não tem mais como função principal, a criação de crédito, ele foca no crescimento dos rendimentos monetários, através dos fundos de investimentos, , contribuições sobre salários, poupanças, e observamos também um gradual aumento da divida pública, fazendo com que a carga tributária maior, recaia sobre o trabalhador, sob cobrança de impostos e taxa, com uma má distribuição de rendas, juros altos sobre produtos essenciais como alimentos, ou seja, grandes tributações em cima da classe trabalhadora, enquanto para rendas altas, a tributações são baixas.
"Atribuir visibilidade aos fios intransparentes supra-assinalados, que tecem a totalidade do processo de mundilização, é maior importância para compreender a gênese da (re)produção da questão social que se esconde por detrás de suas múltiplas expressões aparecem sob a forma de "fragmentos" e "diferenciações", independentes entre si, traduzidas em autônomas "questões sociais"."
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O capital financeiro mundial interfere diretamente nas relações trabalhistas, ampliando as exploração da mais-valia, com políticas de gestão, aumentando a jornada de trabalho, criando metas para a competição interna das empresas, em tempos de recessão uma maior competição no mercado de trabalho dificultando a união e a articulação da classe operária, a terceirização e a clandestinidade.
" A concentração e centralização dos grandes bancos internacionais criam um mercado interbancário, por eles dominado.Sob forma de um mercado por "atacado", passa a realizar empréstimos conjunto aos países "em desenvolvimento".
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Ocorre então um endividamento dos governos, e este é o principal ingrediente para manter o mercado financeiro, com taxa de juros altos, que supera o produto interno bruto dos países e a inflação, a maior parte da arrecadação de impostos vai para o mercado financeiro, diminuindo o investimento em políticas públicas, afetando programas sociais, e interesses da maioria da população, consequentemente, gerando o aumento da pobreza.
A fragmentação da classe trabalhadora acontece devido a rotatividade do mercado, com aumento de contratos de trabalho temporários, desqualificação da mão-de-obra, clandestinidade, empresas de terceirização, trabalhos desprotegidos e sem a proteção dos sindicatos, altas taxas de desemprego, são consequentes desse novo mercado guiado por tributos fiscais, provocando privatizações da empresas públicas.
"O predomínio do capital fetiche conduz coma banalização do humano, á descartabilidade e indiferença perante o outro, o que se encontra na raiz das novas configurações da questão social na era das finanças. Nessa perspectiva, a questão social é mais do que a expressão da pobreza, miséria e "exclusão". Condensa a banalização do humano, que atesta a radicalidade da alienação e a invisibilidade do trabalho social –e dos sujeitos que os realizam- na era do capital fetiche."
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O fetichismo do capital descarta as relações sociais, naturaliza as expressões da questão social, onde o poder se concentra nas mãos de quem tem o maior poder aquisitivo, o humano fica condicionado ao poder das coisas materiais e imateriais do capital financeiro, gerando uma pobreza historicamente estrutural.
2- A questão social no Brasil
As expressões da questão social no Brasil, pode ser observado as marcas de uma herança histórica e agora consequentes também do processo da mundialização econômica, sendo ele um país emergente.Essa articulação entre a historicidade do país e as novas relações sociais com o mundo financeiro, traz particularidades que radicalizam a questão social.
As estruturas sociais do passado brasileiro interfere nas relações de mercado presente, a lentidão histórica
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