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Serviço Social - Política Social Resumo

Por:   •  17/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.213 Palavras (5 Páginas)  •  537 Visualizações

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No livro “A ideia de Brasil moderno” Octávio Ianni apresenta diversos aspectos no que diz respeito a sociedade brasileira enquanto país economicamente adiantado mas com uma realidade social cultural e política típicas de um país subdesenvolvido.

“Sob o aspecto social, racial, regional e cultural, entre outros, continua em aberto a questão nacional. Em perspectiva ampla, a história do Brasil pode ser vista como a de uma nação em processo, à procura da sua fisionomia. É como se estivesse espalhada no espaço, dispersa no tempo, buscando conformar-se ao nome, encontrar-se com a própria imagem, transformar-se em conceito” (p,180)

Desde o fim do estatuto colonial, ruma à constituição de uma nação bem mais articulada no que diz respeito aos nexos de solidariedade no interior de uma cultura comum, a história brasileira apresenta uma série de rupturas. No Império, o escravismo e os artifícios do poder monárquico mantem-se persistente. Esses poderem compunham uma administração que não visava atender os interesses da população. A legitimidade alcançada pelos construtores do Estado nacional era imposta pelo alto, indiferente aos movimentos mais gerais da sociedade. No final do Império, a proclamação da república e o trabalho livre levaram a uma aceleração da história brasileira, resultando uma liberação de forças econômicas e políticas para os setores da agricultura, indústria e comércio, além de propiciar ampla fermentação de ideias e movimentos sociais, principalmente nos centros urbanos maiores e nas zonas agrícolas mais articuladas com os mercados externos.

Estava portanto numa época de marcha, uma revolução pelo alto na qual os diferentes setores populares não encontravam lugar. Modificavam-se um pouco os arranjos do poder e as relações dos setores dominantes com os populares, do poder estatal com a sociedade, para que nada se transformasse substancialmente, porém essa realidade vai ser confrontada com as diversas mudanças provocadas pelo ciclo da cafeicultura, da industrialização e do desenvolvimento das maiores cidades, criando assim novos horizontes para o debate político e cultural, porém a realidade no país continuava antiquada.

 A revolução de 30, que inaugurou a república populista, provocou diversas interpretações do Brasil Moderno, gerando um marco no pensamento social brasileiro, no que se referente a questões de vocação agrária, possibilidades da industrialização, democracia, autoritarismo, região e nação, e o capitalismo e socialismo. Os anúncios de um Brasil moderno encontravam-se por toda parte nas heranças do escravismo, autoritarismo, coronelismo, clientelismo, e o povo, enquanto coletividade de cidadãos, continuava a ser uma ficção política.

Durante esse período a indústria cresceu e diversificou-se. O capitalismo avançou e acelerou-se a urbanização, desenvolvendo as chamadas classes sociais. Estando presentes também as diversidades e desigualdades sociais e a articulação entre o aparelho estatal e as multinacionais. Era uma época

crucial para o nascimento e o desenvolvimento das ciências sociais que consistiam na compreensão das condições e possibilidades de um Brasil moderno. A partir de1930 destaca-se a obra de Caio Prado Júnior, que tem por objetivo compreender uma interpretação elaborada da formação da sociedade brasileira. Tendo como análise a construção da nação brasileira a partir do seu passado colonial, reinterpretando assim, a Colônia, o Império, e a República, revelando as forças sociais que operam em uma composição e transformação da sociedade nacional.

Para compreender os traços da moderna sociedade brasileira é preciso entender sobre o sentido da colonização e do trabalho escravo. Esses processos influenciam diversas modalidades fundamentais da história do nosso país no que diz respeito ao período mercantilista, quando a colônia se constituiu para fornecer gêneros para o exterior sem atentar às necessidades e considerações do povo que começa a se formar e a viver na nova terra.  

A economia brasileira mostra essa fase mercantil voltada para o sistema internacional do capitalismo antes que uma estruturação em bases próprias e nacionais. O sentido da sociabilidade do poder, da economia e da política, assim como da cultura e da ideologia estavam assinalados pelo escravismo, e isso ainda hoje influencia em parte de seus valores, doutrinas e ideologias.

O outro ponto importante e que precisa ser destacado, é o desenvolvimento

desigual que caracteriza toda formação social brasileira ao longo de toda história. Em toda vida econômica se observará uma sucessão de formas contraditórias na organização da vida e do trabalho. E o resultado disso tudo é uma desarticulação na formação social brasileira.

Durante a colônia estão presentes diversas formas de revoltas de escravos, formação de quilombos, lutas contra invasões, anseios de independência e inconfidências. Por outro lado, no Império os principais aspectos são a forma da independência, a estruturação do poder monárquico, a continuidade do escravismo e a transição difícil e lenta para o trabalho livre, assim como os projetos que darão origem à República.

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