TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resumo do texto Ideologias e Ciência Social (Michael Lowy)

Por:   •  11/7/2021  •  Resenha  •  1.352 Palavras (6 Páginas)  •  558 Visualizações

Página 1 de 6

O positivismo, assim como o marxismo e historicismo, é uma concepção que guia o enfretamento da relação entre utopias sociais e a ciência, o conhecimento e a luta de classes. Nesse caminho, três principais ideias explicam sucintamente o tipo ideal do positivismo; a primeira conclusão explicita que a hipótese essencial do positivismo é de que a sociedade humana é regulada por leis naturais ou leis semelhantes a elas quanto as características; dessa forma, as leis que tem como papel regular o funcionamento da vida social, econômica e política, se assemelham as leis naturais. Como conclusão epistemológica dessa primeira hipótese, aponta-se que os métodos e procedimentos que funcionam para entender a sociedade são os mesmos usados para conhecer a natureza, sendo assim, a metodologia utilizada nas ciências sociais deve ser idêntica das ciências naturais. A segunda hipótese epistemológica, naturalismo positivista, precede que se a sociedade é mantida por leis de tipo natural, a ciência que estuda esse tipo de leis naturais é semelhante a que estuda as leis da biologia, astronomia, entre outras. A terceira hipótese conclui que as ciências sociais devem funcionar com objetividade científica, sem juízo de valor e ideologias políticas.

Condorcet, pode ter sido o primeiro a apontar que a ciência da sociedade e suas formas deve ter um caráter mais objetivo, pois acreditava que essa teoria estava submetida aos interesses das classes poderosas; nesse período o conhecimento científico era dominado pela Igreja, poder feudal e Estado monárquico. Condorcet foi o primeiro a avançar com a ideia da ciência natural da sociedade, neutra, objetiva e sem preconceitos. Após ele, Saint-Simon foi o primeiro a utilizar o termo “positivo’ na ciência, a ciência positiva, este acreditava na ciência social como modelo fisiológico. Augusto Comte, discípulo de Saint-Simon, vive no período onde a função de “preconceito” assume caráter de luta conservadora, ao invés de luta utópica, crítica e revolucionária. Ele formula uma concepção de ciência social nomeando-a de física social, objetivando o estudo dos fenômenos sociais, como as leis naturais invariáveis; além disso, acreditava que tanto a mulher quanto os proletários eram submissos naturalmente. Também pontuado que, os males dos fenômenos naturais eram inevitáveis e com isso a atitude científica tinha como papel analisar e identificar. Nessas análises, Marx lança uma crítica em “O Capital”, compreendendo as ideias de Comte com função política e ideológica, pois serviam tanto aos senhores feudais quanto os capitalistas.

Esse campo conservador, assumido pelo positivismo e formulado por Comte, aplicado aos males políticos, concebe emprego, miséria, fome, monarquia absoluta como resultado das leis naturais, independente da vontade social, sendo ela uma “sábia resignação”. Durkheim, posteriormente, surge como um dos maiores nomes do positivismo, ele compreende a importância de algumas ideias de Comte e reconhece a função conservadora do método, delineando que a sociologia tinha como objetivo estudar fatos que obedecem às leis sociais, invariáveis conforme as leis naturais, de forma objetiva e neutra. Ele também reconhece o problema da existência de ideologias aplicadas no campo das ciências sociais, nomeando-as de doutrinas, prejuízos e pré-noções, acreditava que a sociologia não era nem individualista nem socialista; aponta também que os cientistas devem deixar de lado as pré-noções e serem imparciais antes de estudarem a realidade social.

Numa perspectiva mais crítica dos métodos apontados anteriormente, é difícil libertar-se dos preconceitos, pois este está oculto dentro dos pensamentos, fazendo com que o pesquisador muitas vezes não perceba a sua existência, vivendo numa autoilusão que realmente está sendo neutro. Até mesmo entre os positivistas, o preconceito, a pré-noção conservadora e contrarrevolucionário esteve presente, como o próprio Durkheim reconhece seu preconceito conservador. Importante ressaltar que esses positivistas, o preconceito conservador era uma obviedade, evidência e algo incontroverso, como na obra de Durkheim onde suas formulações são verdades elementares e óbvias, mas outro ponto de vista pode vê-los como nada óbvio. Embora seja difícil manter essa neutralidade, o cientista social deve ser esforçar ao máximo para chegar num conhecimento objetivo e verdadeiro.

Weber diverge de algumas ideias estabelecidas pelo positivismo em seu sentido clássico, tendo como único ponto de semelhança a ideia da ciência social livre de juízo de valor. Seu mestre e filósofo Rickert, partiu da observação de que a realidade é um conjunto infinito e para executar uma investigação e ciência, é necessário trabalhar com dados finitos, mantendo uma relação com objeto limitado. E isso poderia ser solucionado a partir de duas formas: pelo método das leis, o nomotético, e pelo estudo dos fatos singulares, o método ideográfico. O nomotético é utilizado pelas ciências naturais e se baseia no estudo das leis que são aplicáveis ao universo do fenômeno estudado. Enquanto o ideográfico entende que estudar fenômenos sociais, históricos, culturais não há essa mesma identidade, pois cada um é único e singular. Esse método ideográfico apresenta um problema em sua aplicação, pois privilegia um fato a ser estudado no

...

Baixar como (para membros premium)  txt (8.9 Kb)   pdf (43.7 Kb)   docx (10 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com